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Meira, S. S.Meira at LET.LEIDENUNIV.NL
Wed Jan 29 08:47:31 UTC 2003


Prezados amigos,
 
Tendo lido as observações abaixo:
 
 

Outro fato interessante: em Karajá, vários verbos intransitivos inacusativos
da classe II (ou seja, da classe que ocorre com prefixos relacionais)
começam com e- (/e/ aberto; esta vogal tende a corresponder sistematicamente
com o /i/ nasal das línguas Jê: Proto-Jê (do Davis) *nh-iNkra 'mão', Karajá
d-era 'antebraço'; Proto-Jê (do Davis) *nhiN 'carne', Karajá de). Eis uma
amostra (na ortografia Karajá, fala feminina):
 
ebure 'zangar-se'
ekosa 'perder-se'
ekyte 'curar-se'
eko 'ser enviado'
ekote 'perder-se'
ekysa 'alegrar-se'
ekywese 'cansar-se'
ele 'fazer-se, tornar-se'
ekoari 'viciar-se'
 
 
Note-se que todas estas raízes são semanticamente passivas (ou
'médio-passivas'), requerendo, na tradução portuguesa, o "reflexivo" se.
Sincronicamente, a vogal inicial é parte da raiz verbal, mas talvez este e-
inicial seja cognato com o (nh-)i- do Jê do Norte. [É claro que temos que
encontrar cognatos lexicais que confirmem isso, mas, como hipótese inicial,
é um tanto plausível.]
[Meira, S.] 
 
não posso deixar de mencionar o fato de que reflexivos/médios/passivos
formados
atraves de uma vogal/prefixo/elemento formativo "e" são comuns fora da
família
Macro-Jê. Em línguas Tupi-Guarani, encontram-se os famosos "je-" e "jo-",
usados
para formar verbos reflexivos e recíprocos, respectivamente; em línguas
Karíb, 
aparecem prefixos com a forma e-, et-, es-, a-, at-, as-, o-, ot-, os- em
distribuição
quase complementar. Só por curiosidade: as raízes acima têm equivalentes
transitivas? E sem o e- inicial?
 
Sérgio 

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