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<p><DIV>Prezados prof.Aryon e Eduardo</DIV>
<DIV>Eu acredito que vocês tenham lido o que escreveu a Pilar Valenzuela e o Guzmán. E todas as últimas notícias veiculadas pela mídia. Tenho certeza de que há um movimento muito forte para desestabilizar e "acabar" com os povos indígenas. Há muitos arautos e muitas indicações. Infelizmente tenho mandado mensagens a quem ninguém responde, como se não tivéssemos nada a ver a situação. Há uma "orquestração"<wbr>, tenho certeza, muito mais forte do que na época da ditadura, pois então sabíamos quem eram os inimigos. Agora eles ficam camuflados, mas, creio, são mais poderosos. Espero que a minha resposta chegue a todos e que tenhamos uma atitude, no mínimo, como tivemos na época da ditadura. A não ser que não nos importemos com os povos indígenas.</DIV>
<DIV>Cordialmente,</DIV>
<DIV>Silvia Braggio </DIV>
<DIV>
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<TR>
<TD width="70" bgColor="#bde9fd"><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2"><B>De:</B></FONT></TD>
<TD><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2">etnolinguistica@<wbr>yahoogrupos.<wbr>com.br</FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
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<TD width="70" bgColor="#bde9fd"><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2"><B>Para:</B></FONT></TD>
<TD><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2">etnolinguistica@<wbr>yahoogrupos.<wbr>com.br</FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
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<TD width="70" bgColor="#bde9fd"><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2"><B>Cópia:</B></FONT></TD>
<TD><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2"></FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
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<TR>
<TD width="70" bgColor="#bde9fd"><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2"><B>Data:</B></FONT></TD>
<TD><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2">Mon, 14 Jul 2008 14:17:57 -0300</FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
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<TR>
<TD width="70" bgColor="#bde9fd"><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2"><B>Assunto:</B></FONT></TD>
<TD><FONT face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'" size="2">Re: [etnolinguistica] "Não Há Índio Ianomâmi"</FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
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<DIV id="ygrp-msg">
<DIV id="ygrp-text">
<P>Caro Eduardo,<BR><BR>eu não tenho trabalhado com os Yanomámi, mas me ocupava com a identificação e classificação de suas línguas já há cinqüenta anos (cf. Rodrigues, "Über die Sprache der Surara und Pakidai", <I>Mitteilungen aus dem Museum für Völkerkunde in Hamburg</I>, vol. 26, p. 134-138, Hamburgo, 1960 - Surára e Pakidái são os nomes que o antropólogo Hans Becher atribuíra aos índios Yanomámi com que esteve na década de 1950). Continuei com a atenção voltada para os Yanomámi até concluir que se trata de uma família lingüística compreendendo quatro línguas (Ninám ou Yanám, Sanumá, Yanomám ou Yainomá e Yanomámi, cf. Rodrigues, <I>Línguas brasileiras</I>, S. Paulo, 1986, p. 88-92). <BR><BR>Ao contrário do que estão alardeando os oficiais do nosso exército mencionados na nota do jornalista Sebastião Nery, usando aparente erudição no conhecimento sobre Curt Nimuendajú, este sabia muito bem da existência dos Yanomámi, os quais figuram em seu excelente mapa sob o nome <I>Waiká</I> ou <I>Waicá</I>, pelo qual também foram conhecidos antes que se divulgassem as autodenominaçõ<WBR>es nas suas diversas línguas. É claro que qualquer dos muitos antropólogos e lingüistas que têm nestes cinqüenta anos estudado suas culturas e suas línguas, alemães, franceses, italianos, norte-americanos, mas também brasileiros e venezuelanos, inclusive membros hoje das próprias comunidades Yanomámi (como, p. ex., Davi Kopenáwa), poderão mostrar o ridículo e a má intenção da afirmação de que "não há índio Ianomâmi".<BR><BR>É deplorável, entretanto, que haja oficiais no exército brasileiro que, sem formação adequada sobre a realidade cultural do nosso país e sobre uma área tão importante como é a Amazônia brasileira, procurem enganar a opinião pública ostentando falso conhecimento, em flagrante desrespeito à memória do grande pesquisador e defensor dos povos indígenas que foi Curt Nimuendajú. Não foram capazes, antes de propalar tão infeliz "conclusão", que ou os Yanomámi ainda eram desconhecidos dos pesquisadores até 1944 e por isso não poderiam ser situados no mapa (como é o caso de diversos povos indígenas só contatados depois da morte de Nimuendajú), ou já eram conhecidos e foram registrados com outro nome, o que é na verdade o caso dos Yanomámi. <BR><BR><BR><BR><BR>At 20:51 07/12/2008, you wrote:<BR><BR>
<BLOCKQUOTE class="cite" cite type="cite">Prezados,<BR><BR>Em geral, evito enviar para a lista coisas que não tratem <BR>estritamente de lingüística, mas, neste caso, parece-me apropriado, <BR>por tratar-se do uso de uma fonte respeitável -- o Mapa Etno-<BR>histórico de Curt Nimuendaju -- para tentar "justificar" uma idéia <BR>absurda. Refiro-me ao artigo abaixo, de Sebastião Nery, publicado em <BR>vários meios -- por exemplo, aqui:<BR><BR><A href="http://www.noca.com.br/coluna.asp?cntcod=8&colcod=790">http://www.noca.<WBR>com.br/coluna.<WBR>asp?cntcod=<WBR>8&colcod=790</A><BR><BR>Seria interessante que alguém com conhecimento direto deste povo, de <BR>sua história e de seu território desse uma resposta à altura.<BR><BR>Atenciosamente,<BR><BR>Eduardo<BR><BR>------------<BR>20/05/2008 07:43h <BR>Não Há Indio Ianomâmi<BR><BR>por Sebastião Nery<BR><BR>Em abril de 91, o príncipe Charles, da Inglaterra, aquele que trocou <BR>a deusa Diana pela bruxa Camila, promoveu, a bordo do iate real <BR>inglês Brittania, ancorado no rio Amazonas, um seminario de dois <BR>dias. <BR><BR>Estavam lá David Triper, ministro do Meio Ambiente da Inglaterra, <BR>William Reilly, diretor da Agencia de Proteção Ambiental dos Estados <BR>Unidos, Carlo Ripa di Meana, coordenador do Meio Ambiente da <BR>Comunidade Europeia, Robert Horton, presidente da Britsh Petroleum, e <BR>o ministro brasileiro José Lutzenberger, do Meio Ambiente (governo <BR>Collor).<BR><BR>No dia 15 de novembro de 91, o ministro da Justiça, Jarbas <BR>Passarinho, assinou a portaria 580, criando a Reserva Indígena dos <BR>Ianomâmis : uma área continua de 91 mil quilometros quadrados, na <BR>fronteira de Roraima e do Amazonas com a Venezuela. <BR><BR>PRINCIPE CHARLES<BR><BR>No começo de 2000, quando a população de Roraima se insurgiu contra a <BR>criação, em área continua, da Reserva Indígena Raposa-Serra do Sol, o <BR>príncipe Charles, aquele que trocou a divina Diana pelo fantasma <BR>Camila, visitou a Guiana, onde participou da inauguração da "reserva <BR>ambiental" de Iwokrama, com 400 mil hectares, na região do rio <BR>Rupunini. <BR><BR>O secretario do Ministério de Relações Exteriores ingles, Paulo <BR>Taylor, e o secretario da embaixada britanica no Brasil, John <BR>Pearson, estiveram em Roraima "para conhecer de perto a realidade <BR>indígena". <BR><BR>Em 15 de abril ultimo, o governo Lula assinou a criação, em terras <BR>continuas, da Reserva Indigena Raposa-Serra do Sol : 1,75 milhão de <BR>hectar es, cuja constitucionalidade o Supremo Tribunal está julgando.<BR><BR>Agora, o mesmo Charles, o príncipe cego, convidou governadores e <BR>parlamentares da Amazônia para uma "segunda rodada sobre a Amazônia" <BR>em Londres. O que eles querem? Fincar uma estaca inglesa na Amazônia. <BR><BR>CURT NIMUENDAJÚ<BR><BR>Do embaixador Adriano Benayon, recebo estudo sobre a gula externa <BR>pela Amazônia, com uma pesquisa do professor Mario Drumond:<BR><BR>1. - "Consultei o "Mapa Etno-Historico de Curt Nimuendajú" (IBGE/- <BR>MEC - edição de 1981), considerado exaustivo como estudo cientifico <BR>das tribos, etnias, migrações e populações índigenas no Brasil, e <BR>verifico que não se registra nele nenhuma tribo chamada "ianomami", <BR>nem com I nem com Y, e nem com qualquer tipo de semelhança nominal ou <BR>ortográfica. Significa, portanto, que não existe e nunca existiu tal <BR>tribo".<BR><BR>2- "Os estudos e pesquisas do naturalista e etnólogo alemão Curt <BR>Unkel (que adotou o nome indigena de Curt Nimuendajú), realizados no <BR>Brasil ao longo de 40 anos (1905 e 1945) de ininterruptos trabalhos <BR>de campo, relacionam nominalmente, mapeiam (inclusive as migrações e <BR>perambulações) e comprovam cientificamente a existência de mais de <BR>1.400 tribos indígenas de diferentes etnias em todo o território <BR>brasileiro, com enfase na Amazônia e paises fronteiriços a oeste e <BR>norte do Brasil. É considerado o mais importante e minucioso estudo <BR>jamais realizado em qualquer parte do mundo sobre as populações <BR>indigenas amazônicas".<BR><BR>A FARSA<BR><BR>3. - "A "nação indigena inomami" é uma patifaria, uma ficção <BR>histórico-indigena que vem se criando e desenrolando em conivência <BR>com interesses apátridas e anti-nacionais. Não existem índios <BR>inanomamis. Os que estão na "reserva" foram levados por ONGs <BR>controladas e financiadas por entidades estrangeiras, com a ajuda da <BR>FUNAI, a partir dos anos 70". <BR><BR>4. - "Tudo isso está documentado no livro "A Farsa Ianomâmi", do <BR>coronel Carlos Alberto Menna Barreto, em trabalhos do coronel Gelio <BR>Fregapani e em artigo do almirante Gama e Silva : - "Ianomâmi? Quem"?"<BR><BR>A AMEAÇA <BR><BR>Para que a perda de nossos territórios se torne também "de direito" <BR>basta que nações mandem os índios, que já controlam através de ONGs, <BR>entidades religiosas,etc,<WBR>proclamarem-<WBR>se"cidadãos de paises <BR>independentes" atraves da "independência" de paises inventados, <BR>apoiados externamente.<BR><BR>Fantasia? Leiam a "Declaração dos Direitos dos Povos Indigenas", <BR>aprovada dias atrás pela ONU, inclusive com o voto do Brasil. É da <BR>maior gravidade, sobretudo se o Congresso aprovar e incorporar à <BR>Constituição, conforme o art. 5º, parágrafo 3º, da emenda nº 45, de <BR>2004 :<BR>"Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, que <BR>forem aprovados, em cada casa do Congresso, em dois turnos, por 3/5 <BR>dos votos, serão equivalentes às emendas constitucionais"<BR><BR>AUTONOMIA E GOVERNOS<BR><BR>A "Declaração" tem 46 artigos, que o pais não discutiu.Por exemplo:<BR><BR>1. Art. 4 : - "Os povos indigenas, no exercicio de seu direito de <BR>livre determinação, têm direito à autonomia (sic) ou ao auto-governo <BR>(sic)... a reforçar suas instituições <BR>politicas,jurí<WBR>dicas,econô<WBR>micas,sociais, culturais"<BR><BR>Art. 9 : - "Os povos indígenas têm direito a pertencer a uma <BR>comunidade ou nação (sic) indígena".<BR><BR>Art. 26 : - "Os povos indígenas têm direito às terras, territórios e <BR>recursos que tradicionalmente tenham possuido, ocupado ou utilizado". <BR><BR>Art. - 30 : - "Não se desenvolverão atividades militares (sic) nas <BR>terras ou territórios dos povos indígenas, a menos que tenham <BR>solicitado".<BR><BR>Art. 36 - "Os povos indígenas, sobretudo os separados por fronteiras <BR>internacionais (sic), têm direito de manter e desenvolver contatos, <BR>relações e cooperação com outros povos, através das fronteiras" (sic).<BR><BR></BLOCKQUOTE>
<P></P></DIV><SPAN width="1"></SPAN>
<P>
<HR>
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<P>
<HR align="left" width="400" SIZE="2">
<FONT face="trebuchet MS, arial" size="2">Esta mensagem foi verificada pelo <A href="http://mail.terra.com.br/">E-mail Protegido Terra</A>.<BR>Atualizado em 14/07/2008<BR></FONT>
<P></P>
<DIV> </DIV>
<DIV> </DIV><FONT face="Lucida Console" size="3">Silvia L.B.Braggio</FONT>
</div></div></p>
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