Oi

Renato Athias renato.athias at GMAIL.COM
Sat May 16 10:41:33 UTC 2009


Valeu Eduardo e Waldemar.
Não sabia que Potoca vinha do Tupi!
Renato

2009/5/15 Waldemar Ferreira Netto <waldemar.ferreiranetto at gmail.com>

>
>
> Caros,
> Se não me falha a memória (o que é bem possível que ocorra), a
> expressão "oi" ocorre no Auto de São Lourenço, quando o autor
> (Anchieta) quer caracterizar a entrada de alguma das persogens. Não
> tenho o texto aqui, mas creio que é possível se certificar disso na
> edição da IV Centenário, organizada por Maria de Lourdes de Paula
> Martins, que colocou uns míni fac-símiles. Com uma lupa poderosa, acho
> que dá para ver.
> Abraços,
> Waldemar
>
> 2009/5/15 eduardo_rivail <kariri at gmail.com <kariri%40gmail.com>>:
> > Caro Renato,
> >
> > Muito obrigado pelo apoio e o incentivo. Obrigado, também, ao Nonato
> Costa, ao Victor Petrucci e ao Beni Borja, pela acolhida. Esperamos contar
> com a participaçăo de todos. Sim, "quarar" foi o primeiro lexema registrado
> (simbolicamente, até; afinal, o objetivo é, de certa forma, pôr algumas
> velhas idéias para quarar). Dę uma olhada:
> >
> > http://www.etnolinguistica.org/tupi:quarar
> >
> > Quanto ŕ provável origem do cumprimento "oi", tendo a concordar com a
> explicaçăo do colega Geraldo Faria. Interjeiçőes tendem a coincidir em
> línguas as mais diversas e, por outro lado, podem variar bastante dentro de
> uma mesma língua. A exemplo das chamadas "palavras de berçário" (papa, mama,
> caca), săo pouco confiáveis para o estabelecimento de relaçőes genéticas ou
> de contato lingüístico. A propósito: alguém sabe se algo parecido com "oi!"
> teria ocorrido em Tupinambá?
> >
> > Agora, em resposta a algumas das questőes levantadas pelo Victor, seria
> mesmo interessante incluir, na discussăo dos verbetes, informaçőes sobre o
> seu tratamento por outros autores (tanto a definiçăo, quanto sugestőes
> etimológicas). É o que faço, a título de ilustraçăo, no verbete 'quarar'
> (citando Amadeu Amaral). No caso de 'jirau', pode ser que afinal o Aurélio é
> que estivesse correto (no possível original Tupí que menciono, com base em
> Lemos Barbosa, fica sem explicaçăo a semivogal final). Colegas com acesso a
> fontes mais completas -- sem falar nos vários especialistas em Tupinambá e
> na família Tupí-Guaraní, membros desta lista -- podem ajudar a esclarecer
> este e outros pontos duvidosos (e esta é uma das vantagens de um trabalho
> cooperativo como este).
> >
> > Há, claro, centenas de termos de origem Tupí cujo uso é restrito
> (inclusive nomes científicos de plantas e animais). Embora estes lexemas
> sejam também importantes, eu sugiro, no entanto, que cada entrada a ser
> introduzida se baseie no repertório lingüístico do autor do lexema, como
> falante nativo de uma dada variedade do portuguęs brasileiro. É isso que
> tenho em mente ao falar do Tupí nosso de cada dia. Por exemplo, embora a
> forma de dicionário seja algo como "teiú", a forma que adquiri desde menino
> é "tiú" (um lagarto preto, comestível, que tem uma predileçăo por ovos,
> dando prejuízo ao dono do galinheiro). Posso afirmar, com um certo grau de
> certeza, que essa é a forma usada em Goiás. Colegas falantes de outros
> dialetos podem acrescentar informaçőes sobre sua própria pronúncia. Assim,
> pouco a pouco, vamos tendo uma visăo mais precisa da distribuiçăo e variaçăo
> de um determinado lexema.
> >
> > Achei bacana a idéia do texto do Victor, como ferramenta didática. Mas,
> para os nossos propósitos atuais, é bom deixar inicialmente de lado palavras
> cuja difusăo se deu muito mais por meio literário e escolar. Por exemplo,
> Tupă, saci e curupira săo, para mim, termos puramente escolares (ou seja,
> năo fazem parte do meu universo etnolingüístico de caipira goiano; só
> aprendi sobre eles nos velhos livros de Educaçăo Moral e Cívica e no Sítio
> do Pica-Pau Amarelo, na TV). Por outro lado, perebas, catapora e taturanas
> (infelizmente) e paçoca, beiju, arapuca e pirăo (felizmente), sim, fazem
> parte do meu universo lingüístico extra-escolar. Certas palavras, inclusive,
> fazem parte de provérbios ou "dizeres", o que ajuda a ilustrar seu valor
> etnolingüístico. Por exemplo: "Por vocę, fulana, eu carrego água em jacá."
> >
> > Aqui vai, a propósito, uma pequena lista de palavras (Tupi, será?) que me
> ocorreram (e cuja etimologia ainda năo pude encontrar nas fontes de que
> disponho no momento):
> >
> > suă
> > capiau
> > catira
> > potoca
> > coró
> > jia (ou gia?)
> > curau
> >
> > Se tais termos fazem parte do repertório lingüístico de qualquer um de
> vocęs (e se sua origem e, talvez, etimologia podem ser determinadas), por
> favor, sintam-se "cordialmene intimados" a incluí-los como verbetes.
> >
> > Uai, entăo "cambota" também seria Tupí? Se for, que maravilha. Fazia
> tempo que năo ouvia esta palavra; valeu, Victor, pelo presente!
> >
> > Abraços,
> >
> > Eduardo
> >
> > --- Em etnolinguistica at yahoogrupos.com.br<etnolinguistica%40yahoogrupos.com.br>,
> Renato Athias <renato.athias at ...> escreveu
> >>
> >> Eduardo,
> >> GENIAL! PARABENS pela iniciativa.
> >> Năo vi a palavra QUARAR no vocabulario.... quem vai colocar?
> >> A palavra  "oi" também na seria de origem tupi?
> >>
> >> Renato
> >>
> >> 2009/5/14 eduardo_rivail <kariri at ...>
> >>
> >> >
> >> >
> >> > Prezados,
> >> >
> >> > Recentemente, eu e o colega Emerson José Silveira da Costa (que
> mantém,
> >> > entre outras iniciativas, o site http://tupi.wikispaces.com/) demos
> início
> >> > a um projeto de compilaçăo do vocabulário de origem Tupí que ocorre no
> nosso
> >> > portuguęs do dia-a-dia. A participaçăo é aberta a todos os
> interessados. O
> >> > endereço é o seguinte:
> >> >
> >> > http://www.etnolinguistica.org/tupi
> >> >
> >> > Usuários do Twitter podem se manter informados acerca de novos
> verbetes
> >> > acompanhando-nos no seguinte endereço:
> >> >
> >> > http://twitter.com/abanheenga
> >> >
> >> > Cada verbete deverá incluir informaçőes etimológicas, indicaçăo de
> fontes
> >> > bibliográficas e exemplos concretos de uso (năo apenas literários ou
> da
> >> > mídia, mas também exemplos pessoais fornecidos pelos usuários e
> membros do
> >> > projeto), com a devida indicaçăo de sua distribuiçăo geográfica. A
> exemplo
> >> > dos demais recursos disponíveis em Etnolinguistica.Org, cada verbete
> pode
> >> > ser comentado por qualquer um que se cadastre no site.
> >> >
> >> > Um dos objetivos principais é fornecer, ao público geral, uma fonte
> >> > confiável (e interativa) sobre a presença da herança cultural indígena
> no
> >> > cotidano do brasileiro. Além disso, o projeto pode vir a ter
> resultados
> >> > científicos igualmente relevantes, contribuindo para esclarecer a
> >> > distribuiçăo geográfica dos vocábulos de origem Tupí, detectar
> diferenças
> >> > regionais em pronúncia e escopo semântico, etc.
> >> >
> >> > Esperamos poder contar com a participaçăo de todos os interessados!
> >> >
> >> > Atenciosamente,
> >> >
> >> > Eduardo
> >> >
> >> >
> >> >
> >>
> >
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