Imprensa: "Quando Genética e Lingüística se cruzam na história"
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Thu Sep 14 20:52:25 UTC 2006
Publicado no JC e-mail 3101, de 14 de setembro de 2006.
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Quando Genética e Lingüística se cruzam na história
A alternativa de Aryon Dall'- Igna Rodrigues, coordenador do Laboratório de
Línguas Indígenas da UnB, para avaliar a concordância dos dados genéticos
sobre as relações entre as quatro mais importantes famílias de línguas
nativas das terras baixas da América do Sul — Maipure, Carib, Tupi e Ge —
foi considerada a que tem o melhor apoio genético
A opinião está exposta no artigo "Genetic support for proposed patterns of
relationship among low land South American Languages" (Apoio genético às
alternativas sobre as relações entre línguas das terras baixas da América do
Sul), de Francisco Mauro Salzano, Maria Helena Hutz, Sabrina Pinto Salamoni,
Paula Rohr, e Sidia Mª Callegari-Jacques (todos do Depto. de Genética,
Instituto de Biociências, UFRGS; Sidia é também do Depto. de Estatística,
Instituto de Matemática), publicado na revista Current Anthropology, Vol. 46
(Suppl.), pp. S121-S129, 2005.
Diz o artigo: "A comparação de diferentes conjuntos de marcadores para
descobrir o passado de populações humanas é um procedimento bem estabelecido
tanto na antropologia como na genética. As características lingüísticas
podem ser facilmente quantificadas e a área da Linguística Comparativa tem
um passado respeitável (Trask, 1996; Nichols, 1997, 2002; Campbell, 1997).
Portanto, é muito natural que geneticistas evolucionários tenham se voltado
para a Lingüística para avaliar as relações entre populações que têm obtido
por meio de marcadores genéticos."
E mais: "O objetivo deste informe (...) é avaliar a concordância dos dados
genéticos disponíveis com as alternativas propostas por três eminentes
lingüistas (C. Loukotka, J. H. Greenberg e A. D. Rodrigues) para as relações
entre as quatro mais importantes famílias de línguas nativas das terras
baixas da América do Sul, a saber, Maipure, Carib, Tupi e Ge."
Conclusão: "A interpretação destas análises deve ser a seguinte: os dados
genéticos apóiam outras configurações arbóreas além das propostas por
Greenberg, Loukotka e Rodrigues. Isto não surpreende, pois diferentes tipos
de dados podem produzir estimativas algo diferentes da história das
populações. Entre as três possibilidades, propostas por esses especialistas,
a de Rodrigues tem o melhor apoio genético."
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