Roberto Cardoso de Oliveira
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Mon Jul 24 16:16:21 UTC 2006
21/ 07/ 2006 - OBITUÁRIO
Roberto Cardoso de Oliveira
11/07/1928 * 21/07/2006
DA REDAÇÃO
Da Assessoria de Comunicação
Arquivo/UnB Agência
Cardoso criou o mestrado em Antropologia da UnB
O Brasil perdeu na sexta-feira, dia 21 de julho, um de seus principais antropólogos, Roberto Cardoso de Oliveira (11/07/1928 21/07/2006). O cientista social foi o responsável pela criação do mestrado em Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), em 1973, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1968, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1971. Cardoso foi internado, no último dia 16, após sentir fortes dores abdominais. Ele passou por uma cirurgia e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu a uma infecção generalizada. O velório será no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, a partir das 20h de hoje até as 13h30 de 22 de julho, sábado. Em seguida, o corpo será cremado.
Entre os anos de 1973 e 1985, Cardoso foi professor titular do Departamento de Antropologia da UnB. Mas sua história com a instituição não acabou aí. Em 1995, retornou como professor visitante do Centro de Pesquisa e Pós-graduação sobre as Américas (Ceppac), onde atuava até este mês.
ATUAÇÃO COM OS ÍNDIOS Em sua carreira, de mais de 40 anos como pesquisador, desenvolveu estudos sobre etnologia indígena, relações interétnicas, identidade e etnicidade nas Américas, entre outros. O antropólogo publicou 27 livros e recebeu títulos como o de Doutor Honoris Causa pela UnB (2003), a medalha Roquete-Pinto de Contribuição à Antropologia Brasileira (concedida em 2003 pela Associação Brasileira de Antropologia) e Comendador da Ordem de Rio Branco (2001). Desde 2000, ele era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Já em 2006, Oliveira iniciou pesquisa sobre os arquivos do antropólogo e sociólogo francês Marcel Mauss, com o objetivo de recolher informações não publicadas sobre a obra e a vida do autor, com especial atenção à sua correspondência inédita.
Cardoso deixa viúva e quatro filhos. Um deles, Luís Roberto Cardoso de Oliveira, é professor do Departamento de Antropologia da UnB. Veja abaixo algumas manifestações a respeito da morte de Roberto Cardoso de Oliveira:
Roberto Cardoso de Oliveira é um dos principais cientistas sociais do país. Deu uma contribuição fundamental para o desenvolvimento dessa área na UnB e manteve-se em atividade de ensino, pesquisa e orientação, muito além de sua aposentaria.
Timothy Mulholland, reitor da UnB
A perda do professor Roberto Cardoso de Oliveira é incalculável para as Ciências Sociais, assim como para a academia, a UnB, o Instituto de Ciências Sociais, a Antropologia e o Ceppac. Professor, pesquisador, orientador, colega e amigo, ao mesmo tempo brilhante, afável e dedicado ao seu ofício, ele foi e será um exemplo para todos nós. Permanecerá entre nós e as gerações futuras como um dos grandes criadores e um clássico da nossa ciência, reconhecido internacionalmente.
Ana Maria Fernandes, diretora do Centro de Pesquisa e Pós-graduação sobre as Américas (Ceppac) da UnB
Roberto Cardoso de Oliveira, além de colega exemplar, foi o verdadeiro criador da moderna ciência social na Universidade de Brasília.Homem invulgar pela cultura e pelo fino trato de tudo que é pertinente à vida acadêmica. Perdemos um real fundador; perdi meu primeiro e inesquecível diretor.
Benicio Schmidt, professor do Centro de Pesquisa e Pós-graduação sobre as Américas Pessoal de Nível Superior (Capes)(Ceppac) e diretor de Cooperação Internacional da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Roberto Cardoso de Oliveira é um antropólogo de primeira linha. É um grande herói institucionalizador, de uma fecundidade teórica impressionante. A Antropologia brasileira, especialmente a da Universidade de Brasília, deve muito a ele.
Lia Zanotta Machado, chefe do Departamento de Antropologia da UnB
O professor Roberto Cardoso de Oliveira não pode ser lembrado apenas como o importante intelectual e formador de gerações de cientistas sociais que foi. Para mim, é um exemplo de generosidade acadêmica e pessoal, que se fazia sentir em cada conversa, em cada conselho, em cada copo de vinho.
Henrique Carlos de Castro Oliveira, professor do Centro de Pesquisa e Pós-graduação sobre as Américas (Ceppac)
Roberto Cardoso de Oliveira entrou em minha vida através de seus artigos e livros. A leitura de seus trabalhos sobre a constituição teórica da Antropologia, sobre trabalho de campo e a ética, teve influência fundamental para mim e para a maioria dos antropólogos de minha geração. Não tive o privilégio de tê-lo como professor em sala de aula, mas em suas conferências era afável, comunicativo e rigoroso com suas idéias. Grande articulador da política acadêmica brasileira e latino-americana, Roberto me ensinou (talvez sem o saber) a lidar com a consolidação e crescimento da antropologia brasileira.
Miriam Grossi, presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA)-gestão 2004/2006 e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Professor Roberto Cardoso, meu orientador também na vida, ensinou-me, antes de tudo, o respeito pela diferença, a compreensão do outro como alteridade. Além da admiração e profundo reconhecimento, devo-lhe o gosto pela vida acadêmica e pela busca do conhecimento
Leila Chalub Martins, Decana de Extensão da Universidade de Brasília
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