Abaré, curussá

eduardo_rivail kariri at GMAIL.COM
Thu Apr 23 13:36:30 UTC 2009


Prezados,

Estou concluindo um artigo sobre contato lingüístico no leste brasileiro (envolvendo línguas Macro-Jê) e gostaria de indicar empréstimos de origem portuguesa que teriam sido adotados por línguas Macro-Jê indiretamente, via Tupinambá ou Língua Geral. Enquanto em alguns casos isto é tarefa fácil (por exemplo, Yatê klusa 'cruz, wapela 'papel' etc.), às vezes a origem da palavra não é tão clara. É o caso do Tupinambá abaré 'padre': ouvi explicações de que teria vindo do português "padre" (ou até mesmo de "abade"), mas gostaria de confirmar qual seria a explicação mais amplamente aceita. Alguém teria informações a respeito?

No caso de curussá 'cruz', qual é a explicação para a vogal final acentuada? Vejo que, em empréstimos terminados em consoante, em geral o sufixo onomástico Tupí é acrescentado (papera 'papel', funira 'funil' etc.), enquanto em empréstimos terminados em vogal, a mesma é mantida, mesmo quando átona (neste caso, com o deslocamento do acento para a última sílaba: cabará 'cabra', Peró 'Pedro, Pero'). Em curussá teríamos uma combinação de ambas as estratégias?

Enfim, qual seria a distribuição de curussú 'cruz', em comparação com curussá?

Desde já, agradeço qualquer ajuda.

Abraços,

Eduardo

Fontes:
Barbosa, Pe. Antônio Lemos. 1970. Pequeno vocabulário português-Tupi. Rio de Janeiro: Livraria São José.
Sá, Aluízio Caetano de. 2000. Dicionário Iatê-português. Águas Belas: Edição do autor.

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