Tribo amaz=?iso-8859-1?Q?=F4nica_?=e conceito de tempo

spinozist2 christopher.sinha at GMAIL.COM
Thu May 26 15:26:30 UTC 2011


Desculpe pelos erros na minha escrita Portuguesa. Eu sou um dos autores
do estudo:

Sinha, C., Silva Sinha, V. da, Zinken, J. and Sampaio, W. (2011)
When Time is not Space: The social and linguistic construction of time
intervals and temporal event relations in an Amazonian culture. Language
and Cognition, 3(1): 137-169.

e tambem do outro artigo referido por Antonio:

Sampaio, W., Sinha, C. & Silva Sinha, V. da. (2009) Mixing and mapping:
motion, path and manner in Amondawa. In Jiansheng Guo, Elena Lieven,
Nancy Budwig, Susan Ervin-Tripp, Kei Nakamura, (eds.) Crosslinguistic
Approaches to the Study of Language. Research in the tradition of Dan
Isaac Slobin. London and New York: Psychology Press, pp. 427-439.

Os dois artigos vem ser collocado em breve no site de etnolinguistica.

A confusao de Rondonia com Roraima e sobre o titulo do estudio/da
revista surge da traducao/reproducao errado do relatorio em Ingles do
BBC, agora o BBC Brasil tem corrigido o relatorio Portugues:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/05/110521_triboamazonia_te\
mpo_pai.shtml
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/05/110521_triboamazonia_t\
empo_pai.shtml>

Outras jornais (Folha de SP, Estadao etc) simplesmente estao copiando o
erro no site do BBC nas primeiras horas de divulgacao.

Saudações do Chris na Inglaterra


--- Em etnolinguistica at yahoogrupos.com.br, Antonio Marcos Pereira
<antoniomarcospereira at ...> escreveu
>
> É, Eduardo, vc tem razão, a matéria foi horrenda, e tá
faltando inclusive
> aprender Inglês por parte dos jornalistas aí. Tb acho que há
algo para
> refletir nessa necessidade periódica de mais uma encarnação do
que há alguns
> anos foram os Pirahã.
>
> Mas, apesar de ter seu nome envolvido nessa infelicidade, creio que
Chris
> Sinha é um pesquisador sério e correto - fiz cursos com ele na
UFMG qdo ele
> era arroz de festa por lá, aprendi muito, e confio que há algo
de valor na
> pesquisa dele. Mais que isso demandará a leitura atenta do material
que
> supostamente dá sustentação às afirmações veiculadas.
Achei um pre-print
> aqui:
>
> http://www.sedsu.org/Pdf/SinhaJoP/MixingandMapping.pdf
>
> <http://www.sedsu.org/Pdf/SinhaJoP/MixingandMapping.pdf>Alguém
conhece a
> Wany?
>
> Em 25 de maio de 2011 12:01, Eduardo Ribeiro kariri at ... escreveu:
>
> >
> >
> > Pois é, Odileiz; uma lástima mesmo. Pior ainda é que um
jornal do
> > Brasil tenha que reproduzir matéria da BBC (algo que, nos meus
tempos de
> > jornalismo, chamávamos "gillette press") sobre assunto brasileiro
-- e
> > reproduzem com equívocos. A matéria da BBC, pelo menos, não
misturou
> > Rondônia com Roraima:
> >
> > http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-13452711
> >
> > A FSP também confunde o nome do periódico em que o estudo foi
publicado (*Language
> > and Cognition*) com o nome do artigo. Eis o que diz a BBC:
> >
> > "The study, in Language and Cognition, shows that while the Amondawa
> > recognise events occuring in time, it does not exist as a separate
concept."
> >
> > E eis a "interpretação" da FSP:
> >
> > "O estudo feito com os Amondawa, chamado "Língua e Cognição",
mostra que,
> > ainda que a tribo entenda que os eventos ocorrem ao longo do tempo,
este não
> > existe como um conceito separado."
> >
> > Abraços,
> >
> > Eduardo
> >
> > 2011/5/25 MOSC odileiz at ...
> >
> >>
> >>
> >> Que lástima, nem um jornal de fama consegue desfazer o
equívoco
> >> geográfico: sempre trocam Rondônia por Roraima e vice-versa.
> >>
> >>
> >>
> >> Não existe na Universidade Federal de Roraima ninguém
trabalhando com os
> >> Amondawa.
> >>
> >>
> >>
> >> Saudações do Extremo Norte do Brasil, Roraima.
> >>
> >>
> >>
> >> Odileiz Cruz (UFRR)
> >>
> >>
> >>
> >>
> >>
> >> ---
> >>
> >> *----- Original Message ----*
> >> *From:* sfacundes at ...
> >> *Reply-To:* etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> >> *To:* etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> >> *Date:* Tue, 24 May 2011 14:37:22 +0700
> >> *Subject:* [etnolinguistica] Tribo amazônica e conceito de tem
po
> >>
> >>
> >>
> >> Numa leitura rápida, parece uma generalização perigosa.
Obviamente
> >> diferentes línguas categorizam certos aspectos do universo de
formas
> >> distintas. Agora, apesar de minha inclinação cognitivista,
até que ponto
> >> algumas dessas categorizações linguísticas podem ser
reduzidas a categorias
> >> mentais específicas, quais categorias mentais seriam essas, e se
a sua
> >> ausência formal numa língua implicaria a sua ausência como
categoria mental,
> >> hmm... not sure.
> >>
> >> Sidi.
> >>
> >>
> >>
> >>
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/919488-tribo-amazonica-desconhece-conce\
ito-de-tempo-diz-estudo.shtml
> >>
> >>
> >> Iniciar impressão | Voltar para página
> >>
> >> 23/05/2011 - 09h59
> >> Tribo amazônica desconhece conceito de tempo, diz estudo
> >>
> >> DA BBC NEWS
> >>
> >> Pesquisadores brasileiros e britânicos identificaram uma tribo
amazônica
> >> que, segundo eles, não tem noção do conceito abstrato de
tempo.
> >>
> >> Chamada Amondawa, a tribo não possui as estruturas
linguísticas que
> >> relacionam tempo e espaço --como, por exemplo, na tradicional
ideia de "no
> >> ano que vem".
> >>
> >> O estudo feito com os Amondawa, chamado "Língua e Cognição",
mostra que,
> >> ainda que a tribo entenda que os eventos ocorrem ao longo do tempo,
este não
> >> existe como um conceito separado.
> >>
> >> A ideia é polêmica, e futuras pesquisas tentarão
identificar se isso se
> >> repete em outras línguas faladas na Amazônia.
> >>
> >> Vera Silva Sinha
> >>
> >> Tribo amazônica que desconhece conceito de tempo, os Amondawas
mudam de
> >> nome conforme a idade avança
> >> O primeiro contato dos Amondawa com o mundo externo ocorreu em
1986, e,
> >> agora, pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Reino Unido) e
da
> >> Universidade Federal de Roraima começaram a analisar a ideia de
tempo da
> >> forma como ela aparece no idioma falado pela tribo.
> >>
> >> "Não estamos dizendo que eles são 'pessoas sem tempo' ou
'fora do tempo'",
> >> explicou o professor de psicologia da língua na Universidade de
Portsmouth,
> >> Chris Sinha.
> >>
> >> "O povo Amondawa, como qualquer outro, pode falar sobre eventos e
> >> sequências de eventos", disse ele à BBC. "O que não
encontramos foi a noção
> >> de tempo como sendo independente dos eventos que estão
ocorrendo. Eles não
> >> percebem o tempo como algo em que os eventos ocorrem."
> >>
> >> Tanto que a tribo não tem uma palavra equivalente a "tempo", nem
mesmo
> >> para descrever períodos como "mês" ou "ano".
> >>
> >> As pessoas da tribo não se referem a suas idades --em vez disso,
assumem
> >> diferentes nomes em diferentes estágios da vida, à medida que
assumem novos
> >> status dentro de sua comunidade.
> >>
> >> Mas talvez o mais surpreendente seja a sugestão dos
pesquisadores de que
> >> não há interconexão entre os conceitos de passagem do
tempo e movimento pelo
> >> espaço.
> >>
> >> Ideias como um evento que "passou" ou que "está muito à
frente" de outro
> >> são comuns em muitas línguas, mas tais construções
linguísticas não existem
> >> entre os Amondawa.
> >>
> >> "Isso não significa que (as construções) estão além das
capacidades
> >> cognitivas da tribo", prosseguiu Sinha. "Apenas não são
usadas no seu
> >> dia-a-dia."
> >>
> >> Quando os Amondawa aprenderam português, que está se tornando
mais comum
> >> entre eles, eles facilmente incorporam a noção do tempo em sua
linguagem.
> >>
> >> A hipótese dos pesquisadores é de que a ausência do
conceito de tempo se
> >> origina da ausência da "tecnologia do tempo" --por exemplo,
sistemas de
> >> calendário e relógios.
> >>
> >> Isso, por sua vez, pode estar relacionado ao fato de que, como
muitas
> >> tribos, o sistema numérico detalhado dos Amondawa é limitado.
> >>
> >> TERMOS ABSOLUTOS
> >>
> >> Tais argumentos não convencem Pierre Pica, linguista teórico
do CNRS
> >> (Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica), que foca
seus estudos em
> >> uma outra língua amazônica, conhecida como Mundurucu.
> >>
> >> "Relacionar número, tempo e espaço por uma simples ligação
causal parece
> >> sem sentido, com base na diversidade linguística que
conheço", disse ele à
> >> BBC News.
> >>
> >> Pica diz que o estudo sobre os Amondawa "tem dados muito
interessantes",
> >> mas argumentos simplificados.
> >>
> >> Sociedades pequenas como os Amondawa tendem a usar termos absolutos
para
> >> relações espaciais normais --por exemplo, referir-se à
localização
> >> específica de um rio que todos na comunidade conhecem bem, em
vez de usar
> >> uma palavra genérica para rios.
> >>
> >> Em outras palavras, enquanto os Amomdawa podem ver a si mesmos se
movendo
> >> através de arranjos temporais e espaciais, seu idioma talvez
não reflita
> >> isso de uma maneira óbvia.
> >>
> >> Novos estudos devem aprofundar o conhecimento sobre o assunto, diz
Sinha.
> >>
> >> "Queremos voltar (à tribo) e verificar (a teoria) novamente
antes que a
> >> língua desapareça --antes que a maioria da população
comece a aprender desde
> >> cedo a usar sistemas de calendário."
> >>
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> >>
> >> Endereço da página:
> >>
> >>
> >>
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/919488-tribo-amazonica-desconhece-conce\
ito-de-tempo-diz-estudo.shtml
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> >>
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> >>
> >
> >
> > --
> > Eduardo Rivail Ribeiro, lingüista
> > http://wado.us
> >
> >
> >
>
>
>
> --
> Antonio Marcos Pereira
> Prof Adjunto I
> Departamento de Letras Vernáculas
> Universidade Federal da Bahia
> Av. Barão de Jeremoabo, 147 - Ondina
> Salvador Bahia Brasil
> 40170-290
> 00 55 71 32836237
> 00 55 71 91259485
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