[etnolinguistica] Ainda sobre Educação Indígena

Nilson Gabas Junior gabas at NAUTILUS.COM.BR
Tue Aug 19 20:45:25 UTC 2003


Prezados colegas desta lista,

Após ter retornado de pesquisa do campo por um período 
relativamente longo, e após ter lido todas as mensagens 
(as que foram postadas pelo menos) tanto na lista CVL 
quanto Etnolingüística, gostaria de me manifestar a 
respeito do debate ocorrido. Tenho a dizer o seguinte, de 
maneira breve:

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Luciana Storto 
e à Filomena Sândalo por aceitarem a minha indicação 
para compor a chapa que concorreu à titular e suplente, 
respectivamente, de representantes da Abralin junto à 
Comissão de Educação Indígena do MEC. Acredito 
agora ainda mais que ambas são as que melhor 
representariam a Abralin na respectiva Comissão.

Devo também esclarecer à comunidade que a indicação 
de ambas foi feita uma única vez (e não repetida e 
tediosamente) através do site da CVL, após consulta à 
então presidente da ABRALIN, Maria Cecília Mollica, 
através de e-mail pessoal, e não teve absolutamente 
nenhuma ligação com o Denny Moore (além do fato de 
pertencermos à mesma Instituição e sermos, ambos, 
subscritores da referida lista).

Como resultado do debate, observei que ficou claro e 
evidente quem é quem na lingüística indígena, e mais 
especificamente na política de educação indígena no 
Brasil. De um lado existem as pessoas que querem 
mudanças, e trabalham baseadas em resultados e na 
ciência lingüística, sem deixar de lado a política e a 
ideologia, quando necessário. De outro há os que fazem 
farto uso do discurso ideológico, envolvido em uma 
carapaça lingüística pobre e preconceituosa, e que não 
conseguem, por uma razão ou por outra, participar de um 
debate de maneira racional e honesta, se focalizando no 
que é interessante e necessário a ser debatido.

Tenho a lamentar que o debate tenha tomado os rumos 
da xenofobia, pela razão óbvia (pelo menos para mim) de 
alguns lingüistas que se dizem especialistas em 
lingüística indígena se sentirem ameaçados pelo 
desenvolvimento da lingüística indígena no Brasil (por 
profissionais competentes em diversas instituições 
brasileiras), e pelo surgimento de lingüistas jovens e bem 
formados (tal como Storto e Sândalo).Tais lingüistas não 
estão mais encontrando a importância que uma vez 
tiveram ou que gostariam de ter, e por trás dos bastidores 
articulam tais ataques (e defesas) para defender sua 
posição. Vale dizer que ataques xenofóbicos a 
renomados lingüistas trabalhando no Brasil não têm se 
restringido ao debate em apreço, e já perduram cerca de 
três anos, embora somente agora de maneira pública.

Isso tudo é muito lamentável, pois somos uma área 
pequena (Línguas Indígenas), com muito trabalho a ser 
feito e pouco tempo a perder.

Gostaria, por fim, de retomar a sugestão da Bruna 
Franchetto em relação às próximas eleições da Abralin 
ao mesmo tipo de representação, para que a Diretoria 
atual se propusesse a fazer um debate paralelo ao da 
nomeação, e que na votação fosse utilizado o meio 
eletrônico.


Nilson Gabas Jr.



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