Nome da familia 'Maku'

patienceepps pepps at MAIL.UTEXAS.EDU
Fri Sep 1 21:49:49 UTC 2006


Caro Renato,

Estou completamente de acordo com a proposta de mudar a denominação da
família lingüística 'Makú'. Já tinha falado com outros lingüistas
trabalhando com esta família sobre este assunto, e a maioria deles
concordam - assim como as pessoas Hupd'äh, Daw, e Yuhup. Outra razão
de muda-lo, além do sentido pejorativo deste nome na região, é que na
literatura lingüística sobre a Amazônia, já têm alguns outros grupos
lingüísticos com o mesmo nome 'Maku'. Parece que este nome vem
originalmente dum palavra Arawak, ma-aku, que significa 'sem fala'
(veja Koch-Grünberg 1906, etc.). 

Acho que o jeito de fazer um tal mudança é simplesmente de chegar num
acordo geral sobre uma denominação, e ai de començar usa-la. 

Eu e alguns outros já estão usando o nome 'Nadahup' ao lugar de
'Makú'. Este nome é um conjunto dos nomes das línguas Hup, Yuhup, Daw,
e Nadeb. Não inclui Kakua e Nukak, mas o relacionamento destas duas
línguas com as outra 4 não é certo nem provado, e é bem possivel que
não tem nenhum relacionamento histórico demonstravel. 

Espero que puder ter acordo entre lingüistas, os povos Hup, Yuhup,
Daw, e Nadeb, antropologos, e outros que esta denominação 'Nadahup'
seja aceitável. Si não, necessitamos outro sugestão. Já tem tido
discussão sobre o nome 'Uaupés-Japura', proposto por Henri Ramirez,
mas este nome é muito comprido, e as pessoas Hupd'äh com quem eu falei
não gostavam muito - dizem que têm muitos povos entre os rios Uaupés e
Japura, não só os povos Hup-Yuhup-Daw-Nadeb. Outra ideia, de escolhar
 alguma palavra que existe em comum entre as 4 línguas, também não da
muito bem por que têm tão poucas palavras parecidas que têm sentido
pertinente - e também as possibilidades que existem são muito curtos
(por exemplo, a palavra 'ip' que significa 'pai' - mas uma família
lingüística que se chama da familia 'ip'...?)

Então, o que você e os outros membros da lista acham da denominação
'Nadahup'? Podemos perguntar aos falantes destas línguas si este nome
puder dar ao lugar do 'Maku'?

Abraços,
Pattie


--- Em etnolinguistica at yahoogrupos.com.br, "Renato Athias"
<renato.athias at g...> escreveu
>
> Colegas,
> Aproveito a mensagem de Pattie para fazer uma pergunta e para dizer
que como
> antropólogo dou também meu total apoio a moção.
> Gostaria de saber de todos vocês, se seria possível, no âmbito das
> clasificações das línguas indígenas do Brasil,  mudar a denominação
de uma
> família lingüísitica. Nós que trabalhamos os grupos indígenas Yohup,
Däw,
> Hupdah, Nadöb, Kakwa,Nukak que estão classificados como pertencentes a
> família lingüística MAKU sofremos, pois a termo Maku não corresponde a
> nenhuma palavra dessas línguas. Além de ter uma forte conotação
pejorativa
> (principalmente na região do Rio Negro) servindo na realidade como um
> "palavrão". Em julho do ano passado e em Janeiro desse ano. Estivemos
> reunidos no Rio Tiquié ( Daw, Hupdah e Yohup) e discutimos essa
situação e
> todos eles sugeriram mudanças. Como fazer? por onde começar?
> 
> 
> Eu coloquei o vídeo Paah Sak Tëg na  internet.. São os cursistas,
Hupah, Daw
> e Yuhup do curso de magistério indígena.
> São pequenos depoimentos...  o Vídeo completo em 22 minutos pode ser
> enviado... é só podir.. certo.
> 
> Renato
> 
> divulguem por favor
> 
> 
> Parte 1
> http://www.youtube.com/watch?v=-wS2l6_jLgw
> Parte 2
> http://www.youtube.com/watch?v=WWDyusAvayc
> Parte 3
> http://www.youtube.com/watch?v=1SjocnjFWmc
> 
> 
> 
> 
> 
> 2006/9/1, Pattie Epps <pepps at m...>:
> >
> >  Prezados membros da lista, Júnior, e Sebastian,
> >
> > Como falante nativo de inglés, fiz alguns modificações ao texto da
moção
> > sugerido por Júnior e Sebastian. Espero que ajudar!
> >
> > O texto se encontre abaixo.
> >
> > Um abraço para todos,
> > Pattie
> >
> >
> > We, the undersigned researchers working with indigenous languages of
> > Brazil and
> > adjacent regions and leaders of Indian organizations (participating
> > in the discussion list "Etnolinguistica"), and the Museu
> > Paraense Emílio Goeldi, a research institution of the Brazilian
Ministry
> > of
> > Science and Technology, want to express our concern regarding the
points
> > that were raised by Dr. Hein van der Voort
> > in the SSILA-Bulletin number 242 of August 22 of 2006, and
> > show our support for the general position taken by Dr. van der
> > Voort (full text is given below).
> >
> > In brief, Dr. van der Voort states that the decision to adopt the
> > Ethnologue's language codes as the reference standard for the
> > languages of the world (also called ISO 639-3) was not fully
> > discussed within the linguistic community. He also questions the
> > validity of this decision from the perspective of ethical concerns
(should
> > a religious
> > organization be in charge of such an effort?) and accuracy
> > (Ethnologue is an error-ridden, though extensive, publication).
> >
> > He proposes that efforts like UNESCO's Redbook of the
> > Endangered Languages of the World be considered as an alternative
to SIL's
> > Ethnologue.
> >  We feel strongly that there is only one sensitive answer --
> > "NO"-- to the central question raised by Dr. van der Voort:
"should we as
> > scientists collaborate so directly with a
> > proselytizing organization, lending it legitimacy and potentially
> > contributing to its ultimate goal -- that of replacing indigenous
> > cultures with a specific Western one?"
> >
> > Like several of us, many researchers worldwide may have information
> > that would represent a valuable contribution to the ISO list, but feel
> > reluctant to
> > share it with the editors of the Ethnologue for the very reasons given
> > by Dr. v.d. Voort.  This puts the cooperative work on a reliable and
> > widely accepted ISO standard at serious risk.
> >
> > Therefore, we urge that the current state of affairs with respect
> > to the ISO 639-3 be reviewed, and that another, purely academic
> > institution (such as a committee or commission to be created) be
given the
> > responsibility of maintaining and revising the ISO list of languages
> > and their codes. An academic commission of SSILA assigned to
> > evaluate proposals for changes to the survey of South American
languages
> > could serve as a model for other regions, and some means of
coordinating
> > regional commissions could be established in order to assure similar
> > criteria and standards.
> >
> > It would be certainly a time-consuming project, but the final
> > product would be considerably more reliable and more likely to receive
> > widespread acceptance than the Ethnologue alternative.
> >
> > In sum, it is important to us that the ISO 639-3 standard and a
> > possible permanent ISO 639-3 commission be clearly separated from
> > the Ethnologue and SIL in general, making it possible for any
> > linguist to contribute to the ISO standard without contributing
> > direct or indirectly to SIL.
> >
> > With this motion, it is our intention to invite linguists who share
> > our view to make this position clear in their local academic
> > associations and to start a worldwide discussion about a possible
> > different solution for the ISO 639-3.
> >  
> >
>









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IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares
Goiânia, 18 a 20 de outubro de 2006
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