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<DIV><FONT face=Arial size=2>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Prezados colegas,<?xml:namespace prefix = o ns =
"urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Tenho mantido correspondência com alguns colegas a
respeito de alguns aspectos da morfologia Macro-Jê e, como a lista conta agora
com um bom número de especialistas em línguas Jê, achei que seria uma boa idéia
estender a discussão ao grupo inteiro.<SPAN style="mso-spacerun: yes">
</SPAN>Pode ser que algumas dessas questões venham a ser do interesse também
daqueles membros da lista que lidam com línguas
Tupi.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Ficaria extremamente grato se <SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>vocês pudessem compartilhar comigo suas
idéias a respeito das questões formuladas abaixo.<SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Todas elas surgiram de um artigo
que escrevi sobre o ‘marcador de posse alienável’ em Kariri, arquivado na página
do grupo. O que deveria ser, em princípio, um artigo curto sobre o prefixo <I
style="mso-bidi-font-style: normal">u-</I> do Kariri, acabou se tornando algo
mais extenso, de cunho comparativo. O artigo serviu para levantar algumas
questões interessantes, tanto de um ponto de vista histórico-comparativo, quanto
morfossintático e tipológico, que estou investigando agora. Pretendo apresentar
um trabalho a respeito destes morfemas, abordando todas estas questões, no
próximo encontro da Berkeley Linguistics Society (o resumo está arquivado na
minha pasta na página do grupo), agora em fevereiro. Portanto, ficaria
extremamente grato por quaisquer esclarecimentos que vocês possam fazer acerca
do comportamento destes morfemas nas línguas Jê (além, é claro, de outras
línguas).<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">1.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><FONT
size=3><FONT face="Times New Roman"><B
style="mso-bidi-font-weight: normal"><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">O morfema <I
style="mso-bidi-font-style: normal">in</I>. </SPAN></B><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">Como mencionado no artigo, além do morfema <I
style="mso-bidi-font-style: normal">õ</I> (que, como Aryon Rodrigues demonstra,
apresenta prováveis cognatos em Jê, Kariri, Maxakali e Boróro), há um outro
morfema de funções muito semelhantes, <I
style="mso-bidi-font-style: normal">in</I>.<SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Este morfema ocorre em Akwen (Xerente e
Xavante) e Panará e, como eu sugiro no artigo, pode vir a ser cognato de um
morfema Tupi (que ocorre, por exemplo, em Tupinambá: <I
style="mso-bidi-font-style: normal">xe-r-<B
style="mso-bidi-font-weight: normal">e-</B>kuia</I> ‘minha cuia’, <I
style="mso-bidi-font-style: normal">xe-r-<B
style="mso-bidi-font-weight: normal">e-</B>panaku</I> ‘meu cesto’, <I
style="mso-bidi-font-style: normal">xe-r-<B
style="mso-bidi-font-weight: normal">e-</B>mi-ngau</I> ‘meu mingau’, etc).
Reforçando a idéia de que o morfema Macro-Jê e o Tupi são cognatos está o fato
de que, em ambos os troncos, tais morfemas pertencem à classe de lexemas que
recebem prefixos relacionais. Meu recente trabalho de campo com o Ofayé
(setembro-outubro/2002) revelou a existência nesta língua de um morfema
provavelmente cognato com o Jê <I style="mso-bidi-font-style: normal">in</I> (e
o Tupi <I style="mso-bidi-font-style: normal">e-</I>). Em Ofayé, o ‘marcador de
posse alienável’ é <I style="mso-bidi-font-style: normal">xi</I>, que alterna
com <I style="mso-bidi-font-style: normal">hin</I> (o <I
style="mso-bidi-font-style: normal">n</I> final aqui simplesmente representa a
nasalidade da vogal precedente); a alternância entre <I
style="mso-bidi-font-style: normal">h-</I> e <I
style="mso-bidi-font-style: normal">x-</I> corresponde à alternância entre o
prefixo relacional e o marcador de terceira pessoa nesta língua (algo com que
tupinistas e ‘jeólogos’ estão bem familiarizados). Além disso, a diferença entre
as vogais de um e outro alomorfe é provavelmente devida a razões fonológicas;
note-se que ainda não encontrei, em meu <I
style="mso-bidi-font-style: normal">corpus</I> do Ofayé, a fricativa palatal
sendo seguida de /i/ nasal.<o:p></o:p></SPAN></FONT></FONT></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">O interessante é que, entre as línguas Jê, a única que
parece apresentar ambos os ‘marcadores de posse alienável’, que eu prefiro
chamar simplesmente ‘morfemas alienadores’ ou ‘aplicativos nominais’ no meu
artigo, é o Panará (mui competentemente descrito pela Luciana Dourado). Assim,
há de se supor que ambos teriam certamente existido em Proto-Jê, ainda que seja
cedo para se dizer se já estavam então no caminho de gramaticalização que
resultou no que temos nas línguas de hoje. A julgar pelas descrições de que
disponho, apenas <I style="mso-bidi-font-style: normal">õ</I> ocorreria nas
demais línguas Jê do Norte, e apenas <I
style="mso-bidi-font-style: normal">in</I> ocorreria em Jê Central (Akwen).
[Cognatos de ambos os morfemas parecem ocorrer também em Jê do Sul, mas não
parecem desempenhar a função de ‘alienadores’.] A minha primeira pergunta seria,
portanto, a seguinte: Haveria quaisquer indícios da ocorrência de cognato deste
segundo morfema alienador, <I style="mso-bidi-font-style: normal">in</I>, em Jê
do Norte? <o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">2.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><FONT
size=3><FONT face="Times New Roman"><B
style="mso-bidi-font-weight: normal"><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">Posse inerente versus propriedade.<SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN></SPAN></B><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">Em Ofayé, </SPAN>um uso interessante do morfema
alienador é a sua ocorrência com nomes que são obrigatoriamente possuídos para
assinalar ‘propriedade’, em oposição a posse inerente: <I
style="mso-bidi-font-style: normal">xà-ye</I> ‘minha gordura (do meu corpo)’; <I
style="mso-bidi-font-style: normal">a-<B
style="mso-bidi-font-weight: normal">xi</B> ye</I> ‘minha gordura (que eu uso
para fritar comida)’. <SPAN lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR">Nas
línguas Jê,<SPAN style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>eu ainda não vi dados
que comprovem isto, mas presumo que o ‘marcador de posse alienável’ possa ser
usado com nomes de ‘partes de um todo’ para estabelecer uma distinção entre
posse inerente e posse secundária, a exemplo do que ocorre com algumas raízes
opcionalmente possuíveis em Apinajé (ver, por exemplo, ‘meu cesto (que eu fiz)’
<I style="mso-bidi-font-style: normal">versus</I> ‘meu cesto (que eu comprei)’).
Portanto, seria interessante saber como se
diz:<o:p></o:p></SPAN></FONT></FONT></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">‘meu dente’ <I
style="mso-bidi-font-style: normal">versus</I> ‘meu dente de macaco (para fazer
colar)’<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">‘minha coxa’ <I
style="mso-bidi-font-style: normal">versus</I> ‘minha coxa de
galinha’<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">‘meu osso’ <I style="mso-bidi-font-style: normal">versus
</I>‘meu osso (para fazer ponta de flecha)’<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">‘minha carne (do meu corpo)’ <I
style="mso-bidi-font-style: normal">versus</I> ‘minha carne (que eu comprei no
açougue)’<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">‘o leite dela (mesma)’ <I
style="mso-bidi-font-style: normal">versus </I>‘o leite dela (que ela
comprou)’<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">‘a pena dele (do pássaro)’ <I
style="mso-bidi-font-style: normal">versus </I>‘a pena dele (do homem, para
fazer cocar)’, etc.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">3.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><FONT
size=3><FONT face="Times New Roman"><B
style="mso-bidi-font-weight: normal"><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">Aposto? </SPAN></B><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">Em sua tese, Luciana Dourado sugere que o nome
de significado específico que ocorre depois do morfema alienador (<I
style="mso-bidi-font-style: normal">roça</I> em ‘minha-COISA <I
style="mso-bidi-font-style: normal">roça</I>’) é, de fato, um adjunto, um
aposto. Parece-me que o Ludoviko chega à mesma conclusão, para o Suyá. Eu tendo
a concordar com esta análise, mas seria interessante checar esta hipótese
através de certos testes sintáticos. Por exemplo, no caso dos ‘classificadores
possessivos’ em Kariri, o nome específico é precedido da preposição oblíqua <I
style="mso-bidi-font-style: normal">do</I>, que geralmente ocorre em construções
apositivas (<I style="mso-bidi-font-style: normal">Maria do Tupã ide</I> ‘Maria,
mãe de Deus’). Isto não ocorre no caso do cognato do morfema alienador, que
representa um estágio mais avançado de gramaticalização (sendo o que é, um
prefixo). No caso das demais línguas do tronco, no entanto, não parece haver
evidências semelhantes para o caráter apositivo do nome específico (pelo menos,
não nas descrições de que eu tenho notícia).<o:p></o:p></SPAN></FONT></FONT></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Um teste especialmente interessante seria incorporação
nominal, um processo que, geralmente, aplica-se principalmente ao núcleo do
sintagma nominal possessivo. Em línguas que permitem a incorporação de ‘cesto’,
por exemplo, esperar-se-ia que este nome só se incorporasse quando possuído
diretamente, mas não quando possuído com a intermediação do ‘marcador de posse
alienável’, o que demonstraria uma mudança no <I
style="mso-bidi-font-style: normal">status</I> sintático do nome. [De novo, a
analogia com aplicativos: mesmo em línguas que admitem dois objetos diretos,
quando ocorre aplicação, o objeto básico perde muito de suas propriedades
sintáticas, que são transferidas para o novo
objeto.]<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Minhas dúvidas seriam as seguintes: (i) o ‘marcador de
posse inalienável’ pode se incorporar ao verbo? (ii) um nome possuído com a
intermediação do ‘marcador de posse alienável’ pode ser incorporado? (iii) o
nome de significado mais específico pode ser separado do sintagma contendo o
‘marcador de posse alienável’? Por exemplo: ‘ela coisa-dela derramou, o leite’;
‘ele coisa-dele=para foi, a roça’? Parece-me que incorporação nominal não seria
um teste disponível na maioria das línguas Jê, exceto, talvez, o Panará.<SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Mas talvez outros testes (elegibilidade
para promoção a sujeito, no caso de passivização (ou construções equivalentes,
por exemplo) possam vir a ser de alguma
ajuda.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">4.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><FONT
size=3><FONT face="Times New Roman"><B
style="mso-bidi-font-weight: normal"><SPAN lang=PT-BR
style="mso-ansi-language: PT-BR">Grau de gramaticalização.</SPAN></B><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Minha última questão diz respeito ao
grau de gramaticalização dos morfemas alienadores nas diversas línguas.<SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Apesar de o ‘marcador de posse
alienável’ ser chamado de pronome (Boróro, descrito por Crowell), partícula
(Xerente, descrito por Krieger & Krieger) e prefixo (Xavante, por McLeod
& Mitchell), em nenhuma das fontes que eu consultei há evidências
gramaticais que permitam separar o comportamento dos morfemas alienadores do de
outros nomes (exceto em Tupinambá e Kariri, em que prováveis cognatos dos
marcadores de posse alienável ocorrem como prefixos).<SPAN
style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Haveria tais evidências? Nomes de
significado genérico, como os nossos <I
style="mso-bidi-font-style: normal">õ</I> e <I
style="mso-bidi-font-style: normal">in</I>, são bons candidatos para se tornarem
pronomes. Portanto, caso tenham se tornado pronomes em algumas dessas línguas, o
nome específico provavelmente permaneceria como o núcleo do sintagma
possessivo.<SPAN style="mso-spacerun: yes"> </SPAN>Neste caso, duas séries
de morfemas pronominais possessivos teriam surgido mas, em ambos os casos, o
nome de significado específico manteria seu status de
núcleo.<o:p></o:p></SPAN></FONT></FONT></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Bem, essas são algumas das questões. Ficaria muitíssimo
grato por quaisquer esclarecimentos que vocês possam fornecer. Naturalmente,
ficaria feliz em compartilhar eventuais achados com os demais
assinantes.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Desde já, muitíssimo
obrigado.<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Abraços,<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><FONT size=3><FONT
face="Times New Roman">Eduardo<o:p></o:p></FONT></FONT></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P>
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0in 0in 0pt; TEXT-ALIGN: justify"><SPAN
lang=PT-BR style="mso-ansi-language: PT-BR"><o:p><FONT face="Times New Roman"
size=3> </FONT></o:p></SPAN></P></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT size=2>Eduardo Rivail Ribeiro<BR>Department of Linguistics
(University of Chicago)<BR>Museu Antropológico (Universidade Federal de
Goiás)<BR><A
href="http://br.groups.yahoo.com/group/etnolinguistica">http://br.groups.yahoo.com/group/etnolinguistica</A>
</FONT></DIV>
<br>
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<tr> <td colspan="2" height="43" bgcolor="004CB0"> <div align="center"><a href= "http://rd.yahoo.com/M=218762.2810952.4170332.2276639/D=brclubs/S=2137113448:HM/A=1184289/R=0/*http://www.catho.com.br/parceiros/go.phtml?origem=yah&parceiro=3&acao=6&url=cvprof/incalt.phtml" target="_blank"><img src="http://us.a1.yimg.com/us.yimg.com/a/ya/yahoo_brazil/1retangulo_logo.gif" width="218" height="42" border="0"></a></div>
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