Imprensa: "Tribo brasileira faz acordo com o Google"
Ana Vilacy
avilacy at MUSEU-GOELDI.BR
Wed Jun 13 12:26:03 UTC 2007
Línguas indígenas da América do Sul
Caros moderadores,
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obrigada,
Vilacy
Ana Vilacy Galucio
Coordenação de Ciências Humanas
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Populações Indígenas - Tribo brasileira faz acordo com o Google
Suruís querem usar imagens de satélite contra o desmatamento
Índios querem espaço no Google Earth
Jamil Chade
Um grupo indígena brasileiro está prestes a assinar um acordo que promete, segundo seus próprios membros, revolucionar a história de séculos da tribo. O grupo Suruí fechará uma parceria com a gigante Google para incluir sua aldeia de 1,2 mil habitantes no Google Earth, serviço de imagens de satélite e mapas via internet, e adicionar palavras na língua falada pelos integrantes da tribo nos motores de busca da empresa americana.
Mas o chefe da tribo, Almir Suruí, garante: não irá fornecer de forma alguma ao Google as informações sobre como utilizar os recursos da floresta para curar doenças. 'Isso é nosso e não vamos compartilhar com eles.'
De passagem pela Europa, onde promove a idéia de conservação ambiental, Almir revelou ao Estado quais serão seus planos de negociações com o Google, que devem estar concluídas no final de julho. 'Já fiz uma primeira visita à sede da empresa, em uma cidade perto de São Francisco, na Califórnia', conta o líder indígena. 'O que decidimos é que vamos fechar um acordo amplo.'
A tribo fica localizada no município de Cacoal, em Rondônia, e faz parte da Terra Indígena Sete de Setembro. Almir acredita que o acordo poderá ajudar sua tribo a lutar contra o desmatamento, já que o avanço de madeireiras poderão ser detectados nos mapas do Google Earth. 'Já fornecemos um primeiro mapa feito por nós mesmos. Demos informações sobre a área, habitantes e outros dados para que possam começar a mapear a região', disse o líder, que em um evento em Genebra surpreendeu os conservadores suíços ao pintar os rostos de vários deles.
'Desde que conheci essas novas tecnologias, sempre acreditei que elas poderiam nos ajudar a evitar o desmatamento', afirmou Almir, que em Genebra visitou o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), onde a internet foi criada. 'Sempre consultava o Google para várias coisas. Um dia pensei: por que nós não estamos lá? Por que não há detalhes sobre nossa aldeia?', disse.
Além do mapeamento, palavras na língua falada pelo grupo serão incluídas no Google. 'Vamos colocar nosso vocabulário em tupi mundé na rede', disse Almir. Em troca das informações sobre sua região de 248 mil hectares, o chefe da tribo conseguiu o compromisso do Google de que a empresa irá capacitar os indígenas para o uso dos computadores, além de treiná-los e enviar PCs. 'No futuro, queremos nós mesmos sermos capaz de colocar essas informações no computador', afirmou.
O Estado de São Paulo, 12/6/2007, Economia & Negócios.
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