Nota de pesar

sinvalfilho sinvalfilho at UOL.COM.BR
Thu Jun 29 01:36:15 UTC 2006


Prezados (as),
É muito dolorosa a perda de alguém como o professor  Ijeseberi. Lembro-me dos cursos que participei no Tocantins (de 1998 a 2003). Era muito bonito ver a alegria que havia por parte do professor ao falar da sabedoria Karajá ede outros povos indígenas...

Creio que  devemos sim discutir o engajamento dos povos indígenas e dos não-indígenas do Brasil no "projeto" de vida intercultural. A bebida, o suicídio e tantos outros males sinalizam algo mais... Ser humano aldeado busca voar 'fora da asa' e quando não consegue a proeza arrebenta-se no intuito de dizer que a marginalidade é mais cruel do que uma carnificina.

Temo pelo que está reservado para os que vão de carona... Temo pelos que oprimem o caroneiro... 







> >Prezada Professora Maria do  Socorro.
> Lamento a morte desse grande sábio da língua e da cultura Karajá
>  
> Professora, precisamos tomar algumas medidas junto à FUNAI, FUNASA ,as entidades de Classe do estado do Tocntins, pois o índice de alcoolismo nas aldeias indígenas está muito sério. 
>  Em toadsas aldeias Apinayé´o consumo de álcool é muito grande por parte das mulheres, homens e adolescentes.Temos que tomar algumas medidas, para coibir a venda de álcool aos índios.
> Francisco Edviges
>  
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>  Ijeseberi foi um dos meus principais professores de língua Karajá, sempre dedicado, atento, paciente e bem-humorado. Lembrarei-me dele com carinho, respeito e sobretudo com muita gratidão. 
> >  
> > 

Maria Pimentel <smariapimentel at yahoo.com.br> escreveu:
> > Ijeseberi, mestre de todos nós estudiosos da língua e da cultura Karajá. Um grande sábio, um educador nato. Como assessor do Projeto de educação e Cultura Indígena Maurehi, que tem por objetivo a revitalização da língua e cultura Karajá na aldeia de Buridina, em Goiás, participou das aulas de língua Karajá, da produção de material didático destinado ao ensino do Karajá (como segunda língua) para as crianças de Buridina, dos musicais Karajá, e de tantas outras atividades importantes na vitalidade lingüística e cultural dos Iny.
> > Ijeseberi, choro sua morte e de todos os outros Karajá, vítimas do alcoolismo. Em respeito a tudo que aprendi com você, convido a todos os outros seus alunos para discutirmos  um programa de combate ao alcoolismo em sua comunidade.
> > Aproveito a oportunidade e coloco em debate a questão do alcoolismo nas comunidades indígenas.
> > Professora Maria do Socorro Pimentel da Silva- UFG
> > Coordenadora da Licenciatura Intercultural- Formação de professores indígenas





Eduardo Ribeiro <kariri at gmail.com> escreveu: 
É com muita tristeza que transcrevo a mensagem abaixo, do colega
Marcus Maia (UFRJ), noticiando o falecimento de Ijeseberi Karajá. Como
Marcus explica, muito do que se sabe sobre a língua Karajá se deve em
grande parte à colaboração de Ijeseberi, lingüista nato. Sentirei
saudades de sua inteligência, dedicação e amizade.


---------- Forwarded message ----------
From: "Marcus Maia" 
To: 
Date: Thu, 22 Jun 2006 11:55:58 -0300
Subject: falecimento de consultor lingüístico


Comunico com grande pesar o falecimento do consultor lingüístico
indígena Ijeseberi Karajá, ocorrido por afogamento no Rio Araguaia,
no dia 15 de junho último, nas proximidades da aldeia indígena Karajá
de Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, estado de Tocantins.
Ijeseberi colaborou com paciência e dedicação com diversos
pesquisadores interessados no estudo da língua, da sociedade e da
cosmologia Karajá. Era especialmente sensível para questões
lingüísticas, tendo contribuído para o desenvolvimento de teses e
dissertações sobre a língua Karajá, entre as quais posso citar a minha
própria dissertação de mestrado (UFRJ), a de Maria do Socorro Pimentel
(UFGo), a de Eduardo Rivail Ribeiro (UFGo), a de Mônica Borges (UFGo),
a de Adriana Viana (UnB). Participou também, com entusiasmo, de
programas e projetos de Educação Indígena, redigindo histórias em sua
língua para uso em escolas bilíngües da etnia Karajá. Junto ao Museu
do Índio (FUNAI – RJ), colaborou para a realização do CD-ROM
"Vocabulário Básico de Línguas Indígenas do Brasil", lançado em 2004.
Em 2005, foi convidado pela Universidade Federal Fluminense para
participar de seminário no âmbito do projeto Interculturalidades. Além
dessas atividades, Ijeseberi atuou também como consultor em cursos de
formação de pesquisadores para o trabalho com línguas indígenas
brasileiras oferecidos pelo Museu Nacional, pelo Museu Paraense Emilio
Goeldi e pela Universidade Federal de Goiás. Seu último trabalho
nesta área ocorreu em abril do corrente ano quando Ijeseberi colaborou
intensivamente, durante duas semanas, com cerca de 30 alunos do
curso "Análise de Dados Lingüísticos", disciplina obrigatória
oferecida pelo programa de pós-graduação em Lingüística da UFRJ.
Ijeseberi tinha cerca de 40 anos, trabalhava como agente de enfermagem
em sua aldeia, deixando mulher e filhos.



Marcus Maia

Professor de Lingüística - UFRJ





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