Mestre em Linguistica conclui pesquisa pela UnB

Tania Granadillo tgranadillo at GMAIL.COM
Thu Mar 5 15:33:28 UTC 2009


Esta  noticia es muy buena.  Alguien sabe como puedo contactar a Edilson
Martins Melgueiro? Yo trabajo Kurripako en Venezuela, lengua muy cercana al
Baniwa, quizas dialecto... y me interesaria poder hacer comparaciones y
colaborar.
Gracias!

Tania

2009/3/5 jparaizo <jparaizo at terra.com.br>

>   *04/ 03/ 2009 - BRASIL*
>
> *Indígena pesquisa língua ameaçada de extinção*
>
> *É a primeira vez que o Baniwa é analisada por nativo. Mestre em
> Lingüística conclui a pesquisa pela UnB*
>
> *Fabiana Vasconcelos* <fvasconcelos at unb.br>
> Da Secretaria de Comunicação da UnB
>
> O português é o idioma oficial do Brasil, mas 190 outras línguas faladas
> pelos indígenas em todo o território nacional fazem do País um dos mais
> poliglotas do mundo. Muitas dessas línguas correm risco de desaparecer nas
> próximas décadas. Uma delas, o *Baniwa*, falada no alto Rio Negro, na
> Amazônia, por cerca de 4 mil pessoas, é protagonista de um esforço inédito
> de preservação. Pela primeira vez um indígena, o aluno da Universidade de
> Brasília Edilson Martins Melgueiro, organizou um registro escrito dessa
> linguagem.
>
> “O *Baniwa *está vivo oralmente e já foi descrito por quatro linguistas
> estrangeiros. Vieram nos pesquisar, mas nunca deixaram algo de concreto",
> conta Melgueiro. "Dessa vez, foi um parente que estava lá.” Falante nativo
> da língua, Melgueiro, 39 anos, defende a dissertação de mestrado sobre o
> tema na sexta-feira, 6 de março, em João Pessoa (PB), no Congresso
> Internacional da Associação Brasileira de Linguística (Abralin).
>
> “Os nativos contribuem para a linguística porque só eles podem ter
> intuições corretas sobre suas línguas”, afirma a orientadora do trabalho,
> professora Ana Suelly Cabral.
>
> A pesquisa analisou a estrutura da língua, e trouxe elementos da gramática,
> ortografia e dicionarização, fato raro em se tratando de línguas indígenas e
> mais ainda por ser feita por um integrante da própria comunidade. Até hoje,
> sabe-se de apenas outro nativo que realizou trabalho semelhante, feito na
> Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre o kirirí.
>
> “A Unesco classifica o Baniwa no 3º mais alto grau de perigo de extinção
> entre os 5 níveis existentes. O relatório é de fevereiro de 2009. No mundo,
> há 2,5 mil línguas ameaçadas.”
>
> *BRASIL* – Segundo o estudioso, a idéia é transformar as informações em
> material didático para alfabetização das crianças indígenas nas sete escolas
> da reserva de 10,6 milhões de hectares, que ele ajudou a demarcar, em 1998.
> No total, 23 etnias vivem na região. A dissertação, escrita em português e
> *nheengatú* (língua geral amazônica proibida pelo Marques de Pombal em
> 1752), será traduzida para o *Baniwa*.
>
> O ensino da língua nos colégios será uma forma de valorizar a cultura
> local. “Tive professores que diziam que nós escrevíamos e falávamos errado o
> português, sem levar em consideração nossa origem. A linguística veio me
> dizer o contrário, que cada povo tem a sua forma de se manifestar.”
>
> Melgueiro, que lecionou por oito anos para jovens e atualmente trabalha em
> São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Amazonas com a Colômbia e a
> Venezuela, pretende realizar o levantamento escrito das outras línguas
> faladas na reserva e continuar atuando na defesa do seu povo com a
> organização da política linguística para as escolas da região junto à
> Secretaria Municipal de Educação.
>
> A militância é uma marca na trajetória do professor, que aprendeu português
> para defender interesses dos índios com o Estado na década de 1980, cursou
> Letras na Universidade Federal do Amazonas e conclui agora o mestrado pelo
> Laboratório de Línguas Indígenas da UnB. O estudo se tornou instrumento de
> resistência. “Vi que cada dia essa camisa de força dos brancos ia dominando
> a gente. A partir do momento em que entendo como eles
> agem, consigo me defender.”
>
>  *ALUNO DEDICADO*
>
> Edilson Melgueiros para os brancos, e Kadawali para o seu povo, o
> pesquisador é elogiado pelos professores do Laboratório de Línguas Indígenas
> (Lali) da UnB. “Ele sempre foi muito dedicado e organizado”, diz a
> orientadora, Ana Suelly Cabral.
>
> O indígena foi o primeiro aluno de uma comunidade a ser admitido no
> programa de pós-graduação do Instituto de Letras, que surgiu em 1963. Abriu,
> assim, caminho para o ingresso de outros três estudantes das etnias Tikuna
> (Solimões), Kamauirá (Parque do Xingu) e Kaxinauá (Amazônia ocidental).
>
> Idealizador das admissões, o professor Aryon Rodrigues destaca a
> importância da iniciativa. “Eles tem acesso mais facilitado e o compromisso
> de preservarem sua língua. É um acervo de cultura enorme e não podemos
> deixar esse universo desaparecer.”
>
>  
>



-- 
Tania Granadillo
tgranadillo at gmail.com
Assistant Professor
Anthropology and Linguistics
University of Western Ontario
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