[etnolinguistica] (unknown)

Sidi Facundes sidi at UFPA.BR
Wed Jul 9 12:20:43 UTC 2003


    Caros colegas,

    Fico contente em perceber que, mesmo com alguma aparente resistência,
inicia-se aqui, finalmente, um debate sobre questões importantes relacionadas à
questão indígena no Brasil.  Como nem todos aqui devem ter tirado o tempo para
ler a literatura relevante que reporta sobre diversas experiências e conclusões
sobre a educação envolvendo línguas minoritárias ao redor do mundo, é provável
que uma ou outra anedota (=breve descrição de fatos denotando algum grau de
curiosidade) pareça ser suficiente para caracterizar algum ou outro ponto
crucial relacionado à questão.  Pela necessidade de desenvolver algum trabalho
nessa área com o povo Apurinã e pelo interesse intelectual sobre o assunto,
decidi pesquisar a literatura e a experiência de outras pessoas antes de ter
iniciado os primeiros trabalhos (elaboração, teste e implementação de uma
ortografia, alfabetização, produção de material didático, etc.) nessa área. 
Algumas de minhas conclusões, mencionadas a seguir, estão resumidas em "Notas
sobre a elaboração de novos sistemas ortográficos" (em Brito, M. C.  & 
Teixeira, E. R., org., AQUISIÇÃO E ENSINO-APRENDIZAGEM DO PORTUGUÊS, 2002, pp.
135-172) -- o qual posso disponibilizar em versão eletrônica a quem desejar. 
Assim como a maior parte de nossos colegas, não deve ter lido esse artigo,
muitos aqui certamente não leram muitas das contribuições dos colegas Wilmar
D´Angeles, Marilia Facó, Luciana Storto e Filomena Sandalo.  Portanto, para
muitos essa discussão será a melhor maneira de se inteirar sobre as idéias dos
candidatos.  Dito isso, gostaria de fazer algumas observações sobre o que tem
sido dito até agora.

    Primeiro, é preciso cuidado para que os ânimos acirrados ou divergências
políticas não levem as pessoas a posições extremas que de fato não factualmente
revelam as suas idéias.  Estando razoavelmente bem informado sobre ao menos o
trabalho da colega Luciana Storto, sei que a sua preocupação com a importância
dos aspectos técnico-lingüísticos da elaboração de uma ortografia não implica
necessariamente que ela não reconheça a importância do aspecto político-social
que no final determinará o uso da ortografia pela comunidade.  Por outro lado,
a ênfase que Wilmar D'Angeles dá ao aspecto político-social não significa,
quero crer, que os aspectos puramente lingüísticos da elaboração ortográfica
devam ser ignorados -- do contrário, o lingüista poderia ser dispensado desse
tipo de atividade.  O importante, por conseguinte, está em saber quando e onde
os aspectos puramente lingüísticos ou político-sociais devem prevalecer.  Note
que não existe aqui a implicação de que motivações técnico-científicas e
motivações socio-políticas devam necessariamente levar em direções diferentes;
o ideal aconteceria quando a ortografia tecnicamente mais adequada emerge de um
processo de construção junto com a comunidade sem conflitos ou objeções de
ordem socio-política.  Dizer que os aspectos puramente lingüísticos só
prevalecerão se o lingüista impor a sua posição à comunidade é ignorar
experiências importantes e que têm obtido êxito nessa área, e é também
subvalorizar a capacidade intelectual das comunidades indígenas.  Agora,
obviamente, isso não pode ser feito no tempo de apenas uma ou duas semanas no
campo, ou sem um conhecimento profundo da fonologia da língua-alvo e
familiaridade razoável com a cultura e sociedade-alvos.

    Segundo, uma preocupação que eu (e estou certo de que outros colegas)
compartilho com Luciana Storto e Filomena Sandalo é de que no Brasil o aspecto
técnico-lingüístico tem sido subvalorizado.  E, por favor, vamos parar com a
tentativa de associar posições que valorizam  a consideração dos aspectos
técnico-lingüísticos ao trabalho dos missionários do SIL:  a literatura sobre o
assunto é totalmente independente da tradição missionária e faz parte de uma
tradição acadêmica que tem sido rejeitada por alguns no Brasil, em parte,
porque alguns de nós têm se fixado em uma ou outra roupagem teórica que se
tornou moda em um momento ou outro e deixou de ler o que a parte majoritária
das pesquisas sobre o assunto vinha revelando.  (Se alguém quiser posso mandar
referências sobre uma pesquisa de dez anos que revelou que a subvalorização do
ensino de sílaba e segmento estava produzindo semi-analfabetos.  Posso também
descrever relatos de uma especialista em aquisição da linguagem que constatou
isso em seus próprios filhos.)  Além disso, tal associação é injusta e pode ser
interpretada como oportunista também do ponto de vista político, pois os
lingüistas que conheço que enfatizam a necessidade de valorizar mais os
aspectos técnico-lingüísticos são aqueles que têm tido as posições mais
consistentes e coerentes, opondo-se ao proselitismo religioso em comunidades
indígenas, no que tange a questão missionária.  Finalmente, se existe a
percepção de que a subvalorização tem produzido resultados positivos no Brasil,
seria importante ter acesso aos números, pois a constatação que alguns de nós
têm é que isso tem apenas prejudicado o trabalho.  Se alguém quiser, posso
descrever o caso de Apurinã, e estou certo de que vários outros colegas poderão
fazer o mesmo em relação a outros grupos.  Portanto, no mínimo temos aqui
experiências conflitantes.

    Terceiro, comentando um último ponto (para não tornar a mensagem longa
demais) em relação a reclamações e comentários de índios sobre a escrita em sua
língua: aqui o colega Wilmar subestimou o trabalho feito por alguns de nós
junto a essas comunidades.  Ao falarmos sobre tais reclamações, não estamos
reportando a impressão superficial de alguém que passou uma ou duas semanas na
comunidade indígena, mas sim de pessoas comprometidas por mais de dez anos com
esse povo e conhecedores profundos da problemática dessas comunidades. 
Portanto, estamos em condição de assegurar que as reclamações e comentários
feitos pelos índios e aqui reportados refletem problemas reais e que legitimam
a nossa preocupação com os critérios e métodos adotados para a elaboração de
sistemas ortográficos para essas comunidades.

    Esperando apenas contribuir para a discussão, identificando e discutindo as
divergências, envio abraços a todos.

    Sidi.

----- Original Message -----
From: <dangelis at unicamp.br>
To: <etnolinguistica at yahoogrupos.com.br>
Cc: <aryon at unb.br>
Sent: Sunday, July 06, 2003 4:04 PM
Subject: [etnolinguistica] Representar Abralin no MEC


> Eduardo e Mônica
>
> Há, evidentemente, vários critérios que cada um pode eleger para escolher
> seus representantes em cada contexto ou para cada tipo de representação.
> Aquele que vocês elegem (o da definição de ortografias) é um, mas não
> necessariamente o mais importante do ponto de vista de outras pessoas.
> Entretanto, como a Prof. Marília Facó e eu aceitamos a indicação de nossos
> nomes para a candidatura à representação da Abralin junto ao MEC (para os
> programas de educação escolar indígena), penso poder ao menos indicar um
> caminho à questão que lhes preocupa.
> Vocês se queixaram da extensa lista de atuações e de trabalhos publicados
> (eram apenas aqueles ligados à questões de educação escolar indígena),
> divulgados  pelo Prof. Aryon Rodrigues, com o lançamento dos nomes da
> Prof. Marília e meu. Penso que o Prof. Aryon já respondeu a isso, mas não
> custa dizer de novo: a lista é grande porque fazemos isso há muito tempo,
> e com muita intensidade. E não apenas atuamos, como produzimos uma
> reflexão e uma elaboração teórica que têm merecido reconhecimento.
> E é justamente nessa elaboração teórica que sugiro que busquem, tanto no
> caso da Profa. Marília como no meu, as posições já tornadas públicas em
> relação ao tema que lhes preocupa. De fato, pouquíssimos lingüistas têm
> publicado, no Brasil, estudos que revelem e reflitam suas experiências no
> trabalho de definição de ortografia de uma língua indígena; entre esses,
> estamos Marília e eu. No caso dela, publicou um primeiro trabalho sobre o
> assunto já há 20 anos atrás (!) e alguns outros desde então. No meu caso,
> publiquei um primeiro há quase 10 anos, e voltei ao tema das ortografias
> em texto apresentado no encontro da ANPOLL do ano passado (GT Línguas
> Indígenas). Aliás, fui o responsável por propor e organizar, pela primeira
> vez em um congresso aberto no Brasil, uma mesa tematizando os "aspectos
> técnicos e políticos na definição de ortografias de línguas indígenas" (no
> 10o. COLE - Congresso de Leitura do Brasil, em 1995), com participação dos
> profs. Angel Corbera Mori, Lucy Seki e a própria Marília (veja-se
> D´Angelis e Veiga 1997: "Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas", pp.
> 23-52).
> Certamente nem eu, nem a Profa. Marília, já teremos tratado de todos os
> temas relevantes relacionados à participação dos lingüistas em programas
> de educação escolar indígena, mas não é pouca, por outro lado, a
> elaboração teórica e o registro que temos feito de nossas experiências.
> E, é importante que se diga, nossa compreensão política sobre as questões
> relacionadas à educação escolar indígena, é igualmente pública, porque
> está expressa, de diversas maneiras, nos trabalhos que apresentamos em
> congressos e publicamos. Entendemos que seria inaceitável (e desonesto)
> reduzir a participação dos lingüistas em educação escolar indígena a um
> papel de técnicos (como é inaceitável reduzir a lingüística a uma técnica
> ou conjunto de técnicas). Mas se restringirmos o debate sobre nossa
> participação à questão das técnicas de análise fonológica e
> estabelecimento de ortografias, podemos facilmente cair nesses equívocos.
> Não temos qualquer dificuldade em discutir esses temas, por isso já
> tornamos públicas nossas posições, e temos trabalhos de qualidade nesse
> campo, mas insistimos em evitarmos essa redução.
> Do mesmo modo - recusando certas práticas que, por influência estrangeira,
> por muito tempo foram valorizadas aqui -  nós entendemos que são as
> comunidades indígenas as principais gestoras e beneficiárias das práticas
> educacionais, ou seja, elas devem ser sujeitos do processo, e não apenas
> objeto da ação de um agente externo que acredita deter, unilateralmente
> (quase sempre, com alguma arrogância) as soluções para a educação indígena
> no Brasil. Essas, aliás, não existem prontas nem na cabeça nem na prática
> de uma só pessoa ou mesmo de uma boa equipe, em um único lugar. Trata-se
> de um processo em construção coletiva, e que só acontece em um diálogo
> verdadeiro e em práticas concretas no chão da aldeia, sob o teto de suas
> escolas. Essa é a nossa prática, ou talvez melhor dizendo, nossa práxis,
> que não concebe separar ação de reflexão.
> Por fim, acho que a divulgação da relação de nossos trabalhos não deve ser
> entendida como um preenchimento métrico de linhas de um currículo; jamais
> tivemos essa intenção, e nenhum de nós dois precisa disso. Entendo que a
> divulgação pretendia, além de mostrar a existência dessa reflexão escrita,
> indicar sobre que coisas temos escrito, em educação escolar indígena, e
> dizer onde estão esses escritos, para quem queira conhecer-nos melhor.
>
> Bem, o que está escrito acima era basicamente a minha mensagem, em
> atendimento ao convite/proposição de vocês, mas não tinha tido a
> oportunidade de enviá-la. Ao fazê-lo, agora, vejo que é oportuno comentar
> alguns tópicos da mensagem que Luciana e Filomena escreveram e divulgaram
> há poucos dias.
>
> A primeira coisa que me chama a atenção, naquela mensagem, é sua abertura,
> ao anunciarem que "as posições sobre questões educacionais" que gostariam
> de tratar "são empíricas e voltadas para os resultados". A passagem revela
> uma evidente preocupação consciente de demarcar uma recusa de posições
> "não-empíricas" e "não voltadas para os resultados". O que seriam essas
> posições? Imagino que seriam as que se classificaria como "teóricas" e
> "diletantes". De quem seriam tais posições? Qual é o discurso que está
> sendo recusado e negado, mas ao mesmo tempo, apagado?
> Bem, no nosso caso, de certo modo já esclareci anteriormente: temos um
> trabalho de ação direta junto a comunidades indígenas, e também na
> formação de professores índios, do qual não separamos nosso trabalho de
> reflexão teórica. O problema da redução ao empirismo e a uma "lingüística
> de resultados" é que isso não é uma fuga de discussões e posições
> teóricas: ao contrário, é uma posição teórica bastante conhecida que, no
> caso da Lingüística, é um eco das abordagens anti-mentalistas do
> estruturalismo norte-americano (de recorte bloomfieldiano). Mas foi
> exatamente esse o aparato teórico que fundamentou o trabalho de "redução à
> escrita" feito por missionários norte-americanos sobre as línguas
> indígenas brasileiras, com resultados bastante discutíveis (em muitos
> casos, bastante lamentáveis). Aliás, aquelas experiências históricas são
> exemplares para demonstrar que não basta saber fonologia (e, ainda nesse
> aspecto, há muito que se pôr em dúvida: afinal, reduzir Fonologia à
> Fonêmica é uma limitação da qual padecem também lingüistas, não apenas
> missionários), é preciso saber também de teoria da escrita e de processos
> de alfabetização.
> A outra questão é a que remete às queixas de professores "representantes"
> de muitos povos indígenas quanto às publicações e ortografias de suas
> línguas. Todos nós que trabalhamos nesse campo já ouvimos queixas
> semelhantes em várias situações e de várias etnias, e costumamos trabalhar
> isso com os interessados, tomando o necessário cuidado de reconhecer:
> - que as sociedades indígenas não são unanimidades, nem antes e, muito
> menos, depois das relações de contato cultural, político e econômico com a
> nossa sociedade. Assim, sempre é preciso relativizar a
> "representatividade" de indivíduos, de modo que ela não substitui a
> relação direta e demorada nas aldeias, com o conjunto das comunidades.
> - que as questões ortográficas nunca estão separadas das relações sociais
> e políticas internas e externas às comunidades indígenas. Muitas vezes
> elas podem refletir profundas cisões estabelecidas antes e fora da
> escrita, por outras razões e interesses, incluindo questões de
> (reivindicação de) identidade étnica, em algum momento sufocadas: por
> exemplo, quem definiu que X era dialeto de Y, e não outra língua? Isso não
> é uma mera questão "técnica" da lingüística!
> - que, fruto da situação de contato lingüístico, o professor indígena (com
> freqüência, alfabetizado em Português), apresenta demandas sobre a
> representação escrita de sua língua que nem sempre são as do nativo
> "leigo" (esse, sim, o melhor representante da consciência fonológica de
> sua comunidade).
>
> Por tudo isso, acho simplista e de um tom anti-dialógico, uma postulação
> categórica, externa às comunidades indígenas, que afirma: "Somos
> contrárias à publicação de materiais que contenham inconsistências". Não
> pretendo defender o que se chamou ali de "inconsistência" ortográfica,
> como objetivo ou ideal de escrita. Mas não abomino as situações das
> comunidades - e as atuações de assessores lingüistas -  que, por razões
> várias, aceitam imprimir materiais sem que ainda esteja estabilizada uma
> forma ortográfica para determinadas palavras. Ainda que as situações e
> contextos sejam diferentes, não podemos ignorar a história da apropriação
> da escrita por línguas como o Galego e o Português: é curioso que não se
> tenha encontrado qualquer texto (pré-imprensa) ou, ao menos, alguma linha
> escrita por alguém entre os séculos XIII e XVI, queixando-se da
> inconsistência da escrita do Português por seus conterrâneos (quando
> sabemos que essa "inconsistência" perdurou com vigor por mais de 400 anos
> na escrita da língua portuguesa). O primeiro texto que defende alguma
> "consistência" ortográfica aparece quando a língua Portuguesa já tinha
> mais de 350 anos de tradição escrita (!) e, sem dúvida, ele já tinha
> relação com preocupações (e interesses) dos impressores.
> Isso não significa que não concorde com um ponto importante também
> expresso por Luciana e Filomena: a necessidade de um diálogo verdadeiro
> com a comunidade (!) sobre sua língua e o seu sistema fonológico para
> assessorá-la (segundo minha maneira de ver, e minhas experiências nesse
> campo) a decidir (com autonomia) sobre a escrita daquela língua. Acho,
> porém, pouco claro o sentido do que elas dizem a respeito do lingüista
> "propor formas (...) de utilizar a escrita na documentação não trivial da
> cultura e da língua"; na verdade, a dúvida vem da exemplificação: "por
> exemplo, em coletâneas de narrativas tradicionais contadas no estilo
> tradicional". Transpor narrativas tradicionais para a escrita, em minha
> opinião, não é nem pode ser a regra; antes, é a exceção. Ou seja,
> aplica-se apenas quando uma série de condições dadas justificam esse
> "congelamento" (que a escrita promove) sobre a narrativa oral. Essa
> questão, especificamente, já mencionei em um texto publicado em 1997
> (capítulo inicial de "Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas") e
> retomei, com profundidade, em um trabalho defendido no IV Encontro
> Nacional de Língua Falada e Escrita, em Maceió, nov. 2002 ("Como nasce e
> por onde se desenvolve uma tradição escrita em língua indígena?").
> Na mesma mensagem, as colegas se ancoram na experiência de Ken Halle.
> Sinceramente, no meu caso, não autorizo os alunos a invocar a minha
> experiência em seu favor. São coisas que não se transferem. Por isso
> mesmo, dirijo uma crítica à compreensão de Luciana e Filomena, antes que a
> Ken Halle, cujas idéias, nesse aspecto, não conheço: é absolutamente
> simplista e, por isso, equivocada, a afirmação de que "o ensino da língua
> indígena escrita nas escolas aumenta o prestígio da língua...". Sou um
> defensor inveterado da construção de programas de ensino bilíngüe
> adequados às situações diversas das comunidades indígenas no Brasil.
> Acredito que o mesmo vale para as professoras citadas. Por isso mesmo é
> fundamental conhecer, como lingüistas, as diferentes abordagens e os
> diferentes tipos de programa bilíngüe, assim como, as variáveis de
> situação que emprestam eficácia diferente aos distintos tipos de programa.
> Como lingüistas que intervêm em programas de educação escolar indígena e
> pretendem atuar mais nesse campo, é indispensável que as colegas se
> informem sobre os efeitos perniciosos de alguns programas de bilingüismo
> de transição implantado no Brasil pelo empreendimento
> "científico-missionário" do SIL - Summer Institute of Linguistics (alguma
> menção podem encontrar em um texto meu publicado na revista Liames n. 2).
> Em outras palavras: alfabetização em língua indígena não significa,
> necessariamente, valorização (e, menos ainda, fortalecimento) da língua
> minoritária.
> Por fim, "sobre a importância de ensinar conceitos lingüísticos aos
> falantes envolvidos em trabalho com a sua língua, na medida do possível, e
> em formar linguistas nativos", não pretendo subestimar as posições de Ken
> Halle, mas as colegas poderiam igualmente aprender sobre isso colocando
> maior atenção e estabelecendo diálogo com experiências frutificadoras que
> se vêm fazendo aqui mesmo, em nosso país, por lingüistas brasileiros, e
> que têm defendido essa posição publicamente em diferentes oportunidade.
> Não mencionarei alguns dos nomes que me ocorrem, para não cometer
> injustiças com algum colega que porventura possa omitir. Mas quem tenha
> uma visada dos trabalhos de formação de professores indígenas no Brasil,
> sabe de que experiências estou falando.
> Enfim, não sei se era isso que os moderadores da Etnolingüística entendiam
> como o debate necessário. Para encerrar, volto ao ponto das listas
> quilométricas: a professora Marília e eu nos propusemos a atuar como
> representantes da Abralin junto ao MEC, para as questões de educação
> escolar indígena, porque temos uma longa história de trabalho e
> convivência com sociedades indígenas no Brasil (pessoalmente, atuei como
> indigenista por 10 anos, antes de iniciar minha formação como lingüista),
> e uma razoável contribuição à reflexão teórica sobre educação escolar
> indígena, vinda de nossa práxis. Não precisamos demonstrar nossa
> competência ou nossa experiência como lingüistas ou como fonólogos (nossos
> trabalhos são públicos), e por isso mesmo entendemos que o debate sobre
> educação escolar indígena é pobre e equivocado, se restrito a esse tópico.
>
> Wilmar R. D´Angelis
>
>
>
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