<html><body>
<p style="text-align: left;"><font face="Book Antiqua"><font color="#990000" size="5"><em><strong><span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;"><span style="font-style: italic; color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-weight: bold;">
<span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;"><font size="2"><span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;">O
autor do artigo abaixo é o coordenador de atividades do projeto
Amanajé (PROPAS) onde dois casais conseguiram através de autorização da
FUNAI montar estrutura entre os Hupdah do Rio Tioquié para
desenvolver um projeto de psicultura. Já estão há dois
anos vivendo entre os Hupdah, sem porém concluirem o projeto de
psicultura.<br>
Renato Athias<br>
</span></span></font></span></span></span></span></span></span></strong></em></font></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua"><font color="#990000" size="5"><em><strong><span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;"><br>
</span></span>Cenário Linguístico dos Povos Indígenas do
Brasil</strong></em></font></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua">por </font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua"><font face="Book Antiqua"><font face="Book Antiqua"><font color="#000000" size="4"><b>Ronaldo
Lidório</b></font></font></font></font></p>
<blockquote>
<blockquote>
<p align="justify"><em><font face="Book Antiqua"><span style="font-size: 11pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US"><br><font face="Bookman Old Style"><br></font></span></font></em></p>
<p align="justify"><font face="Bookman Old Style">Vivemos em um país com 257
tribos indígenas perfazendo uma população aproximada de 364.000 pessoas. Segundo
o pesquisador Paulo Bottrel apenas 4 etnias (Katuena, Mawayana, Wai-Wai e Xereu)
possuem a Bíblia completa em seus idiomas, 34 dispõe do Novo Testamento e outras
59 contam com porções bíblicas. Entretanto mais de 120 tribos necessitam
urgentemente da tradução das Escrituras. Apesar das 25 Agências Missionárias que
bravamente atuam entre os índios em nosso país ainda contamos com um vasto campo
que necessita do evangelho e 103 grupos permanecem sem presença missionária.
<br><br>É certo que o desafio vai muito além das estatísticas e das palavras
pois é composto por faces, vidas, histórias e culturas milenares as quais tem
sofrido ao longo dos séculos a devassa dos conquistadores, a forte imposição
sócio-econômica, etnofagias e perdas culturais. <br><br>Em meio a todo este
quadro há necessidade gritante de homens e mulheres que se disponham a encarar a
transmissão do evangelho valorizando o homem e sua cultura dentro de uma esfera
de compreensão lingüística e aplicabilidade social o que envolve o ultrapassar
de várias barreiras. Uma delas é o estudo, registro, preservação, uso e
valorização das línguas maternas. <br><br><font size="4"><br>O apelo das minorias
</font><br><br>No contexto sul-americano nosso país possui a maior densidade
lingüística e diversidade genética e, paradoxalmente, uma das menores
concentrações demográficas por língua falada. As 185 línguas indígenas são
distribuídas em 41 famílias, dois troncos e uma variedade desconhecida de
línguas isoladas . Em meio a esta gritante diversidade apenas 3 etnias (Tikuna,
Kaingang e Kaiwá) possuem mais de 20.000 pessoas e a média de falantes por
língua é de 196 pessoas. 53 povos têm menos de 100 indivíduos e há aqueles com
menos de 10 representantes como os Akunsu, com 7 pessoas, os Arua com 6 e os
Juma também com 7 indivíduos. Quando pensamos em grupos indígenas nos
confrontamos com a realidade de povos minoritários. <br><br>Nos anos 80
pesquisadores do Museu Goeldi encontraram os dois últimos falantes do Puruborá.
Em 1995 foi identificado um grupo arredio como sendo falante do até então
desconhecido Canoê e Pierre Grenand reconhece a existência de 52 grupos ainda
sem contato com o mundo exterior cujas línguas não foram estudadas, praticamente
todas minoritárias. <br><br>O Brasil evangélico não indígena, por sua vez,
experimenta desde os anos 80 um rápido crescimento tanto em número de templos
como de convertidos, motivo de louvor a Deus. Isto por outro lado têm nos levado
a desenvolver uma missiologia mais pragmática, que cultua os resultados, do que
Escriturística, que valoriza a obediência à Palavra. Assim tanto a expectativa
missionária por parte do corpo evangélico nacional quanto a prática no plantio
de igrejas valoriza o quantitativo. E isto não será encontrado no universo
indígena pois a conversão de toda uma tribo pode representar, em alguns casos,
apenas uma dúzia de pessoas. Precisamos ser relembrados do desejo de Jesus:
tornar-se conhecido dentre todos os povos, tribos línguas e nações da terra e
isto jamais acontecerá enquanto não alcançarmos os grupos minoritários.
Precisamos de uma Igreja apaixonada por Jesus e disposta a gastar bastante tempo
e recursos no preparo de seus obreiros a fim de fazer o Evangelho de Cristo
conhecido entre todos os povos, também os minoritários. É preciso encarnar a
conceito bíblico sobre o valor de uma alma. Vale mais que o mundo inteiro.
<br><br><font size="4"><br>O apelo da subsistência lingüística
</font><br><br>Michael Kraus afirma que 27% das línguas sul-americanas não são
mais aprendidas pelas crianças. Significa que um número cada vez maior de
crianças indígenas perde seu poder de comunicação a cada dia. Isto possui raízes
diferenciadas que vão desde a imposição socioeconômica nas tribos mais próximas
dos vilarejos e povoados até a falta de uma proposta educacional na língua
materna, fazendo-os migrar para o português. <br><br>Rodrigues estima que, na
época da conquista, eram faladas 1273 línguas, ou seja, perdemos 85% de nossa
diversidade lingüística em 500 anos. Luciana Storto delata uma crise
sociolingüística no estado de Rondônia onde 65% das línguas estão seriamente em
perigo por não serem mais usadas pelas crianças e por terem um numero pequeno de
falantes. <br><br>Precisamos perceber que a perda lingüística está associada a
perdas culturais irreparáveis como a transmissão do conhecimento, formas
artísticas, tradições orais, perspectivas ontológicas e cosmológicas. Perde-se
também a ponte de comunicação para um pleno entendimento do evangelho. No
processo de transição, quando a língua materna é perdida, normalmente há o que
podemos chamar de 'geração perdida', um vácuo cultural que normalmente atinge
uma geração inteira. Ou seja, no processo de perda lingüística e migração para o
português, os grupos indígenas normalmente passam por um processo de adaptação
quando não possuem mais fluência na antiga língua materna e também não
aprenderam o suficiente do português para uma comunicação mais profunda,
processo que em média dura 30 anos. Este é um momento de perigo onde a
identidade indígena é auto-questionada, seus valores perdidos e sobretudo seu
poder de comunicação. A presença missionária catalogando, analisando e
registrando a língua indígena a valoriza perante seu próprio povo e abre caminho
para sua preservação. O Evangelho, assim, não apenas responde os questionamentos
da alma mas contribui para a sobrevivência cultural. <br><br><br><font size="4">O
apelo da tradução bíblica </font><br><br>'Se Deus nos ama, porquê Ele não fala a
nossa língua ?'</font></p>
<p align="justify"><font face="Bookman Old Style">Estas palavras impactaram a
mente de William Cameron Towsend quando trabalhava com o povo Cakchiquel da
Guatemala desde 1919. Após ser despertado para a necessidade de comunicar o
evangelho na língua materna de cada povo ele se dispôs a fundar a SIL (Sociedade
Internacional de Lingüística) que atua perseverantemente na tradução das
Escrituras. Mas esta não é apenas uma preocupação moderna. Martinho Lutero,
reformador protestante, percebeu rapidamente a incapacidade da Igreja conhecer a
Deus sem conhecer a Palavra e assim lançou em 1534 a primeira edição da Bíblia
por ele traduzida, e em linguagem comum. <br><br>A força missionária tem sido ao
longo das décadas um divisor de águas na subsistência das línguas indígenas
brasileiras sob o esforço da SIL , Missão Novas Tribos do Brasil, outras
Agências que bravamente se empenham nesta tarefa e a ALEM que tem contribuído
para um forte despertar de interesse para a tradução bíblica. Boa parte dos
resultados historicamente obtidos nesta área advém do esforço de nossos
preciosos irmãos norte-americanos que valorosamente trabalharam e trabalham na
análise e grafia lingüística, e tradução da Palavra para vários idiomas, como o
caso do missionário Robert Hawkins que dedicou 54 anos de sua vida traduzindo a
Bíblia completa para a língua Wai-Wai. Louvado seja Deus. <br><br>O presente
apelo é por obreiros brasileiros, com desejo de se esmerarem no estudo
lingüístico e se prepararem da melhor forma possível para transmitir o evangelho
para mais de 120 línguas no Brasil Indígena. <br><br><br><font size="4"><br>Conclusão </font><br><br>Cerca de 3 anos atrás, quando estávamos
integralmente envolvidos com a evangelização dos Konkombas em Gana na África,
participei de uma conferência em Chicago onde se reuniam missiólogos e
missionários de boa parte do mundo. Muitos temas eram estudados mas sobretudo
havia oportunidade para desafios missionários nas preleções da noite. Em minha
sessão, falando sobre povos ainda não alcançados, tentei confrontar o auditório
com um silogismo bíblico de responsabilidade na comunicação do evangelho
dizendo: '... em Gana a Igreja fortemente expressiva no sul do país ainda não se
despertou para as quase 100 tribos não alcançadas ao norte, dentre elas os
Konkombas-Bimonkpeln com os quais trabalhamos. Infelizmente ainda é necessário o
envio de missionários estrangeiros para o alcance das tribos ao norte porque a
Igreja dorme'. <br><br>Na preleção a seguir um norte americano falaria sobre o
desenvolvimento de igrejas autóctones. Ele iniciou seu sermão mais ou menos da
seguinte forma: 'Fui missionário por mais de 20 anos na Amazônia brasileira
entre indígenas ainda não alcançados pois apesar da existência de milhões de
evangélicos naquele país não havia missionários suficientes. Isto porquê a
Igreja dorme'.</font></p>
<p align="justify"><font face="Bookman Old Style">Senti-me muito constrangido mas
reconheci, infelizmente, que suas palavras não estavam tão longe da verdade. É
possível mudar. </font></p>
<hr align="left" width="200">
<p align="justify"><font face="Bookman Old Style"><em>Agradecemos ao autor pela
autorização escrita para publicarmos os seus artigos no <a href="http://Monergismo.com">Monergismo.com</a>.
</em></font><font face="Bookman Old Style"><br><br><br></font></p>
<div align="justify">
<div align="justify">
<div align="justify">
<div align="justify">
<p><font face="Book Antiqua" size="3"><span style="font-family: Tahoma;"></span></font><font face="Book Antiqua" size="3"><span style="font-family: Tahoma;"></span></font><font face="Book Antiqua" size="3"><span style="font-family: Tahoma;">
</span></font></p></div></div></div></div></blockquote></blockquote>
<hr noshade="noshade">
<p align="center"><font face="Book Antiqua"><a href="http://www.monergismo.com/" target="_blank">http://www.monergismo.com/</a></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua" size="2">Este site da web é uma
realização de<br><b>Felipe Sabino de Araújo
Neto</b><sup>®</sup><br><i>Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que
é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.</i></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua"><a href="#TOP"><font size="2">TOPO DA
PÁGINA </font></a></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua" size="2">Estamos </font><font face="Book Antiqua"><font size="2">às ordens para comentários e
sugestões.<br><br><a href="http://www.monergismo.com/textos/batismo/livrosrecomendados.htm" target="_blank"><em>Livros Recomendados</em></a></font></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua" size="2"><em>Recomendamos os sites
abaixo:</em></font></p>
<p align="center"><font face="Book Antiqua"><a href="http://www.academiacalvinia.com.br/" target="_blank"><font size="1">Academia
Calvínia</font></a><font size="1">/<a href="http://www.spurgeon.org/" target="_blank">Arquivo Spurgeon</a>/ <a href="http://www.pbministries.org/books/pink/pinks_archive.htm" target="_blank">Arthur Pink</a> / <a href="http://www.ipcb.org.br/" target="_blank">
IPCB</a> / <a href="http://www.solanoportela.net/" target="_blank">Solano Portela</a> /<a href="http://www.textosdareforma.net/" target="_blank">Textos da reforma</a> / <a href="http://www.thirdmill.org/portuguese/" target="_blank">
Thirdmill</a><br><a href="http://www.cep.org.br/" target="_blank">Editora Cultura Cristã</a> /<a href="http://www.editorafiel.com.br/" target="_blank">Editora Fiel</a> / <a href="http://www.puritanos.com.br/" target="_blank">
Editora Os Puritanos</a> / <a href="http://www.editorapes.com.br/" target="_blank">Editora PES</a> / <a href="http://www.editoravidanova.com.br/" target="_blank">Editora Vida
Nova</a></font></font></p>
<span width="1" style="color: white;"/>__._,_.___</span>
<!-- |**|begin egp html banner|**| -->
<br><br>
<tt>
-------------------------------------------------------------<BR>
IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares<BR>
Goiânia, 18 a 20 de outubro de 2006<BR>
Participe! Para maiores informações, visite<BR>
<a href="http://www.letras.ufg.br/abecs.html">http://www.letras.ufg.br/abecs.html</a><BR>
-------------------------------------------------------------<BR>
<BR>
O uso dos recursos do grupo Etnolingüística baseia-se no reconhecimento e aceitação de suas diretrizes. Para conhecê-las, visite <a href="http://geocities.com/linguasindigenas/normas">http://geocities.com/linguasindigenas/normas</a> </tt>
<br><br>
<!-- |**|end egp html banner|**| -->
<!-- |**|begin egp html banner|**| -->
<img src="http://geo.yahoo.com/serv?s=97490435&grpId=8978358&grpspId=2086113448&msgId=928&stime=1152857730" width="1" height="1"> <br>
<!-- |**|end egp html banner|**| -->
<!-- |**|begin egp html banner|**| -->
<br>
<hr width="500">
<b>Links do Yahoo! Grupos</b><br>
<ul>
<li>Para visitar o site do seu grupo na web, acesse:<br><a href="http://br.groups.yahoo.com/group/etnolinguistica/">http://br.groups.yahoo.com/group/etnolinguistica/</a><br>
<li>Para sair deste grupo, envie um e-mail para:<br><a href="mailto:etnolinguistica-unsubscribe@yahoogrupos.com.br?subject=Unsubscribe">etnolinguistica-unsubscribe@yahoogrupos.com.br</a><br>
<li>O uso que você faz do Yahoo! Grupos está sujeito aos <a href="http://br.yahoo.com/info/utos.html">Termos do Serviço do Yahoo!</a>.
</ul>
</br>
<!-- |**|end egp html banner|**| -->
<span style="color: white;"/>__,_._,___</span>
</body></html>