Pergunta, indicação bibliográfica

Sergio Monteiro monteiroserge at YAHOO.COM
Wed Feb 11 20:50:26 UTC 2009


Caros amigos,

Tenho muito interesse em linguística, e sempre leio as mensagens distribuidas nesta lista.  Por outro lado, eu trabalho em outra área, sendo apenas um ingênuo interessado, o que causa este pedido tão elementar que se segue.

Gostaria de me aprofundar mais nas línguas do nosso pais.  Que livros e outros tipos de publicações vocês recomendam para mim?  Fazendo a recomendação, lembrem-se que se eu sei que há (ou talvez havia) quatro famílias linguísticas no nosso país, eu não sei quais são.  Talvez que o Macro-Jê seja uma, e talvez que o Tupí seja outra.  

O meu interêsse é teórico, na estrutura das línguas, e não em aprender a falar uma ou muitas delas.  Se no processo de me aprofundar eu acabarei aprendendo algumas, ou muitas palavras nas línguas brasileiras, o conhecimento destas palavras é, para mim, secundário ao aprendizado da estrutura das línguas.

Sugiro que respondam diretamente a mim, poupando aos membros da lista de receber indicações bibliográficas elementares, conhecidas por todos os recipientes menos por mim.  O meu correio eletrônico é: MonteiroSerge at yahoo.com.

Obrigado,

Sergio




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Sergio Monteiro

monteiroserge at yahoo.com

--- On Tue, 2/10/09, rick at mbox1.ufsc.br <rick at mbox1.ufsc.br> wrote:
From: rick at mbox1.ufsc.br <rick at mbox1.ufsc.br>
Subject: Re: [etnolinguistica] Imprensa: "Tupis-guaranis já estavam no Sudeste há 3.000 anos"
To: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
Date: Tuesday, February 10, 2009, 10:16 PM











    
            Prezado Eduardo, acredito que a reportagem utilizou "povo  

tupi-guarani" como um termo generico para agricultores/ ceramistas. A  

minha leitura da reportagem éque  simplesmente reforça as evidências  

que ocorreram duas ondas agrícolas no sul e sudeste, a primeira onda  

associada a povos que falam línguas do tronco macro-Jê. Sem  

compreender as ondas tecnoloógicas associadas às ocupações por  

agricultores, resta apenas rotular todas as evidências arqueológicas  

como tupi-guarani. Com certeza a reportagem não se preocupou em  

associar carvão antigo e cerâmica com falantes de línguas atuais, um  

erro comum a todos os leigos. Em resumo, além de confundir alhos com  

bugalhos, acredito que uma onda de ocupação por agricultores de  

sementes (abobora feijão batata doce) está sendo confundido com uma  

ocupação posterior e muito mais intensiva por agricultores que  

acumulavam mais proteina, óleo e amido nas suas roças (de milho e  

mandioca).

Rick Miller



> Alguém mais leu esta matéria, publicada há dois meses

> (http://www1. folha.uol. com.br/folha/ ciencia/ult306u4 80384.shtml)?

>

> O que querem dizer com "o povo tupi-guarani" ? Será que a matéria

> capturou bem o que queria dizer a autora da pesquisa? Em se tratando

> de matéria de "ciência" na Folha, nunca se sabe.

>

> Teria ocorrido ao repórter perguntar como se pôde determinar que os

> responsáveis pela tal fogueira eram representantes do "povo

> tupi-guarani" -- e não, digamos, de povos que os precederam?

>

> Ou será que estão confundindo alhos (a chamada 'tradição Tupiguarani'

> em estudos arqueológicos de cerâmica;

> http://cienciahoje. uol.com.br/ 3283) com bugalhos (a família

> lingüística Tupí-Guaraní ou um de seus subgrupos)?

>

> -----------

> 17/12/2008 - 08h20

>

> Tupis-guaranis já estavam no Sudeste há 3.000 anos

>

> EDUARDO GERAQUE

> da Folha de S.Paulo

>

> O povo tupi-guarani já vivia na região de Araruama (RJ) há 2.920 anos

> (a margem de erro é de 70 anos) --aproximadamente 1.180 anos antes do

> que as evidências científicas indicavam até hoje. A descoberta

> publicada nos "Anais da Academia Brasileira de Ciências" embaralha as

> teorias que tentam explicar a dispersão dessa cultura indígena, que

> teria começado na Amazônia.

>

> A "nova" datação, deduzida a partir dos carvões de uma fogueira

> (provavelmente usada na queima de cerâmica), na verdade foi feita no

> final dos anos 1990. Justamente pelo fato de ser antiga demais, porém,

> a autora do estudo, Rita Schell-Ybert, do Museu Nacional, não

> acreditou que a fogueira pudesse ser obra de humanos, e acabou

> engavetando a análise.

>

> O panorama só começou a mudar recentemente, quando surgiu um outro

> dado. A datação de uma outra fogueira, desta vez de origem funerária,

> no mesmo sítio arqueológico de Morro Grande, município de Araruama,

> mostrou que ela havia sido feita 2.600 anos atrás.

>

> Os tupis-guaranis, diz Schell-Ybert à Folha, enterram seus mortos em

> urnas, mas ao lado eles fazem fogueiras --tanto para "espantar

> espíritos ruins" quanto para "aquecer a alma" do morto e prepará-la

> para entrar no Guajupiá (o Paraíso da mitologia tupi-guarani) .

>

> "Com essa nova datação resolvi voltar ao estudo do final dos anos

> 1990", diz a cientista, que contou com recursos do CNPq (Conselho

> Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Faperj

> (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro). A hipótese de que

> aqueles carvões não tinham sido queimados por humanos acabou descartada.

>

> Uma das pistas que levaram a essa conclusão, explica a antropóloga, é

> a quantidade de cascas observadas nas amostras. "Quando a queima é de

> origem antrópica [humana], existe muito mais casca do que lenha, como

> foi visto", afirma.

>

> Com as duas informações em mãos: a fogueira funerária de 2.600 anos e

> a fogueira doméstica de 2.920 anos, as evidências antropológicas de

> que os tupis-guaranis habitaram aquela região dos lagos fluminenses

> ficou mais robusta. "Nesta área, provavelmente, houve um ciclo de

> ocupação e desocupação", explica.

>

> Mas se os tupis-guaranis chegaram ao atual Sudeste do país faz tempo,

> como eles poderiam ter deixado a Amazônia quase na mesma época, como

> mostram as evidências científicas disponíveis atualmente?

>

> Migração antecipada

>

> "Os resultados são bem surpreendentes. Eles complicam um pouco as

> coisas, talvez até nos levando a rejeitar uma origem amazônica dos

> tupis-guaranis" , afirma Eduardo Neves, antropólogo do Museu de

> Arqueologia e Etnologia da USP.

>

> Neves trabalha em Porto Velho (RO) tentando descobrir se o centro a

> partir do qual os tupis-guaranis se dispersaram era naquela região.

> Segundo ele, as datas potencialmente candidatas para as ocupações da

> Amazônia são as mesmas que as divulgadas agora para o norte do Rio de

> Janeiro, "ou até mais recentes". Mas essas datações, diz o pesquisador

> da USP, são baseadas em dados lingüisticos e não arqueológicos.

>

> Para a pesquisadora do Museu Nacional, essa ocupação antiga dos

> tupis-guaranis no Rio, se não tira a importância da Amazônia como

> centro de origem desse grupo indígena, ajuda a mostrar, talvez, que a

> saída do norte do país começou bem antes do que se imaginava.

>

>



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