Sep é no Livro de Aço
anari braz bomfim bomfim
pataio80 at YAHOO.COM.BR
Wed Oct 28 21:55:25 UTC 2009
Oi Prof. Vilmar,
tudo bom? pois é, não era para ser desse jeito. Mas parece que muitas pessoas não acreditam no que os povos indígenas dizem, e fazem. Mas, somente no que está escrito. As vezes é preciso escrever para ve se eles acreditam. Sei que por um lado vc tem razão, bom ou não, mas pelo menos Sepé agora está conhecido. o caso das linguas indigenas a situação é pior ainda, enquanto os indios querem uma coisa a academia quer outra. Não sei de que maneira a academia vai ajudar os povos indigenas desse jeito. Ou melhor a academia nem sempre está preocupada com isso. Prevalece mais os interesses academicos, e o resultado disso (dos registros) nem sempre chega as biblioteca, pouco as comunidades indígenas.
Sim! eu vi vc apresentar no workshop de Linguas indigenas que teve em Brasilia se eu não me engano em 2007. Vc apresentou sobre um trabalho sobre revitalização agora não estou lembrada bem qual foi a etnia.. Mas vc contou uma histŕoria do relogio que achei interessante, um pouco parecido quando começamos fazer com a língua Pataxo, agora o Patxohã.
me diz uma coisa vc pode enviar esse material para mim. outros que falam sobre revitalização ou conceito de revitalização.
Anari
--- Em qua, 28/10/09, Wilmar R. D'Angelis <dangelis at unicamp.br> escreveu:
De: Wilmar R. D'Angelis <dangelis at unicamp.br>
Assunto: Re: [etnolinguistica] Sepé no Livro de Aço
Para: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
Data: Quarta-feira, 28 de Outubro de 2009, 13:49
Anari, Arissana e demais
com toda sinceridade, não creio que ajude os povos indígenas esse tipo de
'homenagem'. Aí está envolvida uma ideologia da nacionalidade acima de
todas as diferenças (e não me refiro apenas às diferenças étnicas, mas às
diferenças políticas e aos interesses sociais e econômicos
contraditórios) . Não me parece que Sepé estará em "boas companhias", da
minha perspectiva de sociedade.
Também está em jogo, aí, uma visão de história, feita por grandes homens.
Mais ainda: uma história feita por grandes homens brancos, e algumas
mulheres, e alguns índios, e um negro.
Lamento muito esse tipo de iniciativa, em que os Heróis precisam ser
inscritos num livro de aço, a Cultura Imaterial precisa ser inscrita num
livro de papel, as Línguas Indígenas precisam ser inscritas num livro
digital, e se vende a idéia de que tudo isso fortalece os setores
oprimidos, as culturas minoritárias, as línguas em extinção. É uma
mentalidade burguesa urbana, que longe da convivência com a vida real,
quer "increvê-la", "catalogá-la" , "bibliotecá-la" .
E nem vou entrar no mérito do que foi e do que representa (um tanto para a
"esquerda" e um tanto para a "direita") o Guarani José Sepé Tiarajú, morto
em fevereiro de 1756.
Wilmar D'Angelis
>
>
> --- Em ter, 6/10/09, arissana braz <arissanapataxo@ yahoo.com. br> escreveu:
>
> De: arissana braz <arissanapataxo@ yahoo.com. br>
> Assunto: [nucleoestudantesin digenasba] SID na MÃdia: Correio Braziliense
> publica matéria sobre nome de um IndÃgena no Livro de Aço dos Heróis
> Nacionais
> Para: "estud.indigbahia" <nucleoestudantesind igenasba@ yahoogrupos. com.br>
> Data: Terça-feira, 6 de Outubro de 2009, 22:20
>
>
>
> --- Em ter, 6/10/09, Identidade Cultural
> <identidadecultural@ cultura.gov. br> escreveu:
>
> De: Identidade Cultural <identidadecultural@ cultura.gov. br>
> Assunto: SID na MÃdia: Correio Braziliense publica matéria sobre nome de
> um IndÃgena no Livro de Aço dos Heróis Nacionais
> Para:
> Data: Terça-feira, 6 de Outubro de 2009, 17:24
>
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>
>
>
>
>
>
>
> Nome
> de um Ãndio guarani agora faz parte do Livro de Aço dos Heróis
> Nacionais
>
> Â
>
> Elisa Tecles -
> Correio Braziliense
>
> Publicação:
> 04/10/2009 09:09
>
> O nome de um
> Ãndio guarani ocupará uma página no Livro de Aço dos Heróis
> Nacionais, exposto no
> Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes. Sepé Tiaraju é o 11º
> herói a
> entrar na publicação que homenageia brasileiros marcantes na história
> do paÃs.
> Ele viveu no século 18 e lutou pela população guarani no Rio Grande do
> Sul. A
> Lei nº 12.032, publicada no último dia 22, determina a inscrição de
> Tiaraju.
>
>
>
> José Tiaraju era mais conhecido por Sepé, que, na lÃngua guarani,
> significa
> facho de luz. Ele morava em uma região do Rio Grande do Sul pertencente
> Ã
> Espanha, quando foi assinado o Tratado de Madri, em 1750. No documento, os
> reis
> de Portugal e da Espanha combinavam uma troca de terrenos. Os guaranis
> teriam
> que abandonar as cidades para cumprir o acordo. Tiaraju liderou os
> guaranis na
> oposição ao tratado — a Guerra GuaranÃtica começou em 1754 e seguiu
> até 1756.
> No último ano da batalha, o lÃder indÃgena e mais 1,5 mil Ãndios
> lutaram contra
> mais de 3 mil homens. Diários de guerra do exército português contam
> que ele
> foi abatido com uma lança por um português, depois levou um tiro de um
> espanhol. A coragem de Tiaraju o fez conhecido por todo o Rio Grande do
> Sul.
>
>
>
> Sepé Tiaraju é o primeiro Ãndio a entrar no Livro de Aço. “Estamos
> em um
> momento de sensibilidade diferente para esse tipo de escolha. A lista já
> tinha
> o Zumbi, que era negro, agora tem um indÃgena. Vivemos uma aceitação
> diferente
> dessas referências na cultura�, comentou o coordenador- geral de Fomento
> Ã
> Identidade e à Diversidade do Ministério da Cultura, Marcelo Manzatti.
> Segundo
> ele, Tiaraju é cultuado há décadas pelos guaranis. “Mas isso fica na
> boca do
> povo e nunca passa para lugares consagrados�, completou.
>
>
>
> Cerca de 100 mil Ãndios fazem parte da população guarani na América do
> Sul — é
> o maior povo indÃgena do paÃs. Eles estão em sete estados brasileiros,
> do
> EspÃrito Santo até o Rio Grande do Sul. Faz parte da cultura guarani se
> deslocar — há grupos até no Uruguai. “É um dos povos que tem sua
> cultura mais
> preservada. Eles têm consciência disso e estão sempre praticando a
> cultura�,
> explicou Marcelo.
>
>
>
> Qualquer cidadão brasileiro pode indicar um nome para receber a homenagem
> no
> Livro de Aço. A proposta deve ser aprovada pelo Congresso Nacional para
> virar
> realidade. O primeiro passo é apresentar a ideia a um deputado ou
> senador, que
> têm autonomia para criar projetos de lei. O parlamentar escreve o projeto
> e o
> envia para a Coordenação de Comissões Permanentes. O projeto segue para
> a
> Comissão de Educação e Cultura, depois passa para a Comissão de
> Constituição e
> Justiça. No plenário, os parlamentares votam pela criação ou não da
> lei.
>
>
>
> O último passo é a sanção do presidente. Se ele aprovar a proposta, a
> nova lei
> é publicada no Diário Oficial. “A partir daÃ, aquele cidadão pode
> ser
> considerado um herói nacional. A outra questão é um grupo de pessoas,
> um órgão
> do governo ou uma organização não governamental tomar a frente e
> organizar a
> festividade�, explicou o professor do projeto Visitando a praça,
> conhecendo
> BrasÃlia, Ernesto IlÃsio de Oliveira. A iniciativa leva estudantes de
> colégios
> públicos e particulares para conhecer a Praça dos Três Poderes.
>
>
>
> Gravação
>
> Com a lei aprovada, basta marcar a solenidade de entronização do
> homenageado e
> encomendar a inscrição no livro. Nessa etapa, a página dedicada ao
> herói — cada
> figura ilustre tem uma página própria — é destacada e enviada a uma
> pessoa que
> grava as letras no aço. Atualmente, há 10 páginas preenchidas no livro
> e duas
> estão vazias. A inclusão de Sepé Tiaraju deixará uma só vaga para os
> heróis.
>
>
>
> Ernesto ressalta que há outros cinco nomes na mesma situação do Ãndio
> guarani:
> a lei foi sancionada, mas a inscrição ainda não foi feita. A lei que
> inclui
> Chico Mendes na lista está sancionada desde 2004, mas o registro nunca
> foi
> realizado. Na mesma situação, encontram-se os nomes de Frei Caneca,
> Marechal
> Osório, Ildefonso Pereira Correia (Barão de Cerro Azul) e Brigadeiro
> Sampaio.
> Duas leis em tramitação no Congresso Nacional defendem a inclusão de
> duas
> heroÃnas nacionais no livro: Anita Garibaldi e Maria Quitéria.
>
>
>
> O Livro de Aço fica exposto no salão central do Panteão da Pátria, mas
> atualmente está fechado para visitas por conta de uma obra. O prédio
> passará
> por uma reforma completa e deve ficar pronto até o cinquentenário de
> BrasÃlia,
> em 21 de abril de 2010. A reforma inclui a troca das peças de mármore
> que
> revestem a fachada, mudanças no piso e nas paredes, além de
> impermeabilização.
> Mais informações sobre o espaço no site da Secretaria de Cultura do DF:
> www.sc.df.gov. br.
>
> Â
>
> Heróis da pátria
>
> O Livro de Aço dos Heróis Nacionais fica no salão principal do Panteão
> e contém
> as inscrições dos nomes de 10 figuras ilustres do paÃs. A Lei nº
> 11.597, de
> 2007, estabelece que o livro destina-se ao registro perpétuo de
> brasileiros (ou
> grupos de brasileiros) que tenham oferecido a vida à pátria, para sua
> defesa e
> construção, com dedicação e heroÃsmo. A homenagem só pode ser
> prestada depois
> de 50 anos da morte da pessoa — exceto em casos de mortos ou
> presumidamente
> mortos em campo de batalha. Os nomes atualmente presentes no livro são:
>
>
>
> Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes (1746 — 1792)
>
> O primeiro brasileiro a entrar no livro nasceu em Minas Gerais e foi
> mascate,
> dentista e pesquisou minerais. Em 1789, integrou um movimento contra os
> altos
> impostos cobrados na época. Naquele ano, Joaquim Silvério dos Reis
> revelou a
> existência do grupo ao governo mineiro e assim se deu a perseguição
> contra os
> inconfidentes. Tiradentes foi enforcado, teve o corpo esquartejado e a
> cabeça
> exposta em um poste.
>
>
>
> Zumbi dos Palmares (1655 — 1695)
>
> Nasceu no Quilombo dos Palmares, para onde iam negros que escapavam das
> senzalas. Ainda criança, ele foi entregue a um missionário, mas retornou
> ao
> quilombo na adolescência. Zumbi conquistou a liderança do quilombo e
> ficou
> ferido durante uma invasão no local. Foi traÃdo e sofreu um atentado,
> mas
> resistiu. O herói foi morto no ano seguinte e teve a cabeça exposta em
> praça
> pública.
>
>
>
> Marechal Deodoro da Fonseca (1827 — 1892)
>
> Ingressou no exército aos 18 anos, na Arma de Artilharia. Lutou na Guerra
> do
> Paraguai e liderou a facção do exército favorável à abolição da
> escravatura.
> Depois de abandonar o comando, ele se mudou para o Rio de Janeiro. Em 15
> de
> novembro de 1889, o marechal proclamou a República.
>
>
>
> D. Pedro I (1798 — 1834)
>
> Nascido em Lisboa, filho de D. João e D. Carlota Joaquina, D. Pedro I
> chegou ao
> Rio de Janeiro em 1808 com a famÃlia real. Assumiu o tÃtulo de prÃncipe
> do
> Reino do Brasil em 1821, quando a famÃlia voltou para Portugal. Proclamou
> a
> Independência do paÃs em 7 de setembro de 1822.
>
>
>
> Duque de Caxias (1803 — 1880)
>
> Como tenente do Batalhão do Imperador, ele participou de movimentos pela
> Independência. Foi nomeado comandante em chefe das forças do Império em
> operações contra o Paraguai. Ganhou o tÃtulo de duque em 1870 — o
> primeiro do
> paÃs. Em 1962, Duque de Caxias foi instituÃdo patrono do Exército
> Brasileiro.
>
>
>
> Plácido de Castro (1873 — 1908)
>
> Plácido de Castro saiu de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, rumo ao
> Acre em
> 1899. Ele liderou os brasileiros instalados no território para expulsar
> os
> bolivianos que ali viviam. Em 1903, foi proclamada a autonomia do Acre e
> Castro
> assumiu o governo provisório do estado.
>
>
>
> Almirante Tamandaré 1807 — 1897)
>
> Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré, entrou no livro por ter
> feito
> parte da campanha da Independência do Brasil. Ele participou da
> repressão aos
> revolucionários, esteve na Confederação do Equador e lutou na Guerra do
> Paraguai. O almirante é patrono da Marinha Brasileira e a data de seu
> nascimento, 13 de dezembro, virou o Dia do Marinheiro.
>
>
>
> Almirante Barroso (1804 — 1882)
>
> Francisco Manoel Barroso da Silva era natural de Portugal, mas veio ao
> Brasil
> ainda criança acompanhando a comitiva da famÃlia real portuguesa. Ele
> entrou na
> Academia da Marinha, no Rio de Janeiro, e comandou a Força Naval
> Brasileira na
> Batalha Naval do Riachuelo.
>
>
>
> Alberto Santos Dumont (1873 — 1932)
>
> O nome de Santos Dumont entrou no livro em 2006, ano de comemoração do
> centenário do voo do 14-bis, avião idealizado pelo mineiro. Ele é
> patrono da
> Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira.
>
>
>
> José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 — 1838)
>
> Estudou e trabalhou em Portugal até 1819, quando voltou ao Brasil e
> iniciou a
> carreira pública. Foi um dos principais articuladores da Independência
> do
> Brasil, conquistada em 7 de setembro de 1822.
>
> Â
>
> Fonte: Correio
> Braziliense
>
> Â
>
> Â
>
> Comunicação SID/MinC
>
> Telefone: (61) 2024-2379
>
> E-mail: identidadecultural@ cultura.gov. br
>
> Site: http://www.cultura. gov..br/sid
>
> Blog: http://blogs. cultura.gov. br/diversidade_ cultural/
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>
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>
> Â
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> Divrsidade
> Cultural do Ministério da Cultura - SID/MinC
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> Â
>
> Â
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--
Wilmar R. D'Angelis
Professor Doutor - Depto de Lingüística
Instituto de Estudos da Linguagem - IEL
UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas)
Estado de São Paulo - Brasil
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