nota sobre entrevista
diinibii
moore at AMAZON.COM.BR
Tue Aug 25 16:28:05 UTC 2009
Caros Colegas,
Entre os perigos da nossa profissão, além da malária e das cachoeiras, são entrevistas telefônicas com jornalistas bem intencionados.
Lendo a entrevista publicada pelo Instituto Humanitas da Unisinos, recentemente divulgada na etnolinguistica, observei que foi alterada, e não é uma transcrição do que foi falado. Assim foram produzidas várias afirmações esquisitas. Vou dar alguns exemplos, só para ilustrar a confusão.
--A expressão, `colocar as transmissões em forma digital' deve ser `colocar as gravações em forma digital'.
--O ponto sobre o número de línguas no país foi que é necessário ter critérios explícitos para falar em números, especialmente critérios para distinguir entre dialetos da mesma língua e línguas distintas. Um exemplo dado foi a fala dos Gavião de Rondônia e a fala dos Zoró (não `o índio Toró'), que são muito parecidas, geralmente sendo consideradas pelas duas comunidades indígenas como variantes da mesma língua. Então, qual seria o critério para dizer que são duas línguas distintas? SE usar um critério de inteligibilidade mútua (uma opção comum no mundo), possivelmente tem 150 línguas indígenas distintas no país (não `180').
--Na versão publicada da entrevista, o caso das línguas da região do Guaporé saiu confuso. De fato, a população indígena sofreu grande mortalidade no contato e os sobreviventes dos grupos foram juntados em um posto, não `levados para hospitais'.
Há várias outras confusões. Somente quero chamar atenção ao fato de que a entrevista publicada reflete a imaginação e entendimento da jornalista e não necessariamente o que foi falado.
Abraços,
Denny
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