A cr=?iso-8859-1?Q?=EDtica_?=do Prof. Eduardo de Almeida Navarro

Eduardo de Almeida Navarro edalnava at YAHOO.COM.BR
Wed Feb 22 15:45:33 UTC 2012


Senhor Victor Petrucci,
 
Se o senhor "não é nada", como diz, não deveria endossar a argumentação de ninguém. É bem esse o espírito atual do mundo acadêmico, o do corporativismo tacanho. 
O mundo precisa é de homens autênticos, que digam como os antigos:
 
"Amicus Plato, sed magis amica veritas". ("Platão é amigo, porém mais amiga é a verdade.")
 
Atenciosamente,
Eduardo de Almeida Navarro 


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De: Victor Petrucci <vicpetru at hotmail.com>
Para: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br 
Enviadas: Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012 11:15
Assunto: RE: [etnolinguistica] A crítica do Prof. Eduardo de Almeida Navarro





Caro Dietrich

Muito bem colocado. Eu que "não sou nada" endosso suas argumentações e fiquei igualmente chocado ao ler o e-mail inicial. Tive vontade de polemizar mas não o fiz.

Um abraço

Victor A. Petrucci



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To: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
From: dietriw at uni-muenster.de
Date: Wed, 22 Feb 2012 10:08:06 +0100
Subject: [etnolinguistica] A crítica do Prof. Eduardo de Almeida Navarro

  
A discussão aberta dos últimos dias tornou-se absurda e desagradável. A
atitude do senhor crítico, sim, é deselegante e mostra uma falta de
maturidade. Sua crítica é imprópria porque feita em público, às costas de uma
jovem pesquisadora, e porque feita por parte de um "tupinólogo" que é
filólogo, mas não linguista, que não quer um trabalho de linguística, mas de
filologia. Isso se evidencia mais que nada na sua atitude exaltada - e por
isso inaceitável - de "normatividade".
O trabalho que ele critica é um trabalho de linguística ! O autor da resenha
pública critica um trabalho de linguística para fazer uma crítica geral da
linguística e montar uma polêmica, em várias páginas da sua resenha, contra
Aryon Rodrigues, que é verdadeiro linguista e grande autoridade na linguística
histórica e descritiva do Tupinambá, e evidentemente seu concorrente na
matéria. Isso é um procedimento injusto.
A tese de Aline da Cruz não é mediocre, absolutamente não; é uma obra valiosa,
baseada em trabalho de campo, como deve ser, não em textos escritos de pessoas
que não são falantes nativos.
As falhas óbvias têm que ser emendadas, mas trata-se de falhas que não
desvalorizam os grandes méritos da obra de Aline da Cruz, a primeira descrição
científica do Nheengatú atual. Eu conheço a Aline, tive troco de emails com
ela sobre questões metodológicas e de detalhe. Ela estava, na Holanda, em mãos
de grandes especialistas de línguas indígenas sul-americanas e de teoria
linguística. A Holanda hoje é o centro europeu da pesquisa linguística de
línguas indígenas.

Eu não sou brasileiro, talvez não competente para interferir em polêmicas
entre brasileiros, porém tenho conhecimentos não só de Tupinambá ("Tupi
antigo"), mas também de línguas Tupi em geral e Tupí-Guaraní em especial. Eu
sei o que é filologia - até sou sócio correspondente da Academia Brasileira de
Filologia -, mas não gosto de confusões entre filologia e linguística, que são
disciplinas com objetos e objetivos diferentes.

Atenciosamente,

Wolf Dietrich
(catedrático emérito de linguística românica da Universidade de Münster,
Alemanha)




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