Imprensa: "L=?ISO-8859-1?Q?=EDngua_portuguesa_esconde_produ=E7=E3o_cient=EDfica_?=nacional"

Eduardo Ribeiro kariri at GMAIL.COM
Tue Oct 4 23:17:20 UTC 2011


Prezados,

Aí vai uma matéria da Fôia, pra refletirmos:

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/977932-lingua-portuguesa-esconde-producao-cientifica-nacional.shtml

Parece-me que as relações de causa e efeito, citadas na matéria, estão
às vezes de trás pra frente.

Abraços,

Eduardo

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20/09/2011 - 10h45
Língua portuguesa esconde produção científica nacional

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

O Brasil é o 13º país na lista dos que mais publicam artigos
científicos. Mas, quando o assunto é quantas vezes cada texto é citado
por outros pesquisadores, o país vai mal.

Isso acontece principalmente por um motivo: 60% dos artigos publicados
por aqui estão em português. E, diferentemente de países como a
Espanha, boa parte dos cientistas daqui prefere publicar em revistas
brasileiras.

A questão foi levantada em um evento da Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo), realizado na sexta-feira passada,
que discutiu o desempenho dos periódicos brasileiros.

O interesse da Fapesp pelo assunto é claro: não adianta financiar as
pesquisas se ninguém repercutir os resultados dos trabalhos.

"Precisamos pensar quais artigos devemos publicar só em português, só
em inglês e quais devem estar nas duas línguas", disse Abel Packer,
coordenador operacional do SciELO --base que reúne revistas
científicas com acesso aberto na internet.

PIOR NAS HUMANAS

Em áreas como linguística, letras, artes e ciências sociais aplicadas
a situação é pior.

Além dos artigos majoritariamente em língua portuguesa, cerca de 65%
dos resultados de pesquisas nessas disciplinas estão em livros -que
também estão em português.

"Mas em áreas como a linguística pode não fazer tanto sentido publicar
em outro idioma", diz Packer. "O ideal, claro, seria que todas as
revistas tivessem também uma versão em inglês. Mas isso teria um custo
muito alto", completa.

Hoje, o governo gasta cerca de R$ 5 milhões anuais com as revistas nacionais.

Mas para Luís Reynaldo Alleoni, editor da "Scientia Agrícola", da USP
de Piracicaba, "passar as revistas brasileiras para a língua inglesa é
um caminho sem volta."

O periódico está em inglês desde 2003. Com isso, as citações
aumentaram, e o número de artigos de cientistas estrangeiros passou de
5%, em 2002, para 11% em 2010.

Parcerias também aumentam o impacto dos artigos. As citações dos
estudos nacionais crescem 50% quando os trabalhos são feitos em
colaboração internacional.

Para Rogério Meneghini, coordenador científico do SciELO, há uma
espécie de "transferência do impacto" do artigo quando uma instituição
brasileira publica um trabalho com outra estrangeira mais renomada.

"Mas, além de ter pouca colaboração entre países, o Brasil tem um
número pequeno de artigos produzidos entre as próprias instituições
nacionais", diz Meneghini.

O SciELO recomenda, cada vez mais, que as revistas nacionais estejam
em inglês. "Mas a escolha do idioma ainda é uma decisão editorial da
revista", conclui Packer.

-- 
Eduardo Rivail Ribeiro, lingüista
http://wado.us
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