os nomes da batata doce

Laércio Bacelar lnbacelar at YAHOO.COM.BR
Thu Nov 7 01:28:35 UTC 2013


Prezado Rick: No que diz respeito à nomes de espécies cultivadas, não se pode descartar a hipótese de uma "difusão areal", ou seja, a passagem de uma espécie domesticada e cultivável pode ter sido passada de uma cultura para outra e com ela o nome da espécie também difundido numa certa região, com adaptações ao sistema fonético-fonológico, da língua-fonte para a língua-alvo. Nesse sentido, por exemplo, a palavra para "milho" e Kanoé é "atiti" e "atxitxi" em Kwazá (Kuayá) e também foneticamente em outras línguas sul-rondonienses, o que não significa necessariamente parentesco genético entre as línguas "isoladas" em foco. Por outro lado, há ainda e hipótese de um determinado fenômeno efetivamente linguístico propagar-se de uma língua para outra, numa determinada região, de acorco com a "teoria das ondas", como por exemplo o pronome pessoal de 2PS que em muitas línguas amazônicas, de famílias distintas e/ou "isoladas" é
 "min" (= 'tu') ou algo foneticamente semelhante. Laércio



Em Terça-feira, 5 de Novembro de 2013 20:57, "r.miller at ufsc.br" <r.miller at ufsc.br> escreveu:
 
  
Prezados Laércio, Cristina, Francisco, Januacele, Renato, Ellen, Monica, Mario Andrade, Frank, David, Stella, Gustavo e Fabiana, muito obrigado por sua ajuda.
Os comentários reforçaram os resultados dos artigos citados abaixo- o Macro-Gê é considerado o tronco mais antigo da América do Sul, 7266 anos na feitiçaria de Automated Similarity Judgement Program (ASJP),  mas sem reconstruir uma proto-palavra para estas espécies agrícolas.
Na realidade, deve haver algo terrivelmente errado em usar esta metodologia para estes fins. Talvez a agricultura é mais dinâmica e os termos evoluem com uma rapidez maior do que outras partes da língua, para ter um resultado tão fora da lógica, deixando os Jê perambulando como caçadores-coletores nômades durante 7.000 anos...
Agradeço mais uma vez, e abraços a todos, Rick Miller
Hi Rick, this publication apparently aims to clarifiy this: http://ethnobiology.org/publications/contributions/paleobiolinguistic-atlas-new-world-crops but it seems it is not published yet: http://ethnobiology.org/publications/contributions only a some chapters on other crops such as manioc, chili, squash, see wwwstaff.eva.mpg.de/~wichmann/SquashPublished.pdf/‎/ http://ethnobiology.org/publications/ebl/ethnobiology-letters-volume-4-2013/paleobiolinguistics-domesticated-manioc-manihot- http://ethnobiology.org/publications/ebl/ethnobiology-letters-volume-4-2013/paleobiolinguistics-domesticated-chili-pepper-caBest, Frank /Best, Frank /
On 30.10.13 13:44, MONICA CRUZ wrote:
>Olá, na língua Umutina , tronco Macro-Jê, batata doce(raiz) é balakupu, já a planta é balarukupu. Abç Mônica Em 30 de outubro de 2013 06:58, Januacele da Costa <januafc at bol.com.br <mailto:januafc at bol.com.br>> escreveu: Olá, Em Yaathe, língua do Nordeste brasileiro, Macro-jê, é [dotsaka], sendo [saka] um sufixo que aparece em outros nomes de plantas e animais. Januacele ------------------------------------------------------------------------ *De:* r.miller at ufsc.br <mailto:r.miller at ufsc.br> *Enviada:* Terça-feira, 29 de Outubro de 2013 11:35 *Para:* etnolinguistica at yahoogrupos.com.br <mailto:etnolinguistica at yahoogrupos.com.br> *Assunto:* [etnolinguistica] os nomes da batata doce Bom dia aos membros do grupo, Como pesquisador de biotecnologia neolítica, acredito que a batata doce representa a horticultura original do Brasil, e é uma peça chave para compreender a expansão desta forma de agricultura. Existem semelhanças no termo usado por
 algumas tribos Jê, "jat" e a palavra em uso comum entre os Guarani "jety". Estas semelhanças procedem em outras línguas? É uma coincidência, ou a batata doce é uma cultura primordial? Atenciosamente, Rick Miller 
 
 
 
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