Filme Terra Vermelha

[Odair Giraldin]

Prezados membros
Segue abaixo o link do filme Terra Vermelha (sobre o povo Guarani em Dourados). Não consegui baixar, mas é possível assistir na própria rede.

Abaixo, um comentário do filme feito por um mestrando da UFT, aluno do curso de Ciências Ambientais.
At.
Odair Giraldin

> 
> 

> http://www.megavideo.com/?d=G6JFASK4 
> 
> professor, esse filme é uma leitura importante. Acho mesmo q é uma obra 
> considerável, tem um vigor importante, foge dos clichês, e traz a luz um 
> dilema de modo extremamente delicado e voraz. Esse filme tem um tom de 
> escárnio, expressado aqui pelo tipo modorrento dos sujeitos, flerta também 
> com uma estética valente, sabe, na qual a imagem é também uma voz, a imagem 
> é um grito, rompe um poco com os modelos behaivioristas de composição 
> cenica, introduz um olhar sarcástico de tal modo penetrante que o grito das 
> personagens, embora na maior parte do tempo mudos, é ensurrecedor. O foco 
> desse trabalho, em dois jovens, perpassa, por isso mesmo, a época, comum a 
> ambos, de transformação e descoberta. Nessa parte, o filme é lírico, revela 
> uma poesia imanente, nos conduz a um certo lugar da cognição cuja sensação 
> onirica se faz presente. Nesse mundo, o da terra, da posse, do algoz, surge 
> então um lider indigena forte, forte de corpo e de mente, uma espécie de 
> rainha da colméia, do formigueiro, mas esse lider é apresentado de modo 
> espetacular e por isso o torna mais possível, sua força ante o álcool é 
> abatida, como qualquer mortal, mas seu ideal é transcedente e nisso o 
> diretor acerta, na medida em que se mostra frágil, esse indio é de pedra, e 
> como ele come a terra, a metáfora de que é feito da terra é maravilhosa. De 
> outro lado, as mulheres e uma sexualidade latente, um q de contestação da 
> moral ocidental, desse modo de ser do fazendeiro, que ali é o antagonico, 
> essas mulheres, altivas e sensuais escapam a um conceito fácil de nossa 
> parte e nisso mais uma vez o diretor foi feliz, construiu personagens 
> complexas, totalizantes ainda que minimas. Como pano de fundo desse aspecto 
> estético está o conteúdo do filme, o assunto, o conflito entre o fazendeiro 
> e os indios. Claro que o modo como o diretor apresentou o conflito não é 
> neutro, mas evitou demonizar puramente o fazendeiro em nome de uma leitura 
> ecologica fácil, mas ainda assim, delineia uma opinião madura sobre a 
> questão, na medida em que aproxima a sexualidade dos adolescentes (indio e 
> menina branca) o diretor descamba nosso olhar para um campo mais lirico e 
> por isso nos encanta a ponto de  suportar a dor do suicidio que entranha-se 
> na narrativa como um enredo que não desgruda, aliás, o tema da morte é uma 
> constante, se morre por si (no suicidio), se morre sem terra, sem água, sem 
> lugar, se morre de amor, como no caso do capataz que inrompe na india seu 
> másculo ser e perde sua a(r)lma, além da morte da terra, do veneno eivado no 
> eito como se fosse um feito para dar cabo das baratas, a vaca morre, mas a 
> carne é impura porque a vaca é inimiga, e por fim morre o lider. 
> 
> Espero q o senhor goste. 
> 
> Adriano Castorino 
> 
> 
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De: Adriano Batista Castorino <adrianocastorino at uft.edu.br> 
> Para: Odair Giraldin <ogiraldin at yahoo.com.br> 
> Enviadas: Terça-feira, 12 de Maio de 2009 17:17:34 
> Assunto: o filme 
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