Imprensa: Did Polynesians Sail to South America?

Victor Petrucci vicpetru at HOTMAIL.COM
Sun Dec 12 13:55:07 UTC 2010


Caros amig at s

C.c. Sacha

Já que se tocou no "taboo" das relações externas dos ameríndios, vão aqui algumas considerações.

Isoladamente, a linguística não é a melhor área para provar nada. É apenas uma das ferramentas que poderia estabelecer algum tipo de interação entre os polinésios e os ameríndios. Se quisermos ir mais longe e "botar mais lenha na fogueira" a discussão deveria se estender para possíveis contatos com asiáticos (extra América do Norte) e com negros como parece ser o caso de Pedra Furada (PI). Uma coisa parece certa: a linearidade matemática e cartesiana da linguística histórica norte-americana (Clovis, etc.) caiu por terra. A datas não batem mais, para as populações indígenas do Brasil, Chile, etc.

Se os vestígios linguísticos polinésicos, se é que existiram (fora do já comprovado: Ilha de Páscoa - Chile), desapareceram ou foram profundamente alterados, é no conjunto de várias ciências que deveriamos estar investigando. Cito a genética do DNA mitocondrial como um exemplo. Há outros.

Pois bem, isso nos remete às velhas discussões sistematizadas por Swadesh quanto à capacidade de retenção das línguas e sua alteração léxica e semântica ao longo do tempo. Há anos consultei nossa amiga Aikhenvald, hoje residente na Austrália se havia algo "sério" sobre uma possível contribuição linguística entre a Polinésia (incluindo o malaio) e a costa pacífica e sul da América do Sul. Sua resposta categórica foi não.

Para os polinésios o tema também já foi intrigante. Parece-me que atualmente não o é mais. Em antigo artigo do JPS - Journal of the Polynesian Society, datado de 1942 e baseado na argumentação de Nordenskiold, uma das poucas fontes de pesquisa comparativa Ameríndio-polinésico na época, podemos ver o cerne da discussão. http://www.jps.auckland.ac.nz/document/Volume_51_1942/Volume_51,_No._2/Oceanian_influence_on_American_Indian_culture._Nordenskiold%26%2339%3Bs_view,_by_Kenneth_P._Emory,_p_126-135

Independentemente da veracidade ou da qualidade dos dados que alguns "excentricos" já citaram de forma isolada e assistemática seguen diversos possíveis cognatos. Reproduzo alguns tirados da "louca" obra do saudoso amigo Caldas Tibiriça, um dos "gênios malditos" da tupinologia.

Malaio (M)
M aya "pai" quechua yaya "pai"
M buyung "vaso, urna", quechua puyñu "cântaro grande"

M ang 2P, tupi ang'a "este, -a"
M apa "interrogativo", tupi -pa "idem"
M api "fogo", tupy api "queimar"
M hambus "soprar, ressonar". tupi ambu "roncar"
M parit "fossa, canal", pari "cercado para pesca"
M perang "marrom", tupi pirang "vermelho"
M ram'u "coleção", tupi ram'a "coletivo"
M saj'a "só, somente", tupi sãi "só somente, apenas"

M ka-ká "irmão mais velho", kaingang ka-ká "idem"
M garam "saboroso", kaingang "grem "doce"
M goreng "fritar", kaingang grang "assar"
M kayangan "céu", kaingang kaikan "idem"
M panah "arco para flecha", kaingang panó "atirar frlecha"
Ma ra "indicativo de direção", kaingang ra "idem"

M hul'u "cabeça", maia hool "cabeça"
M pag'i "manhã", maia guatemalteco pag "amanhecer"
M suh "calor vital", maia zu "força interior"



M dah "fronte, testa", atabasca dal "crânio"

M orang "homem", botocudo orang "homem jovem" e vai por aí mais uma dezena de termos, como disse isolados e insuficientes para se provar qualquer coisa.



Abraços


Victor A. Petrucci

Campinas - Brasil




To: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
From: phonosemantics at earthlink.net
Date: Sat, 11 Dec 2010 09:22:12 -0500
Subject: Re: [etnolinguistica] Imprensa: Did Polynesians Sail to South America?


















 



  


    
      
      
      Kathryn Klar has considered linguistic connections here, as mentioned in the article (see links to her papers at http://celtic.berkeley.edu/facultyprofiles.html#Klar)



The Yahgan term for 'driftwood' is ummvx (v schwa, x velar voiceless fricative). Compare with Chumashan wi'ma



And the Yahgan term for canoes of marauders from the north(west), traditionally considered to be Kawesqars, uses the root vwa:g- compare with the 'Oceanic form *waga ‘large sailing canoe’ or ‘(generic) canoe’. I've read that hese canoes were made of planks, as opposed to the bark canoes of the Yahgans. On the other hand Chumashan *swax.



A Yahgan term for an old or worn out canoe is te:atel, compare with various *tia 'sew' and Gabrielen~o ti'at. In addition, a great variety of Yahgan words dealing with lines, ropes, filaments, and sewing, etc. can be internally reconstructed as containing a morpheme *i:  More curiously, the Yahgan term for a community of people to emigrate by water is ata. 



While in the eastern areas the generic term for 'canoe' is a:nan, in the south (towards Cape Horn) the general term was chvpahr (hr is a fricative derived from /d/ or /t/). Compare to tomolh. Yahgan has alternation of m vs. p (for example da:pvsh 'breast, milk' versus tvmmvshka, etc. 'breast') in certain forms, as well as ch vs. t (some 'breast' forms also begin with ch rather than t).



Yahgan has a good number of plural verbs- one of which is a:lu: for pl to be on board (sg. is kvna)- compare to kialoa?



Jess Tauber





    
     

    
    






   		 	   		  
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