<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01//EN" "http://www.w3.org/TR/html4/strict.dtd">
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<div id="ygrp-msg" style="width: 470px; margin:0; padding:0 25px 0 0; float:left; z-index:1;">
<!--~-|**|PrettyHtmlEndT|**|-~-->
<div id="ygrp-text">
<p><!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01 Transitional//EN" "http://www.w3c.org/TR/1999/REC-html401-19991224/loose.dtd">
<DIV><FONT face="Georgia">Obrigado pela sugestão, Eduardo. Daqui em diante vou
mandar informativos para a lista sobre as novidades da página da SIL-Brasil.
Devo informar por enquanto que além dos quatro trabalhos que já mencionei, os
seguintes trabalhos antigos também foram colocados na página
recentemente:</FONT></DIV>
<DIV><FONT face="Georgia"></FONT> </DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">James
and Kiyoko Kakumatsu, 2007 (1988) <I>Dicionário por Tópicos
Kaapor-Portuguê<wbr>s</I></SPAN></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">Joan
Boswood, 2007 (1978), <I>Quer Falar a
Língua dos Canoeiros?</I></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">Loraine
Bridgeman, 2007 (1981), "O Parágrafo na Fala dos
Kaiwá-Guarani"</SPAN></DIV></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">Carolyn
Bontkes, 2007 (1988), "A Prosódia Silábica Surui"</SPAN></DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">E
o seguinte dicionário é novo:</SPAN></DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;">Sheila
Tremaine, 2007, <I>Dicionário
Rikbaktsa-Portuguê<wbr>s, Português-Rikbaktsa</I></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"><SPAN></SPAN></SPAN></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"><SPAN lang="PT-BR" style="FONT-SIZE: 12pt;FONT-FAMILY: Georgia;"><SPAN>Abraço,
Alan</SPAN></SPAN></SPAN></DIV></SPAN></DIV>
<DIV><FONT face="Georgia"></FONT> </DIV>
<BLOCKQUOTE style="BORDER-LEFT: #000000 2px solid;">
<DIV style="FONT: 10pt arial;">----- Original Message ----- </DIV>
<DIV style="BACKGROUND: #e4e4e4;FONT: 10pt arial;"><B>From:</B>
<A title="kariri@gmail.com" href="mailto:kariri@gmail.com">eduardo_rivail</A>
</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial;"><B>To:</B> <A title="etnolinguistica@yahoogrupos.com.br" href="mailto:etnolinguistica@yahoogrupos.com.br">etnolinguistica@<wbr>yahoogrupos.<wbr>com.br</A>
</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial;"><B>Sent:</B> Tuesday, May 27, 2008 11:31
AM</DIV>
<DIV style="FONT: 10pt arial;"><B>Subject:</B> [etnolinguistica] Re: "ACERVOS
LINGÜÍSTICOS: Para compreender as línguas indígenas"</DIV>
<DIV><BR></DIV>
<DIV id="ygrp-text">
<P>Caro Alan,<BR><BR>Obrigado pelas dicas. Vez ou outra visito a página de
vocês para ver <BR>o que há de novo. Mas será que seria possível criar um meio
de manter <BR>a comunidade informada sempre que houver novos acréscimos (seja
<BR>através desta lista, RSS feeds, etc.)?<BR><BR>Desde já,
obrigado.<BR><BR>Abraço,<BR><BR>Eduardo<BR><BR>--- Em <A href="mailto:etnolinguistica@yahoogrupos.com.br">etnolinguistica@<WBR>yahoogrupos.<WBR>com.br</A>,
"Alan Vogel" <BR><alan_vogel@<WBR>...> escreveu<BR>><BR>> Prezados
listeiros,<BR>> <BR>> Li com interesse a contribuição da profa. Ceci, e
gostaria de <BR>informar que a SIL tem sempre colocado os resultados das suas
<BR>pesquisas à disposição de todos, tanto na área de lingüística como <BR>nas
de antropologia, educação, e outras. Como já tem sido divulgado <BR>aqui,
oferecemos para download muitos dos trabalhos publicados <BR>através dos anos
na nossa página na internet <BR>(<A href="http://www.sil.org/americas/brasil/PortTcPb.htm">http://www.sil.<WBR>org/americas/<WBR>brasil/PortTcPb.<WBR>htm</A>),
junto com outros <BR>trabalhos novos inéditos. Na medida que dispomos de
pessoal, estamos <BR>também colocando os trabalhos que fazem parte do nosso
Arquivo <BR>Lingüístico. Por exemplo, recentemente foram colocados quatro
<BR>trabalhos de Roberto Dooley: <BR>> <BR>> Participants in Guarani
Narrative (1976)<BR>> Períodos Guarani (1977)<BR>> Pronouns and
Topicalization in Guarani Texts (1978)<BR>> Apontamentos Sobre Ñandéva
Guaraní Contemporâneo (1991)<BR>> <BR>> Os trabalhos mais antigos nunca
foram em forma digital, e estamos <BR>escaneando-os e preparando-os como
documentos PDF "searchable"<WBR>, para <BR>serem mais úteis aos leitores (do
que se fossem apenas imagens). Em <BR>alguns casos a versão atual reflete
pequenas revisões dos autores, <BR>mas na maioria dos casos, o conteúdo é
essencialmente igual ao da <BR>versão original do Arquivo Lingüístico.<BR>>
<BR>> Alan Vogel<BR>> Coordenador de Pesquisas Lingüísticas<BR>> SIL
- Brasil<BR>> <BR>> ----- Original Message ----- <BR>> From: Renato
Athias <BR>> To: <A href="mailto:etnolinguistica%40yahoogrupos.com.br">etnolinguistica@<WBR>yahoogrupos.<WBR>com.br</A>
<BR>> Sent: Wednesday, May 21, 2008 9:02 AM<BR>> Subject:
[etnolinguistica] "ACERVOS LINGÜÍSTICOS: Para <BR>compreender as línguas
indígenas"<BR>> <BR>> <BR>> <BR>> <BR>> <A href="http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ofjor/ofc05072000.htm">http://www.observat<WBR>oriodaimprensa.<WBR>com.br/ofjor/<WBR>ofc05072000.<WBR>htm</A><BR>>
ACERVOS LINGÜÍSTICOS <BR>> Para compreender as línguas indígenas<BR>>
<BR>> Ceci Maria Aparecida Honório (*)<BR>> <BR>> Desde as primeiras
publicações sobre o tupinambá ou tupi antigo, <BR>entre as quais destacamos a
Arte de gramática da língua mais usada na <BR>costa do Brasil – obra do Padre
Anchieta datada de 1595 –, outros <BR>estudos descritivos foram sendo
produzidos, sustentando sobretudo os <BR>trabalhos de tradução da literatura
religiosa nesta e em outras <BR>línguas indígenas. Os relatos de missionários
e viajantes da época <BR>passam a constituir, por outro lado, material de base
para a <BR>elaboração de dicionários bilingües (português/línguas indígenas) e
<BR>para a construção de uma historiografia brasileira. Destes estudos
<BR>decorrem outros subseqüentes, compondo um vasto conjunto de
<BR>documentação sobre as línguas do Brasil, hoje diluído em alguns
<BR>arquivos públicos ou incorporado a acervos, na forma de "coleções".
<BR>> <BR>> Vamos nos centrar aqui no modo de organização de dois
arquivos <BR>que, ao lado de outros não menos importantes, estão representados
<BR>como centros de referência para pesquisas em línguas indígenas.
Trata-<BR>se do antigo acervo de Plínio Ayrosa, atualmente incorporado ao
<BR>acervo do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP), e da Coleção
<BR>Línguas Indígenas do Brasil, que hoje integra o Cedae (Centro de
<BR>Documentação Cultural Alexandre Eulálio), no Instituto de Estudos da
<BR>Linguagem (IEL) da Unicamp. <BR>> <BR>> Queremos mostrar que o
arquivo tem uma direção: o gesto de <BR>organização de arquivo, ao incorporar
um documento, rejeitar outros, <BR>exerce um determinado controle da memória
social, projeta leitores <BR>possíveis nos acontecimentos de linguagem. Assim,
tais arquivos <BR>tornam ou não visíveis certos saberes acerca, neste caso,
das línguas <BR>do Brasil. O acesso a este tipo de conhecimento não se dá,
pois, pelo <BR>mero fato de o arquivo ter uma existência real. E sim pelo
processo <BR>histórico de sua constituição, modo de constituição de saberes.
Deste <BR>ponto de vista, o arquivo é, ao mesmo tempo, lugar de constituição e
<BR>de institucionalizaçã<WBR>o destes saberes. Lugar de regulação do
<BR>conhecimento, que, portanto, não é neutro. <BR>> <BR>> Plínio
Ayrosa: pesquisa e divulgação<BR>> <BR>> Em 1934, introduzindo a cadeira
de Etnografia e Línguas Tupi-<BR>Guarani na Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da USP, Plínio <BR>Ayrosa passou a se dedicar aos estudos do tupi,
vindo a fundar o <BR>Museu de Etnografia que levou seu nome. Neste arquivo
estão <BR>organizadas documentações coordenadas, prefaciadas, comentadas ou
<BR>traduzidas por Ayrosa, referentes aos trabalhos lingüísticos de
<BR>missionários e viajantes: relatos, vocabulários, dicionários <BR>bilingües
(português-tupi)<WBR>, literatura religiosa (orações, <BR>catecismos,
diálogos, poemas etc). De sua autoria são também os <BR>estudos dos
designativos de origem tupi-guarani empregados na língua <BR>portuguesa do
Brasil, encontrados nos relatos de missionários, <BR>viajantes, na literatura
alencariana, na perspectiva geográfica <BR>(toponímias) e etimológica.
<BR>> <BR>> Ao organizar um certo saber sobre o tupi, o arquivo cria
<BR>condições para uma maior visibilidade dessa língua no país, pela
<BR>veiculação deste conhecimento na imprensa. Grande parte desta <BR>produção
foi publicada, principalmente no Arquivo Municipal de São <BR>Paulo e no
jornal O Estado de S.Paulo. Já em 1933 o autor havia <BR>publicado suas
"Primeiras noções de tupi" no Diário Oficial do Estado <BR>de São
Paulo.<BR>> <BR>> Este modo de circulação de saberes, que apresenta a
língua tupi <BR>como "a língua indígena", produz um certo controle da memória
social <BR>acerca das outras línguas faladas no Brasil Colonial, ao mesmo
tempo <BR>em que contribui na construção de um imaginário de língua indígena.
É <BR>importante lembrar que a língua representada neste arquivo
<BR>corresponde ao tupi gramatizado, ou seja, aquele que resultou da
<BR>sistematização das línguas da família tupi. Desse trabalho de
<BR>gramatização feito pelos jesuítas, resulta também outras obras
<BR>escritas em Tupi: poesias, teatro, compondo a literatura religiosa. A
<BR>formação deste corpo lingüístico assim organizado produz um estatuto
<BR>diferenciado a esta língua relativamente as outras línguas indígenas
<BR>faladas no país: o tupi antigo passa a funcionar como língua de
<BR>transição entre culturas. Torna-se, ao lado do latim, língua de
<BR>catequese, lugar de possibilidade da expansão da doutrina católica e
<BR>do projeto colonialista. <BR>> <BR>> Coleção de línguas<BR>>
<BR>> Passemos agora ao arquivo organizado pelo professor Aryon
<BR>Dall'Igna Rodrigues, em um trabalho mais recente. O arquivo, que
<BR>compõe a intitulada "Coleção Línguas Indígenas do Brasil", foi criado
<BR>em 1973, no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, por
<BR>iniciativa do professor. Nele constam, quase que exclusivamente,
<BR>documentos produzidos por missionários do SIL (Summer Institute of
<BR>Linguistic). Tendo iniciado seus trabalhos no país na década de 50,
<BR>auge da lingüística sincrônica, o Summer produziu um volumoso <BR>material
descritivo sobre as línguas indígenas, relativamente a <BR>outros estudos de
lingüistas brasileiros. A serviço das Novas Tribos <BR>do Brasil (igrejas
fundamentalistas americanas), no que concerne à <BR>tradução do novo
testamento em línguas indígenas, para evangelização <BR>dos povos que as
falam, divulgou seu Arquivo Lingüístico, com sede <BR>própria em Porto Velho
(RO), com algumas instituições (científicas ou <BR>não), sendo acolhido também
em centros de documentação, tais como o <BR>da Funai e o do Museu Nacional,
duas grandes referências sobre o <BR>assunto, só para se ter uma idéia.
<BR>> <BR>> Os documentos pertencentes a esse arquivo se dividem em
estudos <BR>sincrônicos, vocabulários, dicionários bilingües, textos
indígenas, <BR>vocabulário padrão para estudos comparativos nas línguas
indígenas <BR>brasileiras. Há também os textos indígenas que incluem temas do
<BR>cotidiano, lendas, sendo muitos destes textos com tradução bilingüe
<BR>não só na língua indígena/portuguê<WBR>s como também em língua
<BR>indígena/inglê<WBR>s. Levando-se em consideração a presença de muitos
<BR>missionários-<WBR>lingüistas em área indígena já há mais de 40 anos,
chama-<BR>nos a atenção o fato de que grande parte do material lingüístico que
<BR>compõe o arquivo se apresenta em versões incompletas e rascunhadas. É
<BR>relevante ainda notar que o trabalho de tradução do Novo Testamento,
<BR>embora bastante representativo em termos quantitativos, não consta da
<BR>Coleção do Cedae – à exceção da documentação referente à língua
<BR>catalogada como Mawé (Sateré), em que se encontram os textos <BR>Questions
on God e Sateré biblie terms, em inglês e sem data. Segundo <BR>dados da
Associação das Missões Transculturais Brasileiras (AMTB, <BR>1999), já foram
traduzidas ou estão em processo de tradução para as <BR>línguas indígenas
cerca de cinqüenta bíblias, o que significa que <BR>mais de um quarto das
populações indígenas brasileiras já têm o Novo <BR>Testamento na sua língua.
<BR>> <BR>> O procedimento que exclui este tipo de texto religioso por
aporte <BR>do SIL, ao mesmo tempo em que controla a cientificidade do arquivo,
<BR>restringe o acesso aos processos históricos que determinaram sua
<BR>constituição. Esse procedimento se faz tanto explicitamente,
negando-<BR>se ao texto a sua inclusão no acervo, quanto implicitamente, pelo
<BR>modo de categorização deste arquivo – intitulado Línguas Indígenas do
<BR>Brasil – que não refere o SIL no processo de sua nomeação. Este gesto
<BR>de leitura acoberta o discurso religioso pela transparência do
<BR>discurso científico. Além disso, a incorporação de alguns poucos
<BR>textos/artigos relativos a estudos de pesquisadores brasileiros, dos
<BR>quais destacamos o do próprio professor Aryon Rodrigues, e de um
<BR>missionário salesiano, o padre Casimiro Beksta, parece favorecer a
<BR>legitimação deste arquivo como um outro, que não corresponde ao
<BR>arquivo do SIL. Rejeitar alguns, incorporar outros. Gesto de leitura
<BR>que implica responsabilidade. <BR>> <BR>> Institucionalizaçã<WBR>o
de saberes <BR>> <BR>> Como vimos, a visibilidade de um certo tipo de
produção <BR>lingüística como trabalho científico se constrói pela própria
<BR>instituição que acolhe este arquivo. Constata-se a utilização de <BR>dados
do arquivo do SIL fundamentando trabalhos acadêmicos <BR>concernidos ao estudo
das línguas indígenas. O livro de Aryon <BR>Rodrigues, Línguas Brasileiras –
para o conhecimento das línguas <BR>indígenas, referência bastante
significativa nos cursos de <BR>Lingüística Indígena e/ou Lingüística
Antropológica, como são <BR>chamados, apresenta também ampla divulgação do
material produzido <BR>pelo SIL, tendo em vista a escassez de trabalhos
científicos <BR>concernidos por lingüistas brasileiros especializados na área
até a <BR>década de 70. <BR>> <BR>> Outro aspecto relevante a ser
considerado no processo de <BR>constituição do arquivo é que no próprio
momento em que ele se <BR>organiza para exercer também um papel na divulgação
de seu material, <BR>ele projeta alguns leitores possíveis: "As equipes do SIL
estão <BR>preparando para arquivamento e possível futura publicação, coleções
<BR>de textos indígenas em formato interlinear com análise morfêmica e
<BR>tradução livre. Este material será de grande interesse para etnólogos
<BR>(o conteúdo dos textos) e lingüistas (a gramática dos textos.)". Sem
<BR>nos esquecer da projeção de um outro leitor: aquele que domina a
<BR>língua inglesa. Muitos desses estudos estão escritos nesta língua.
<BR>> <BR>> Este gesto de organização produz um efeito de regulação do
<BR>trabalho de leitura de arquivo: quem deve ler o quê? A memória desses
<BR>saberes fica assim reservada a certos especialistas. <BR>> <BR>> Um
outro lugar de divulgação deste tipo de produção científica, <BR>não
caracterizado como instituição acadêmica, tem sido as OGNs que <BR>desenvolvem
projetos com as comunidades indígenas. Através da mídia <BR>eletrônica,
particularmente a internet, o Instituto Socioambiental <BR>(ISA), por exemplo,
apresenta em seu site o item "Quadro dos Povos", <BR>uma classificação
atualizada (setembro/1997) das línguas indígenas <BR>baseada na revisão do
livro Línguas Brasileiras – para o conhecimento <BR>das línguas indígenas, do
Prof. Rodrigues, já referido. Quando <BR>consultamos ainda o Arquivo da Funai,
em seu site, encontramos <BR>somente a indicação de pesquisa: "Consultar o
livro de Rodrigues <BR>acima citado". É interessante notar que justamente o
hipertexto, que <BR>simula "abrir" muitos arquivos, funciona de modo a dirigir
o <BR>movimento do leitor sempre para o mesmo arquivo. O movimento entre "o
<BR>dado" e (aquilo que aparece como) "o novo", ao mesmo tempo em que
<BR>amplia as possibilidades de acesso aos saberes, pela sua introdução <BR>em
outros suportes de divulgação, produz os mecanismos de seu <BR>controle,
re-apresentando o que já se encontra autorizado. <BR>> <BR>>
Cientificidade e controle da memória<BR>> <BR>> Mais do que uma divisão
de trabalho de arquivo, organizada por <BR>critérios acadêmicos de divisão dos
campos do saber, a filologia, de <BR>um lado, e os estudos sincrônicos, de
outro, a constituição dos <BR>arquivos apresentados deixa antever a
determinação do discurso <BR>religioso sobre o discurso científico. Neste modo
de circulação do <BR>saber, observamos um movimento que
transforma/dissimul<WBR>a o trabalho <BR>missionário de evangelização em
trabalho científico, garantindo-se um <BR>espaço de idoneidade e neutralidade
política. <BR>> <BR>> Neste processo, lembramos ainda que o trabalho de
classificação <BR>das línguas, e, conseqüentemente, classificação dos povos,
foi e <BR>continua sendo instrumento útil no controle da diversidade
<BR>lingüístico-cultural no país, tanto por agentes internos quanto
<BR>externos. Podemos referir aqui o levantamento realizado pela já <BR>citada
AMTB, denominado A situação das tribos brasileiras, que mapeia <BR>o "número
de tribos, situação quanto à distribuição da população" e <BR>categoriza os
povos em três tipos: "Povo A – Grupo etnolingüístico <BR>não
evangelizado"<WBR>, "Povo B – Grupo etnolingüístico evangelizado, <BR>porém
não-cristão", e "Povo C – Grupo etnolingüístco cristão", <BR>classificação que
servirá para a planificação das ações <BR>evangelizadoras.<BR>> <BR>>
Diante das reflexões apresentadas, perguntamos: que saberes podem <BR>ou não
ser disponibilizados, ou seja, de que perspectiva se organiza <BR>esse
arquivo? Podemos dizer que o trabalho de classificação, de <BR>categorização,
enfim, a prática metodológica, ao organizar <BR>formalmente um campo da
documentação, produz uma certa assepsia no <BR>processo de construção do
conhecimento, selecionando e reorganizando <BR>um campo de memória, a partir
de uma certa conjuntura histórica. <BR>> <BR>> Do nosso ponto de vista,
é preciso que a organização dos "dados" <BR>lingüísticos funcione não como um
depósito de informações <BR>materializadas nos documentos, mas como um espaço
de saber organizado <BR>pela relação entre diferentes memórias que compõe o
social. Relação <BR>que, ao movimentar o arquivo, produz sua significação
histórica no <BR>acontecimento de linguagem. <BR>> <BR>> Línguas e a
história no Brasil<BR>> <BR>> Acompanhar uma parte do processo histórico
de construção destes <BR>arquivos nos leva a dizer, sobre estes arquivos, os
quais constituem <BR>um campo de saber, que, ao distribuir a palavra, numa
certa medida, <BR>ora para um Deus católico, que legitima o tupi como língua
que saiu <BR>da barbárie, ora para um Deus evangélico, que proclama a salvação
de <BR>todos os homens pela tradução do "testamento"<WBR>, legitima estes
<BR>discursos em nome da ciência. Neste espaço de constituição de <BR>saberes,
a imagem de um arquivo, significado como depositário de um <BR>conhecimento
científico sobre as línguas indígenas, naturaliza e <BR>neutraliza as próprias
línguas e seus falantes, pelo apagamento do <BR>processo de sua constituição.
<BR>> <BR>> Queremos chamar a atenção para o fato de que esses arquivos
têm <BR>uma histórica, que tem a ver com a história da constituição das
<BR>ciências e a história das sociedades. Do nosso ponto de vista, a
<BR>ciência deve se colocar como um espaço democrático de circulação de
<BR>conhecimento, espaço que se configura não só de alianças mas também <BR>de
confrontos. <BR>> <BR>> Da perspectiva dos estudos lingüísticos,
consideramos que o <BR>entendimento do "espetáculo" dos 500 anos de Brasil se
faz pela <BR>memória histórica dos povos que o geraram. E não de sua exclusão.
<BR>> <BR>> (*) Lingüista, pesquisadora associada na Universidade
Federal de <BR>São Carlos (UFSCar)<BR>><BR><BR></P></DIV><!--End group email --></BLOCKQUOTE>
</p>
</div>
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*Línguas indígenas na mídia (www.etnolinguistica.org/imprensa)<BR>
*Outros websites de interesse (www.etnolinguistica.org/sites)<BR>
<BR>
Para sugerir novos links ou corrigir links desatualizados, <BR>
escreva para links@etnolinguistica.org<BR>
<BR>
O uso dos recursos da lista Etnolingüística baseia-se no<BR>
reconhecimento e aceitação de suas diretrizes. Para conhecê-las,<BR>
visite www.etnolinguistica.org/normas<BR>
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Alterar configurações via e-mail: <a href="mailto:etnolinguistica-digest@yahoogrupos.com.br?subject= Recebimento de e-mail: Lista de mensagens">Alterar recebimento para lista diária de mensagens</a> | <a href = "mailto:etnolinguistica-traditional@yahoogrupos.com.br?subject=Alterar formato de distribuição: Tradicional">Alterar formato para o tradicional</a> <br>
<a href="http://br.groups.yahoo.com/group/etnolinguistica;_ylc=X3oDMTJkOGZsYmg2BF9TAzk3NDkwNDM1BGdycElkAzg5NzgzNTgEZ3Jwc3BJZAMyMTM3MTEzNDQ4BHNlYwNmdHIEc2xrA2hwZgRzdGltZQMxMjEyMDIxNTkx">
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<p>Proteção anti-spam</p>
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<p>Buscar sites na web</p>
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<p>A melhor forma de comunicação</p>
<p></p>
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