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<font face="Times New Roman, Times">Caros colegas,<br>
<x-tab>        </x-tab>Tendo lido
as posições de  Storto e Sandalo e de Facó Soares e d’Angelis, bem
como os comentários por d’Angelis e Alfaro, estou tentando entender os
pontos de vista apresentados e relacionar os mesmos à situação que
encontro no campo na Amazônia.  Primeiro, vou tentar apresentar o
meu entendimento da posição dos colegas Wilmar e Consuelo, embora eu não
tenha certeza de que a entenda e não quero representá-la mal. 
<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Parece-me
que uma preocupação deles é argumentar contra uma posição prototípica
caracterizada por duas crenças: (1) que uma língua é algo livre de
fatores políticos e sociais, e (2) que, para estabelecer uma ortografia e
materiais didáticos, é suficiente tratar somente os sons da língua,
seguindo certos passos técnicos, que são parecidos logicamente (em alguma
maneira que não está clara para mim) à fonologia da década 1950, sem
qualquer idéia da importância da autodeterminação da comunidade, de
fatores de identidade, influência de opressores, etc.  O exemplo
clássico destes erros seria o SIL, uma vez que foram estes missionários
que introduziram ortografias baseadas em análise lingüística, utilizaram
fonemas autônomos e empregaram a sua capacidade técnica para controlar
grupos indígenas, para os seus próprios fins.  A visão dos dois
colegas seria superior, visto que eles garantem aos grupos nativos a sua
autonomia e iniciativa, apóiam a livre escolha para o seu próprio
benefício e entendem que considerações políticas podem ter um papel
nestas escolhas.<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Porém, a
primeira crença contra a qual estão argumentando, que linguagem existe
sem influência política, parece ser um estereótipo que nunca existia como
posição explícita de alguém.  Na história da lingüística, será que
alguém de fato afirmou que linguagem não é parte de cultura ou não é
sujeito a condições culturais e sociais?  Mesmo no texto
introdutório de Gleason, de 45 anos atrás, ele explica que os julgamentos
de semelhanças dialetais são influenciados por fatores políticos e
sociais.  Qualquer aluno de graduação aprende exemplos deste
tipo.  Então esta crença parece ser um homem de palha, uma posição
mítica atribuída a outros mas nunca defendida por ninguém. 
Certamente seria surpreendente se este erro foi característico de Storto
e Sandalo, que foram formadas no departamento de lingüística do MIT, que
é conhecido pela sua política radical e sua antipatia à fonologia
taxonômica e que não tem a mínima afinidade ideológica com o SIL. 
Há lingüistas brasileiros que têm envolvimentos históricos com SIL, mas
não é o caso de Storto e Sandalo.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>Lendo o
texto de Storto e Sandalo, é claro que elas não sugerem que fatores
técnicos sozinhos geram uma ortografia.  Ao contrário, elas afirmam
que análise lingüística, feita junto à comunidade, identifica opções e
resultados prováveis, que seriam explicados e discutidos com o grupo, que
então toma as suas decisões, que incluiriam os seus anseios e fatores
políticos.  Então, insistir em análise lingüística competente não
implica em reducionismo ou em interferência com a autonomia
indígena.  De fato, o caso é o contrário, como Storto e Sandalo
observam: sem uma análise adequada não existe escolha informada de opções
e auto-determinação verdadeira.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>Logicamente,
a inclusão por Storto e Sandalo de dados empíricos, aqueles obtidos por
observação e experiência, de nenhuma maneira implica em
reducionismo.  Ao contrário, se uma pessoa inclui tais dados (por
exemplo, amostras de escrita) e uma segunda pessoa os exclui, a posição
da segunda é reduzida em relação à da primeira.  Este sentido de
“empírico”, que é o de Storto e Sandalo, evidentemente não tem nada a ver
com questões de inatismo ou anti-mentalismo em lingüística. 
<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Paralelamente,
ter bons resultados como um objetivo não implica em reducionismo. 
Wilmar observa, corretamente, que ter bons resultados como objetivo não
escapa de ser uma posição filosófica.  Todavia, as razões
filosóficas para o foco em resultados são diferentes.  Primeiro,
este foco separa o fim dos meios.  Acho que foi George Santana que
caracterizou um fanático como alguém para quem os meios tornaram-se o
fim, e isto é sempre um perigo.  Segundo, a questão de resultados é
parecida com o princípio da possibilidade de falsificação na
ciência.  Resultados ruins, como dados falsificadores, implicam que
as pressuposições e hipóteses devem ser reexaminadas.  Sem isto,
idéias e atividades práticas são simples exercícios em doutrina, ou
secular (no caso de ideólogos) ou religiosa (no caso missionários). 
Terceiro, uma pessoa é responsável pelos resultados previsíveis das suas
ações; sem considerar resultados não há responsabilidade.<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Bem,
quando eu olho para os programas de educação bilíngüe entre os grupos
indígenas de Rondônia, vejo as conseqüências destas considerações
filosóficas aparecendo de forma concreta.  Forneço agora uma
caracterização breve da minha experiência, para ninguém pensar que sou
turista.  Eu venho desenvolvendo pesquisas lingüísticas e atividades
de benefício prático em Rondônia (e às vezes em outras regiões) desde
1975.  Atividades práticas incluem um projeto de alfabetização em
línguas indígenas desenvolvido ao longo de quatro anos, em várias
regiões, com trabalho quase exclusivamente nas aldeias.  O projeto
foi bem sucedido em termos da capacitação alcançada e da satisfação das
comunidades envolvidas.  Passei três dos últimos meses em Rondônia,
em pesquisa e em projetos práticos, especialmente como Consultor para
Assuntos Técnicos da Associação Indígena Panderej.  Conversei com
muitas associações indígenas e também obtive amostras de escrita de
professores indígenas de seis etnias, na maioria dos casos em cooperação
com o presidente da Organização de Professores Indígenas de
Rondônia.  Seis lingüistas do nosso grupo de pesquisa registrado no
CNPq realizam estudos em Rondônia.  Todos são pecadores convictos
sem qualquer compromisso com entidades missionárias.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>Posso
oferecer ao menos uma breve visão preliminar da situação de alfabetização
em línguas indígenas na região onde trabalho.  A situação é
mista.  Nos poucos casos onde a ortografia e materiais de
alfabetização foram elaborados junto à comunidade, por lingüistas
profissionais com longo estudo da língua, onde o progresso de alunos foi
acompanhado por alguém que dominava a ortografia e a sua relação com a
língua, os resultados são excelentes.  Por exemplo, quatro
professores Djeoromitxi produziram transcrições idênticas de uma lista de
20 palavras.  Eles lêem e escrevem com facilidade e estão confiantes
e satisfeitos com o seus trabalho.  Estes três fatores,
consistência, facilidade de ler e escrever e satisfação, têm uma
correlação positiva, do que eu pude observar nos casos que conheço. 
Nos casos onde a elaboração de ortografia e materiais foi feita por
missionários ou lingüistas atuando temporariamente em visitas curtas, os
resultados são bem inferiores, mesmo após muitos anos, e é duvidoso que
vão melhorar sem mudanças.  Nestes casos, há freqüentes reclamações,
especialmente quando os professores percebem erros por parte de quem
elaborou a ortografia ou materiais.  As reclamações são do mesmo
tipo relatado por Storto e Sandalo.  Em uma tribo, amostras de
escrita de nove atendentes de saúde mostraram 8 grafias diferentes de uma
palavra de duas sílabas, e trechos do manual de saúde foram impossíveis
de ler.  Isto depois de 20 anos de alfabetização.  A educadora
local, uma pessoa de boa vontade, ficou horrorizada com os resultados:
apesar de trabalhar com o grupo durante oito anos, ela nem desconfiava do
tamanho do problema.  Sem conhecimento lingüístico, os educadores
não podem explicar nada específica sobre a escrita da língua aos alunos
indígenas, nem entender ou avaliar o que está acontecendo à sua
frente.  Alguns se limitam a atividades simplistas, para dar
aparência de alfabetização.  Ensinam aos alunos vários símbolos e
pedem que eles elaborem textos, tarefa que eles fazem como podem, com
muitas dúvidas, mas fazendo o que o educador quer.  Os resultados
nestes casos parecem ser geralmente ruins.  Às vezes, o papel do
assessor de lingüística visitante é principalmente manter e dar
legitimação a este sistema, sem fornecer o conhecimento científico
necessário.  Nestes casos, pode ser conveniente para os indivíduos
que apóiam este sistema afastar lingüistas profissionais com mais
conhecimento, para manter controle.<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Neste
ponto, relato um exemplo deste tipo que ocorreu dois anos atrás, em uma
tribo em Rondônia, que não será identificada, visto que a questão é uma
de princípios e padrões de comportamento, não dos indivíduos
envolvidos.  Todavia o caso é documentado e uma entrevista gravada
com um professor indígena pode ser transcrita e disponibilizada na rede
Etnolingüística, se houver dúvidas sérias por parte de alguém.  É
essencial entrar em casos específicos, para evitar estereótipos e ver o
que realmente está acontecendo nas aldeias atualmente.<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Nesta
tribo, uma assessora de lingüística preparou materiais de alfabetização
preliminares, junto com alguns professores indígenas, sem análise
aprofundada da língua, ignorando completamente uma descrição da fonologia
preexistente, disponível como dissertação de mestrado e em forma
publicada.  Havia dúvida entre os professores, especialmente por
parte de quem tinha conhecimento da fonologia da língua através de
participação em pesquisa.  Uma vez que o pesquisador especialista na
língua estava presente na aldeia, houve uma discussão sobre a ortografia
dos materiais, que foi grossamente inadequada.  A transcrição omitiu
quatro consoantes, três vogais, o tom e muitas das fronteiras entre
palavras.  Para sentir as conseqüências em termos da perda drástica
de inteligibilidade, considere o seguinte trecho em português no qual um
número igual de vogais e consoantes foi omitido, o acento não indicado e
fronteiras entre palavras confundidas:<br><br>
(1)<x-tab>     </x-tab><x-tab>        </x-tab>Upuetá
é umfinjidu.<br>
<x-tab>        </x-tab><x-tab>        </x-tab>Finjetãocumpletamente<br>
<x-tab>        </x-tab><x-tab>        </x-tab>Quixegafinji
quedú<br>
<x-tab>        </x-tab><x-tab>        </x-tab>Adú
quedevé rasente<br><br>
</font>Você gostaria de ter tal transcrição usada para a língua
portuguesa?  Você gostaria de ter materiais desta natureza usados
para alfabetizar os seus filhos?  Ou será que a sua preferência
seria para o padrão?<br><br>
<font face="Times New Roman, Times">(2)<x-tab>     </x-tab><x-tab>        </x-tab>O
poeta é um fingidor.<br>
<x-tab>        </x-tab><x-tab>        </x-tab>Finge
tão completamente<br>
<x-tab>        </x-tab><x-tab>        </x-tab>Que
chega a fingir que é dor<br>
<x-tab>        </x-tab><x-tab>        </x-tab>A
dor que deveras sente.<br><br>
<x-tab>        </x-tab>O
lingüista especialista sugeriu uma comparação semelhante e uma escolha
livre e informada por parte da comunidade indígena.  Ele colocou a
transcrição de um trecho do material preliminar, na transcrição da
assessora, em uma metade do quadro negro e, na outra metade, o mesmo
trecho na transcrição que ele e os índios envolvidos na sua pesquisa
acharam apropriada.  Os índios presentes indicaram uma forte
preferência para a transcrição do especialista, aquele com base na
fonologia da língua.  Uma educadora que estava presente reclamou
para mim que o especialista se comportou de uma maneira anti-ética: “Nós
ficamos com cara de bobas e ficou até difícil trabalhar lá”. 
(Parece que elas foram meio hostilizadas pelos índios, chateados com a
pressão de aceitar trabalho medíocre.)  Notar que ela, na
reclamação, não indicou nenhum compromisso em respeitar a escolha
informada da comunidade, nem na viabilização da alfabetização, mas sim,
na manutenção de controle.  As educadoras pressionaram os índios a
não trabalhar com o especialista, sem sucesso, e espalharam um boato
afirmando que este tinha afiliações missionárias.  Subseqüentemente,
as educadoras, seguindo a sugestão de uma lingüista, provavelmente a
assessora, enviaram um parecer de seis páginas para várias entidades,
atacando a atuação do pesquisador, afirmando, exatamente o contrário da
sua verdadeira prática, que o seu posicionamento foi um no que “a
premissa fundamental do trabalho com a língua indígena...é a de que os
seus usuários (no caso dos professores) é que devem ser os ‘donos’ do
processo de transformá-la em língua escrita.”<br><br>
<x-tab>        </x-tab>O
pesquisador especialista respondeu detalhadamente, rebatendo as críticas
e anexando um fax dos índios, solicitando a publicação de materiais
educacionais preparados com o pesquisador.  O fax foi resultado de
uma reunião da comunidade (sem presença do pesquisador), elaborado e
transmitido por dois professores indígenas encarregados desta
tarefa.  O texto, obviamente espontâneo, é reproduzido abaixo, para
os colegas sentir os anseios da comunidade.<br><br>
“Assunto<br><br>
No dia 27/12/001 Reunimos a comunidade p/ tratar o Assunto sobre as
cartilhas que elaboramos mas Linguistico [pesquisador especialista] p/
ser publicadas p/ as escolas [tribo].<br>
<x-tab>        </x-tab>A
comunidade está satisfeita com a cartilha que vai ser publicada<br>
<x-tab>        </x-tab>A
comunidade fala que quer que a gente continua assim de jeito que a gente
está trabalhando e construindo o futuro p/ as crianças.<br>
<x-tab>        </x-tab>A
comunidade nos explicou p/ pedir p/ vocês falar com pessoal de Brasília
que nos estamos sendo ameassado pela [agência educacional] que também se
as pessoas que querem trabalharem trabalhar ajudando mas não atrapalhar a
gente.<br>
<x-tab>        </x-tab>A
comunidade pede que é p/ mandar as cartilhas sem problema porque é isso
que a gente precisa p/ ensinar os alunos na escola. <br>
<x-tab>        </x-tab>Era só
isso mesmo que nos tinha p/ falar.  Assinamos abaixo:<br>
[nomes dos dois professores]”<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Os
materiais, que são a propriedade intelectual da comunidade, foram
publicados e enviados para a tribo, onde encontraram resistência por
parte dos educadores, que insistem em manter controle, apesar da vontade
indígena e da evidente superioridade dos materiais em relação aos
produzidos pela assessora.  Para precaver-se de quaisquer tentativas
de interferir com a escolha de ortografia, a associação indígena da tribo
votou formalmente por aceitar a ortografia do pesquisador especialista,
fato que deve constar nas atas da associação.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>A
repressão não se limitou a este caso.  Houve uma proposta pelas
educadoras de fornecer uma lista de lingüistas aprovados que podiam
trabalhar com línguas indígenas do Estado, evidentemente para afastar os
pesquisadores honestos e competentes que possam ameaçar o seu
controle.  Esta iniciativa falhou, mas há relatos em várias outras
regiões de tentativas de afastar lingüistas descritivos de comunidades
indígenas.  Estas tentativas representam uma ameaça que deve
preocupar os membros da ABRALIN.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>Agora eu
passo a fazer certas observações sobre este caso (que é longe de ser uma
exceção) e relacioná-lo à discussão filosófica inicial.  Primeiro,
ao contrário do estereótipo no qual o pesquisador científico
politicamente ingênuo está tentando obrigar os indígenas a aceitar
considerações técnicas no processo educacional enquanto os índios estão
sendo defendidos por outros brancos que têm a posição política correta
(que os índios são os donos do processo, etc), o que realmente ocorreu é
o contrário: índios com algum conhecimento científico da sua língua,
obtido na pesquisa da mesma, apoiaram opções tecnicamente bem
fundamentadas, contra a pressão das pessoas que constantemente repetiam
um discurso de autodeterminação mas que faziam o possível para manter
controle, para o seu próprio benefício, e não da comunidade.  Os
casos mencionados por Storto e Sandalo representam o mesmo espírito:
índios que obtiveram conhecimento científico da sua língua, através da
participação no programa em lingüística do Terceiro Grau Indígena, que
reclamam a baixa qualidade do trabalho lingüístico que forneceu a base da
escrita da sua língua.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>O
posicionamento de Storto e Sandalo serviria para combater o tipo de má
atuação descrita no caso detalhado de Rondônia, apresentado acima, que é
freqüente nesta e em outras regiões.  Elas são claramente contra a
falta de escolha informada que foi evidente neste caso.  Ao invés de
escolha informada, as educadoras e a assessora usaram as suas cargas para
induzir índios a aceitar trabalho deficiente, sem informá-los dos
resultados prováveis.  Storto e Sandalo estão corretas sobre a
importância da qualidade da análise lingüísticabasta ver a redução em
inteligibilidade produzida pela representação fonológica inadequada neste
caso para entender que pode seriamente atrapalhar alfabetização. 
Notar que não havia necessidade de criar materiais inadequados; uma
fonologia preexistente estava disponível, como também o pesquisador que a
elaborou. <br><br>
<x-tab>        </x-tab>Se uma
medicina experimental que, estatisticamente, pode provocar efeitos
colaterais severos, mata 5% dos que tomam e não comprovadamente cura a
doença fosse oferecida a uma comunidade indígena, a comunidade não
deveria ser informada destes fatos?  Claramente sim.  Se
materiais educacionais grossamente inadequados que, estatisticamente,
provoca agonias futuras nos professores, obriga os alunos a desaprender o
que aprenderam, e diminui as chances de alfabetização, fossem oferecidos
a uma comunidade indígena, a comunidade não deveria ser informada destes
fatos?  Claramente sim.<br><br>
<x-tab>        </x-tab>Não quero
ser injusto com o colega Wilmar, que tem se colocado claramente a favor
de “consentimento livre e esclarecido” e contra pressões coercivas contra
grupos indígenas, mas me parece justo afirmar que uma versão vulgarizada
do seu posicionamento, ironicamente, está sendo utilizada como um
discurso justificador para atividades em detrimento destes princípios,
como no exemplo detalhado de Rondônia acima e em casos parecidos em
outras regiões.  Este discurso consiste em:<br><br>
--Proclamações constantes de ter uma visão superior de autonomia
indígena; (Mesmo as pessoas que estão promovendo o garimpo entre os Cinta
Larga falam sempre que estão apoiando a livre escolha dos índios.)<br>
--Desprezo de análise lingüística como mera técnica;<br>
--Desprezo de evidência empírica;<br>
--Desprezo de resultados como critério, ou porque seria redutivo, ou
porque o processo em questão está sendo construído durante tempo
indefinido;<br>
--Produção de vários argumentos confusos para defender ortografias e
materiais educacionais defectivos  (Este é consistente com a prática
do SIL, que acostumava citar os exemplos de francês e inglês para
justificar os seus erros.)<br>
--Insinuações de que lingüistas descritivos são contra a autonomia
indígena ou que eles têm afinidades missionárias.  <br><br>
<x-tab>        </x-tab>Quaisquer
que sejam os resultados da seleção do representante da ABRALIN junto ao
MEC, me parece que Storto e Sandalo têm contribuído muito por ter
escutado as reclamações justas e corretas dos índios, por ter destacado o
fato de que não está tudo bem na educação indígena e por ter indicado as
considerações necessárias para melhorar a situação.  <br>
</font>
<br>

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