Imprensa: Lingüística histórica em Belém

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Sat Aug 27 03:33:15 UTC 2005


[Publicado no JC e-mail 2842, de 26/ago/2005]
 
Museu Goeldi e Universidade Federal do Pará promovem simpósio sobre Lingüística Histórica na América Latina  Em Belém, de 27 de agosto a 2 de setembro, reunindo especialistas em línguas indígenas de vários países que trabalham sob a ótica histórico-comparativa

A abertura do Simpósio acontece neste sábado, dia 27 de agosto, às 14 horas, no Auditório Alexandre Ferreira Penna, localizado no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, com a apresentação dos estudos do Tronco Tupi. Já o restante da programação acontecerá no Hotel Beira Rio. 

Entre os destaques do sábado estão a primeira lingüista brasileira a publicar uma gramática de língua indígena, a doutora Lucy Seki, da Unicamp, que apresentará uma reconstrução parcial do sistema interrogativo Tupi, e os doutores Sebastian Drude, da Freie Universitat Berlin, e Sérgio Meira, da Leiden University (Holanda), que irão discutir as relações entre as famílias Mawetí-Guaraní no Tronco Tupi.

No domingo, dia 28, as apresentações da área da Linguística continuam, com trabalhos sobre o Tronco Macro Jê e grupos genéticos não relacionados. O lingüista Hein van der Voort, da Radboud Universiteit Nijmegen (Holanda), apresentará os resultados dos estudos realizados sobre a Família Jabuti, língua isolada e de origem desconhecida, em parceria com o pesquisador Eduardo Ribeiro, da Chicago University. Já a professora da UFPA, Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira, falará sobre comportamentos e atitudes sexuais dos Parkatêjê e Tapajiúna através da análise e comparação do seu vocabulário e costumes. 

As famílias Tucano e Karib serão os temas principais da segunda-feira, dia 29, que terá como destaques os pesquisadores da University of Oregon, Doris Payne e Spike Gildea, um dos principais estudiosos da Família Karib; o professor da UFPA Sidney Facundes, que estuda a reconstrução do Proto Aruak; e o grupo coordenado pelo pesquisador do Museu Goeldi, Denny Moore, que apresentará uma reconstrução preliminar do Proto Monde.

Na terça-feira, 30, o dia será dedicado aos especialistas de outras áreas, como antropólogos, etnobotânicos, biólogos, arqueólogos e geneticistas. A interação entre linguística, etnobotânica, arqueologia e genética será abordada por um grupo de pesquisadores do INPA para explicar a origem e a difusão da agricultura neotropical. O tema antropologia será abordado pelo estudioso Carlos Fausto, do Museu Nacional, e a utilização da genética por dois pesquisadores da UFPA, Andrea Kely dos Santos, que mostrará as aplicações antropológicas da análise do DNA antigo, e Sidney Santos, que falará sobre variabilidade do DNA mitocondrial em tribos indígenas da Amazônia brasileira.

Este é o terceiro encontro promovido pelo projeto “Explorando o passado lingüístico – Lingüística Histórica na América do Sul”, que é realizado através de uma parceria entre o Museu Goeldi, a University of Oregon (EUA) e a Organização Holandesa de Pesquisa Científica (NWO). O primeiro aconteceu em 2003, na Holanda, e o segundo ano passado nos EUA.

Além de estimular o interesse sobre o desenvolvimento histórico das línguas indígenas no mundo acadêmico, o Simpósio será um espaço de intercâmbio entre pesquisadores de diversas áreas que investigam a história e pré-história lingüística dessa gigantesca área geográfica, facilitando assim o diálogo entre a lingüística histórica, a antropologia, a arqueologia, a etnobotânica e a genética.

Os estudos históricos-comparativos investigam a fragmentação das línguas antepassadas em várias línguas diferentes. Eles procuram identificar a origem comum das línguas existentes através da reconstrução das propriedades de línguas não documentadas, as chamadas protolínguas. Como explica o Aurélio, as protolínguas são línguas que se supõe ter existido e tenham dado origem a uma família lingüística, em virtude das semelhanças existentes entre um grupo de línguas que lhe são posteriores, estabelecidas pelo método comparativo.

O Simpósio é coordenado pelos pesquisadores do Museu Goeldi, Ana Vilacy Galúcio e Denny Moore, e da UFPA, Carmen Lúcia Reis Rodrigues, Marília de Nazaré Ferreira e Sidney Facundes, e conta com o apoio da Organização Holandesa de Pesquisa Científica (NWO), Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam).
(Assessoria de Comunicação do MPEG) 



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