Licenciatura Intercultural- formação de professores indígenas
smariapimentel
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Sat Apr 29 16:46:42 UTC 2006
A pedido de algumas pessoas, repasso mais informações sobre o Curso
de Licenciatura Intercultural criado na Universidade Federal de Goiás.
O Curso de Licenciatura será destinado aos povos indígenas que se
situam na região Araguaia-Tocantins, compreendida entre os rios
Araguaia e Tocantins e adjacências, território de concentração de
povos Macro-Jê, mas também dos Tapirapé e Ava-Canoeiro, Guajajara,
povos Tupi. Fazem, portanto, parte do projeto os seguintes
indígenas: Karajá, Xerente, Apinajé, Krahô, Javaé, Tapirapé,
Guajajara e os timbiras do Maranhão. O curso tem como objetivo
formar e habilitar professores indígenas em Licenciatura
Intercultural, para lecionar nas Escolas do Ensino fundamental e
Ensino Médio, com vistas a atender à demanda das comunidades
indígenas no que toca à formação superior de seus professores, nas
áreas de concentração de CIÊNCIAS da LINGUAGEM, CIÊNCIAS da NATUREZA
e CIÊNCIAS da CULTURA.
Os eixos de sustentação do curso são a Diversidade e a
Sustentabilidade, definidos com base na realidade das sociedades
indígenas, no reconhecimento da diferença étnica, na situação em que
cada comunidade vive e no seu relacionamento com outros povos.
Levaram-se em conta tanto os contextos culturais, lingüísticos,
políticos e econômicos quanto os relacionamentos cotidianos dessas
sociedades com a não-indígena. Já os princípios pedagógicos são
transdisciplinaridade e interculturalidade, entendidos aqui de forma
dialógica, tanto no que se refere à relação entre as diferentes
culturas quanto à interação entre as várias áreas do saber. Nesse
sentido, as áreas de conhecimento das diferentes ciências estarão
relacionadas umas com as outras, sem separar, por exemplo,
matemática de geografia, língua de história, literatura de arte, ou
seja, nessa concepção a transdisciplinaridade e a interculturalidade
acontecerão normalmente. Tampouco estarão separados os conhecimentos
produzidos pelos indígenas daqueles considerados universais, a
pesquisa dos processos de ensino.
O curso terá uma duração de cinco anos. Os primeiros serão de
formação básica e os três últimos, de especialização na área
escolhida pelo professor indígena. A carga horária é de 3600 horas,
distribuída da seguinte forma:
a) Estudos presenciais; 2100 horas ( na UFG)
b) Ensino a distância; 500 horas (em Terras Indígenas, sob a
orientação de professores de UFG, UFT e UFMA). As universidades
federais do Tocantins e Maranhão são parceiras da universidade
federal de Goiás nesse projeto.
c) Pesquisa e seminário de pesquisa; 200horas ( na UFG, UFT e
UFMA).
d) Estágio Supervisionado; 400 horas (em Terras Indígenas)
e) Prática; 400 horas (em Terras Indígenas)
As aulas na UFG acontecerão entre os meses de janeiro, fevereiro,
julho e agosto, quando serão trabalhados conteúdos indicados nos
temas contextuais das matrizes e orientações sobre pesquisa e
estudo. A parte mais específica dos temas contextuais poderá
acontecer em terras indígenas com o propósito de possibilitar o
diálogo com os especialistas indígenas e com os projetos desses
povos. Serão realizadas atividades extracurriculares, oficinas
pedagógicas, visando suprir as necessidades que não foram
contempladas pelas matrizes teóricas: cursos de Língua Portuguesa e
Estudos de Línguas maternas, informática, produção de material
didático e etc.
No final do curso o professor indígena apresentará um projeto
alternativo de melhoria de vida para sua comunidade, dependendo da
área em que ele se especializou.
O vestibular acontecerá no mês de junho/2006. São 60 vagas para este
ano. Em cada ano, outras vagas serão oferecidas, dependendo da
demanda.
O projeto político pedagógico encontra-se na página da Faculdade de
Letras/UFG (www.letras.ufg.br).
Profa. Dra. Maria do Socorro Pimentel da Silva
Faculdade de Letras/Museu Antropológico
Universidade Federal de Goiás
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Colóquios Lingüísticos do Museu Antropológico
Participe! Para maiores informações, visite
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