Livro sobre nheengatu

Emerson José Silveira da Costa emerson.costa at GMAIL.COM
Thu Jun 17 16:33:23 UTC 2010


Em 11 de junho de 2010 20:10, Denny Moore <moore at amazon.com.br> escreveu:

> Caro Emerson,


> Em anexo está um artigo sobre nheengatu, de 1993.


> Nheengatu (Língua Geral Amazônica), its History, and the Effects of
> Language Contact.  Moore, Denny, Sidney Facundes e Nádia Pires.  Survey of
> California and other Indian Languages, Report 8, Proceedings of the Meeting
> of the Society for the Study of the Indigenous Languages of the Americas,
> July 2-4, 1993 and the Hokan-Penutian Workshop, July 3, 1993, Columbus,
> Ohio, pp. 93-118.  Volume ed. por Margaret Langdon, série ed. por Leanne
> Hinton.


> Abraços,


> Denny


Muito obrigado pelo PDF, Denny. Na verdade eu já conhecia esse texto, ele
está disponível no etnolinguística.org <http://xn--etnolingustica-8lb.org> —
http://biblio.etnolinguistica.org/moore_1993_nheengatu —, mas é muito melhor
tê-lo como texto (126Kb), tal como me mandaste, do que como imagens
escaneadas das páginas (1.166Kb).

A descrição dos vários padrões de frases do nheengatu moderno é muito útil.
Falta porém vocabulário para operar a língua. Não que não haja bastante
material léxico por aí, mas a maioria é desatualizada e não usa uma
ortografia consistente, ou que seja clara para quem não tem acesso à língua
in loco ("i" e "u" que não sabemos se são vogais ou semivogais, por
exemplo).

A propósito... na ortografia de teu artigo eu vejo que se usa "y" e "w" no
início das sílabas, mas "i" (e talvez "u", mas não achei exemplos disso no
texto) no final. Como não tenho formação linguística, fico curioso sobre o
critério que determina a grafia "putái" em vez de "putáy", por exemplo.


Em 15 de junho de 2010 13:11, aline.cruz <aline.cruz at uol.com.br> escreveu:

> Das últimas vezes que estive em Manaus, a gramática de Casasnovas podia ser
> encontrada em livrarias (especialmente aquela que se encontra em frente ao
> museu antropológico). Também podia ser adquirida na loja de artesanato
> Wariró em São Gabriel da Cachoeira.
>
Olá, Aline. Minha esposa tem parentes em Manaus. Pode ser um jeito de obter.
Mas procurando por "museu antropológico manaus" no Google não achei nenhuma
referência óbvia. Mas encontrei referências a um Museu Amazônico da
Universidade Federal do Amazonas: http://www.museuamazonico.ufam.edu.br/ . É
este?

> A gramática foi escrita por um padre, sem formação em lingüística, quando o
> mesmo vivia na comunidade de Assunção do Içana. O ponto forte é a coleção de
> textos, entre as páginas 64 e 101, com tradução justalinear (mas sem glosa).
> O autor também disponibiliza um vocabulário entre as páginas 102 a 152.
>
A língua em uso e léxico moderno, que bom. :-) E que tal a grafia que ele
adota?

> Quanto à parte gramatical, o autor impõe análises baseada na tradução, mas
> que não se justificam em termos de estrutura interna. Por exemplo, chama de
> ‘verbo’ a partícula de reportativo ‘paa’; considera como sufixo de plural
> ‘ita’, cuja função é apresentar a idéia de “muitos” e de forma alguma é
> obrigatória, etc. De fato, para a análise gramatical do Nheengatú, acredito
> que vale mais a pena consultar textos escritos por linguistas. Para
> fonologia, Borges (1991). Já para esquemas gramaticais, vale a pena
> consultar Moore, Facundes & Pires (1993) e Taylor (1985). Um dicionário
> moderno do Nheengatú foi escrito por Grenand & Ferreira, mas não se compara
> ao dicionário de Stradelli (1929) que continua sendo a obra mais completa
> sobre a língua.
>
Aí volta o meu problema: Como obter (cópias d)esses trabalhos, morando aqui
em Belém?

> Além dessas obras já publicadas, o professor Gerald Taylor está em vias de
> publicação de dois artigos sobre a língua e eu estou preparando um estudo
> gramatical sobre a variedade falada no Rio Negro por Baré, Baniwa e
> Werekena. Apresentei algumas comunicações preliminares da pesquisa em
> eventos de linguistica, posso lhe enviar alguns dos handouts.
>
Aceito de bom grado. :-)

> Também há um livro sobre o processo de fabricação do bongo (canoa gigante),
> escrito por Werekenas falantes de Nheengatú na comunidade de Anamuim
> (Cordeiro, Ms).
>
"Como fazemos o bongo". Legal. Eis aí uma obra na qual que gostaria de pôr
as mãos quando saísse...

--
P.S.: Para vocês que estudam a língua formalmente, Denny e Aline e quem mais
estiver lendo, provavelmente vocês já conhecem, mas há um texto moderno
relativamente longo na língua no próprio sítio da Etnolinguística. É uma
tese de mestrado sobre o Baníwa em que o autor incluiu, depois do texto
principal em português, uma tradução em nheengatu, ao longo de 44 páginas:

http://www.etnolinguistica.org/tese:melgueiro-2009
Melgueiro, Edilson Martins. 2009
Sobre a natureza, expressão formal e escopo da classificação lingüística das
entidades na concepção do mundo dos Baníwa. Orientação: Ana Suelly Arruda
Câmara Cabral, Aryon Dall'Igna Rodrigues. Mestrado, UnB.

Pode compor o "corpus" de algum trabalho futuro.

-- 
Emerson José Silveira da Costa
http://tupi.wikispaces.com
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