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<h1>Pesquisadores lançam dicionário Hupd'äh</h1>
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<p>Língua falada por apenas 1.500 indígenas do Alto Rio Negro começa ganhar registro científico</p>
<p><em>Aldem Bourscheit</em> / 13horas e 45 minutos</p>
<p align="left"> (Pinhais, PR, 23/03/2006) - Além do oficial Português, o Brasil possui pelo menos outras 170 línguas faladas por indígenas espalhados de sul a norte do País. Porém, grande parte dessa diversidade cultural pode se perder nos próximos anos pela falta de pesquisas. Menos de 25 (15%) dessas línguas nativas estariam registradas.
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<p align="left"> Largando na frente na corrida pela recuperação do patrimônio brasileiro, o antropólogo Renato Athias, da Universidade Federal de Pernambuco, e o línguísta de origem tunisiana Henri Ramirez, da Universidade Federal de Rondônia, arregaçaram as mangas e produziram o primeiro dicionário sobre a língua dos Hupd'äh. Esses povos somam apenas 1,5 mil indivíduos que vivem na Terra Indígena Alto Rio Negro no estado do Amazonas, na Bacia do Rio Itiquié, a poucos quilômetros da Colômbia.
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<p align="left"> A obra foi lançada com a ajuda da organização não-governamental <em>Saúde Sem Limites</em>, que atua com sociedades isoladas na região do Alto Rio Negro e em Pernambuco, e da entidade espanhola de apoio ao desenvolvimento
<em>Manos Unidas</em>. Athias estuda os Hupd'äh há mais de duas décadas e Ramirez já realizou trabalhos semelhantes com as etnias Tukano, Baniwa e Yanomami. </p>
<p align="left"> Por mais de três anos, os pesquisadores fizeram viagens que duravam dias, com aviões e barcos, para encontrar "informantes" Hupd'äh que falavam um pouco do Português. Em temporadas de até três semanas, analisaram como eles constróem frases, usam verbos e compõem o alfabeto Hup. A construção do dicionário foi partilhada com os indígenas, que sugeriam que letras do alfabeto português teriam melhor efeito na tradução da sua língua original.
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<p align="left"> Para Athias, além de proteger uma língua brasileira ameaçada, o dicionário contribuirá para fortalecer a identidade e melhorar a auto-estima dos Hupd'äh, considerada "feia" até por seus vizinhos Tukanos. "De agora em diante, eles poderão freqüentar escolas e se aproximar da sociedade em geral", disse.
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<p align="left"> Isso será fundamental para essas populações, que começaram a ser assediadas por missionários em meados da década de 60 e até hoje não estão integradas ao sistema nacional de ensino. Em 30 anos de escolarização, nenhum Hupd'äh teria finalizado o ensino fundamental, segundo a
<em>Saúde Sem Limites</em>. Cerca de 1200 pessoas (80% da população) não falam o Português. "O Guarani é falado por 40 mil pessoas no País, por exemplo. Mas não existe uma política pública no Brasil que estimule o estudo e a preservação das nossas línguas indígenas", completou o antropólogo.
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<p align="center"><br><a title="Filme com indígenas Hupd'äh, do Alto Rio Negro (AM)" onclick="return top.js.OpenExtLink(window,event,this)" href="http://www.cdb.gov.br/filme-hupd-aeh/paah-sak-teng-e-mail.wmv" target="_blank">
<strong>Assista a vídeo de curso de magistério com indígenas Hupd'äh</strong></a></p>
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