1 ª Chamada: Encontro PARTÍCULAS / Núcleo de Tipo =?iso-8859-1?Q?logia_Lingu=EDstica_?=(UnB)

Flavia de Castro Alves flaviacastro at UNB.BR
Thu Jun 20 17:51:57 UTC 2013


PARTÍCULAS: 4 A 6 DE DEZEMBRO DE 2013
NúCLEO DE TIPOLOGIA LINGUíSTICA*
UNIVERSIDADE DE BRASíLIA (UNB), BRASIL
 
O Encontro PARTÍCULAS se realizará de 4 a 6 de dezembro de 2013 na
Universidade de Brasília (UnB). Convidamos os interessados em participar a
submeter seus resumos sobre esse tema até o dia 31 de agosto de 2013 (mais
informações abaixo). Português é a língua recomendada para as
apresentações, mas espanhol e inglês são igualmente aceitos.
 
Raras são as descrições de línguas que prescindem da noção de partícula.
Mais raras ainda aquelas que fornecem da categoria uma definição outra que
negativa ("aquilo que não coube em nenhuma das classes identificadas até
aqui") ou enumerativa ("os morfemas x, y, z"). As abordagens mais
teoricistas não se saem muito melhor. As partículas têm merecido uma
atenção bem menor de que outra noção problemática, a de clítico. E quando a
mereceram, algumas foram assimiladas à categoria dos clíticos , outras à
subclasses de subclasses de classes mais convencionais de palavras (o /TO/
do infinitivo inglês seria o único componente de uma dessas sub- sub-
subclasses). Resultado: as partículas têm pouca ou nenhuma existência como
ente sintático, porém fenômenos gramaticais continuam sendo estudados,
qualquer que seja o referencial teórico, em termos de partículas. Devemos
nos perguntar se sua inconsistência formal e sua heterogeneidade funcional
decorrem de uma propriedade inerente à morfossintaxe em si: ela detém
regiões mais ou menos desprovidas de estrutura (a princípio, o próprio do
léxico). Ou se tal situação é simplesmente fruto da incúria dos linguistas
na hora de se deparar com os dados concretos das línguas particulares. Se
esse for o caso, não deixaria de lembrar o desafio que encarou nos anos
setenta E. Keenan acerca do sujeito. É sabido que aquele celebrado artigo
não cumpriu com o que o título prometia, pois nele simplesmente
respondia-se à pergunta: o que os linguistas costumam chamar de sujeito?
Mas não há dúvida de que sua proposta de inventário racionalizado e
classificado deu o rumo para o subsequente inquérito sobre a motivação
funcional e as propriedades formais do sujeito. Transposta às partículas, a
empreitada de Keenan enumeraria 1) traços formais não definitórios (não
exclusivos da categoria) como: acentuado, fonologicamente leve,
relativamente livre, invariável, de classe fechada, com distribuição
sintagmática peculiar (e.g. Wackernagel), e 2) conteúdos funcionais tais
como: estrutura informacional (foco, tópico, definitude, delimitação dos
referentes), arquitetura discursiva (conexões, discurso direto / indireto),
polaridade, modalidade, aspecto, tempo, fonte da informação, atos de fala
(asserção, injunção, exclamação, pergunta, chamada), honorificidade,
deixis, classificação nominal, dependência (caso, subordinação). Até 3)
dicas heurísticas: há partícula quando é árduo dizer se é clítico ou
palavra; é difícil identificar sua função (alemão /DOCH/); falta
metalinguagem para a forma ou a função; seu conteúdo depende em alto grau
do contexto discursivo; parece advérbio, só que com significado gramatical.
    
Se espera do encontro uma reflexão coletiva encaminhada, desde a observação
da multifacetada realidade empírica que encerra a diversidade das línguas,
ao trabalho de inventoriar e sistematizar nosso conhecimento dos aspectos
formal e funcional daquilo que vem sendo chamado de partículas. As
contribuições se firmarão em sistemas gramaticais particulares,
ESPECIALMENTE AQUELES EXIBIDOS POR LÍNGUAS POUCO ESTUDADAS (estas línguas,
menos sujeitas ao peso das tradições de análise, favorecem a renovação dos
quadros de observação; obviamente as partículas precisam disso).
Idealmente, as contribuições almejarão propostas de caracterização das
partículas que sejam não só operacionais no bojo de uma língua individual,
mas também generalizáveis interlinguisticamente. Para tanto, é importante
distinguir de entrada entre uma opção que gera categorias discretas e outra
baseada na noção de protótipo. Espera-se também um esforço de explicitação,
aprofundamento e classificação das funções semânticas e pragmáticas das
partículas. Serão bem vindas, outrossim, as considerações de índole
metodológica que tragam à tona as técnicas empregadas nas fases de
observação e descoberta, principalmente durante o trabalho de campo, e a
qualidade dos resultados atingidos por esses meios.
 
RESUMOS: O último dia para o recebimento dos resumos é _31 DE AGOSTO DE
2013._
Os resumos devem ser no formato word ou pdf, ter no máximo 500 palavras e
devem ser enviados para o endereço_particulasunb at gmail.com_. Serão aceitos
apenas um resumo por autor. Uma mensagem sobre a aceitação ou a não
aceitação do trabalho será enviada até 30 de setembro.
 
INSCRIÇÃO: R$40 Estudantes; R$100 Não-estudantes. Participantes indígenas
terão isenção da taxa de inscrição.
 
CONTATO: particulasunb at gmail.com
 
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PARTICLES: DECEMBER 4-6, 2013
NúCLEO DE TIPOLOGIA LINGUíSTICA*
UNIVERSIDADE DE BRASíLIA (UNB), BRASIL
 
The Meeting PARTICLES will be held December 4-6, 2013 at the Universidade
de Brasília (UnB). We invite the submission of abstracts on this topic
until August 31th (information below). Portuguese is encouraged for
presentations; Spanish and English are also acceptable.
 
SUBMISSIONS: Deadline for receipt of abstracts is_AUGUST 31TH_.
Abstracts should be in word or pdf format and have until 500 words. They
should be sent to _particulasunb at gmail.com_. Only one abstract will be
accepted per author. A message about the acceptance or rejection will be
sent by September 30.
 
REGISTRATION: R$40 Students; R$100 Non-Students. Indigenous participants
will be excused from the registration fee.
 
CONTACT: particulasunb at gmail.com
 
 
*NTL é um grupo de pesquisa formado pelos linguistas Adriana Estevam, Aline
da Cruz (UFG), Dioney Gomes (UnB), Flávia de Castro Alves (UnB), Francisco
Queixalós (SeDyl/CNRS), Léia Silva (UFG), Marina Magalhães (UnB) e Walkiria
Praça (UnB), que objetiva descrever e analisar línguas indígenas
sulamericanas por ser o conhecimento científico dessas línguas uma
prioridade da linguística atual. As línguas autóctones da América do Sul
podem representar uma contribuição não só à validação das propostas
teóricas que dizem respeito à natureza da linguagem humana, mas também à
descoberta de fenômenos que tais propostas deverão incorporar ao seu
arsenal explicativo.
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