Nome da familia 'Maku'

VALVEG valveg at NETVISION.COM.BR
Sat Sep 2 00:18:30 UTC 2006


Estou começando agora a participar desta eminente lista de etnolingüístas.
Solicito, pois, que avaliem a minha participação como um principiante. A
respeito do Maku, também concordo com essa mudança. Todavia, acho oportuno
que o Prof. Dr. Walteir Martins seja também notificado dessa proposta uma
vez que se trata (na minha avaliação) de um dos maiores conhecedores dessa
etnia. Ele  viveu por alguns anos na aldeia dos Maku em São Gabriel da
Cachoeira. Conheci o Walteir na expedição lingüística ao noroeste amazônico
realizada em 1991 e tive a felicidade de visitar a aldeia a convite seu.
Como contatá-lo? Sei apenas que atualmente trabalha numa Universidade
Estadual sediada em Manaus.  Abraços. Valdir Vegini
----- Original Message -----
From: "patienceepps" <pepps at mail.utexas.edu>
To: <etnolinguistica at yahoogrupos.com.br>
Sent: Friday, September 01, 2006 6:49 PM
Subject: [etnolinguistica] Nome da familia 'Maku'


Caro Renato,

Estou completamente de acordo com a proposta de mudar a denominação da
família lingüística 'Makú'. Já tinha falado com outros lingüistas
trabalhando com esta família sobre este assunto, e a maioria deles
concordam - assim como as pessoas Hupd'äh, Daw, e Yuhup. Outra razão
de muda-lo, além do sentido pejorativo deste nome na região, é que na
literatura lingüística sobre a Amazônia, já têm alguns outros grupos
lingüísticos com o mesmo nome 'Maku'. Parece que este nome vem
originalmente dum palavra Arawak, ma-aku, que significa 'sem fala'
(veja Koch-Grünberg 1906, etc.).

Acho que o jeito de fazer um tal mudança é simplesmente de chegar num
acordo geral sobre uma denominação, e ai de començar usa-la.

Eu e alguns outros já estão usando o nome 'Nadahup' ao lugar de
'Makú'. Este nome é um conjunto dos nomes das línguas Hup, Yuhup, Daw,
e Nadeb. Não inclui Kakua e Nukak, mas o relacionamento destas duas
línguas com as outra 4 não é certo nem provado, e é bem possivel que
não tem nenhum relacionamento histórico demonstravel.

Espero que puder ter acordo entre lingüistas, os povos Hup, Yuhup,
Daw, e Nadeb, antropologos, e outros que esta denominação 'Nadahup'
seja aceitável. Si não, necessitamos outro sugestão. Já tem tido
discussão sobre o nome 'Uaupés-Japura', proposto por Henri Ramirez,
mas este nome é muito comprido, e as pessoas Hupd'äh com quem eu falei
não gostavam muito - dizem que têm muitos povos entre os rios Uaupés e
Japura, não só os povos Hup-Yuhup-Daw-Nadeb. Outra ideia, de escolhar
 alguma palavra que existe em comum entre as 4 línguas, também não da
muito bem por que têm tão poucas palavras parecidas que têm sentido
pertinente - e também as possibilidades que existem são muito curtos
(por exemplo, a palavra 'ip' que significa 'pai' - mas uma família
lingüística que se chama da familia 'ip'...?)

Então, o que você e os outros membros da lista acham da denominação
'Nadahup'? Podemos perguntar aos falantes destas línguas si este nome
puder dar ao lugar do 'Maku'?

Abraços,
Pattie


--- Em etnolinguistica at yahoogrupos.com.br, "Renato Athias"
<renato.athias at g...> escreveu
>
> Colegas,
> Aproveito a mensagem de Pattie para fazer uma pergunta e para dizer
que como
> antropólogo dou também meu total apoio a moção.
> Gostaria de saber de todos vocês, se seria possível, no âmbito das
> clasificações das línguas indígenas do Brasil,  mudar a denominação
de uma
> família lingüísitica. Nós que trabalhamos os grupos indígenas Yohup,
Däw,
> Hupdah, Nadöb, Kakwa,Nukak que estão classificados como pertencentes a
> família lingüística MAKU sofremos, pois a termo Maku não corresponde a
> nenhuma palavra dessas línguas. Além de ter uma forte conotação
pejorativa
> (principalmente na região do Rio Negro) servindo na realidade como um
> "palavrão". Em julho do ano passado e em Janeiro desse ano. Estivemos
> reunidos no Rio Tiquié ( Daw, Hupdah e Yohup) e discutimos essa
situação e
> todos eles sugeriram mudanças. Como fazer? por onde começar?
>
>
> Eu coloquei o vídeo Paah Sak Tëg na  internet.. São os cursistas,
Hupah, Daw
> e Yuhup do curso de magistério indígena.
> São pequenos depoimentos...  o Vídeo completo em 22 minutos pode ser
> enviado... é só podir.. certo.
>
> Renato
>
> divulguem por favor
>
>
> Parte 1
> http://www.youtube.com/watch?v=-wS2l6_jLgw
> Parte 2
> http://www.youtube.com/watch?v=WWDyusAvayc
> Parte 3
> http://www.youtube.com/watch?v=1SjocnjFWmc
>
>
>
>
>
> 2006/9/1, Pattie Epps <pepps at m...>:
> >
> >  Prezados membros da lista, Júnior, e Sebastian,
> >
> > Como falante nativo de inglés, fiz alguns modificações ao texto da
moção
> > sugerido por Júnior e Sebastian. Espero que ajudar!
> >
> > O texto se encontre abaixo.
> >
> > Um abraço para todos,
> > Pattie
> >
> >
> > We, the undersigned researchers working with indigenous languages of
> > Brazil and
> > adjacent regions and leaders of Indian organizations (participating
> > in the discussion list "Etnolinguistica"), and the Museu
> > Paraense Emílio Goeldi, a research institution of the Brazilian
Ministry
> > of
> > Science and Technology, want to express our concern regarding the
points
> > that were raised by Dr. Hein van der Voort
> > in the SSILA-Bulletin number 242 of August 22 of 2006, and
> > show our support for the general position taken by Dr. van der
> > Voort (full text is given below).
> >
> > In brief, Dr. van der Voort states that the decision to adopt the
> > Ethnologue's language codes as the reference standard for the
> > languages of the world (also called ISO 639-3) was not fully
> > discussed within the linguistic community. He also questions the
> > validity of this decision from the perspective of ethical concerns
(should
> > a religious
> > organization be in charge of such an effort?) and accuracy
> > (Ethnologue is an error-ridden, though extensive, publication).
> >
> > He proposes that efforts like UNESCO's Redbook of the
> > Endangered Languages of the World be considered as an alternative
to SIL's
> > Ethnologue.
> >  We feel strongly that there is only one sensitive answer --
> > "NO"-- to the central question raised by Dr. van der Voort:
"should we as
> > scientists collaborate so directly with a
> > proselytizing organization, lending it legitimacy and potentially
> > contributing to its ultimate goal -- that of replacing indigenous
> > cultures with a specific Western one?"
> >
> > Like several of us, many researchers worldwide may have information
> > that would represent a valuable contribution to the ISO list, but feel
> > reluctant to
> > share it with the editors of the Ethnologue for the very reasons given
> > by Dr. v.d. Voort.  This puts the cooperative work on a reliable and
> > widely accepted ISO standard at serious risk.
> >
> > Therefore, we urge that the current state of affairs with respect
> > to the ISO 639-3 be reviewed, and that another, purely academic
> > institution (such as a committee or commission to be created) be
given the
> > responsibility of maintaining and revising the ISO list of languages
> > and their codes. An academic commission of SSILA assigned to
> > evaluate proposals for changes to the survey of South American
languages
> > could serve as a model for other regions, and some means of
coordinating
> > regional commissions could be established in order to assure similar
> > criteria and standards.
> >
> > It would be certainly a time-consuming project, but the final
> > product would be considerably more reliable and more likely to receive
> > widespread acceptance than the Ethnologue alternative.
> >
> > In sum, it is important to us that the ISO 639-3 standard and a
> > possible permanent ISO 639-3 commission be clearly separated from
> > the Ethnologue and SIL in general, making it possible for any
> > linguist to contribute to the ISO standard without contributing
> > direct or indirectly to SIL.
> >
> > With this motion, it is our intention to invite linguists who share
> > our view to make this position clear in their local academic
> > associations and to start a worldwide discussion about a possible
> > different solution for the ISO 639-3.
> >
> >
>









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IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares
Goiânia, 18 a 20 de outubro de 2006
Participe! Para maiores informações, visite
http://www.letras.ufg.br/abecs.html
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O uso dos recursos do grupo Etnolingüística baseia-se no reconhecimento e
aceitação de suas diretrizes. Para conhecê-las, visite
http://geocities.com/linguasindigenas/normas
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