Nome da familia 'Maku'

Renato Athias renato.athias at GMAIL.COM
Sun Sep 3 01:37:45 UTC 2006


Oi Pattie,



Obrigado pelo seu e-mail. No meu e-mail direcionando a Yonne indiquei o
sítio onde você pode baixar o vídeo *Paah Sak Tëg*. Com paciência você pode
baixar todinho.



Outra novidade, é que finalmente depois de anos eu terminei a tradução do
Francês da minha Tese de Doutorado sobre as relações Tukano Hupd'äh.Em
breve, muito breve estará sendo publicada.



Na minha tese de doutorado eu trabalho, com a hipótese dos Maku terem sido
os primeiros habitantes da região do Uaupés, antes mesmo da chegada dos
Arawak vindos do Norte. Pode-se confirmar esta hipótese pelo fato de que já
foi assinalado pelos etnólogos Koch-Grünberg (1906:878) e Curt Nimuendajú
(1950:163)  a existência de grupos que teriam sido Maku em uma época
anteri­or,  hoje considerados como fazendo parte da família Arawak, como os
*Cadauapuritana *e os *Hohodeni*.  Outras evidências são apresentadas quando
se analisa o processo de *Arawkização *de todos os grupos indígenas desta
região. Toda a cultura material hoje no Uaupés provém dos grupos Arawak que
foi assimilada tanto pelo Tukano como pelos Maku.

Os próprios Hupd'äh, quando indagados sobre suas origens, afirmam que eles
chegaram na região antes dos Tukano. Um outro fato que pode corroborar essa
afirmação é a denominação do Rio Uaupés dado pelos Tukano *[dyà pohsà]. * Até
hoje, os Tukano denominam o rio Uaupés por este nome. O mesmo processo de
assimilação pode ser observado entre alguns dos grupos Tukano que teriam
sido em um tempo remoto Maku ,como por exemplo os *Okodiboroa* um sib Kubeo
e os *Cuewana *que seriam Maku, hoje *tukaniza­dos*. I. Goldman (1963:96)
também diz que os *Buhukiwa*, um sib Kubeo, em uma época anterior teriam
também sido Maku.

Durante minha pesquisa de campo (1983/1984), escutei dos próprios Hupd'äh de
Bói'deh, que um sib Miriti-Tapuia, habitando atualmente nas cabeceiras do
Rio Tiquié, teria origens Maku. Não tive a oportunidade de confirmar essa
informação apesar de tê-la escutado, por duas vezes, na região na aldeia
Tat'deh, no Igarapé Tacacuá. Estes fatos levam a confirmar a hipótese de que
os grupos Maku habi­tavam esta região antes da chegada dos grupos Arawak e
Tukano. O processo de assimilação vivido na região (e que merece um estudo à
parte), levaria sem dúvida a um esclarecimento maior. e poderia desvendar
algumas das questões que dizem respeito às relações Tukano/Maku.

Robin Wright, quando esteve entre os Huhudene (1981), teve uma preocupação
especi­al em investigar exatamente se estes teriam sido anteriormente Maku,
conforme consta nas informações fornecidas por Koch-Grünberg, hoje
assimilados como um grupo Arawak. Durante sua pesquisa de campo, Wright
procurou buscar a origem dos clãs Arawak, do rio Aiari, especificamente
entre os Huhudene.  Hoje, nos parece ser difícil  encontrar alguma
comprovação destas afirmações pois o termo Maku só recentemente foi usado
para denominar um grupo social. *"They used the terme Maku in a loose sense
to apply to many people who wage war. It is partly pejorative; the ancestors
waged wars, "did not eat fish or ga­me, but only people" and so on, but this
was not the same as equating their li­fe-styles with the Maku who inhabit
the interfluves in the Vaupés drainage to­day"* (Wright 1982:12).

O termo Maku certamente vem do Arawak e significa "aquele que não têm fala"
ou "aquele quem não tem a nossa fala". *[/ma-aku/ ma=prefixo privativo
aku=fala]*. J. Hill(1986) utiliza o nome Wakuénai para designar o conjunto
de cinco dialetos dos Arawak setentrional e traduz Wakuénai por *"gente de
nossa língua"* *[wa- aku-nai=nossa-fala-sufixo associativo]*; distingue os
Kuripaku e os Baniwa do Içana dos Maakunai *[ma-aku-nai= prefixo privativo-
fala-sufixo associativo = os que não tem língua]* para designar os outros
grupos cuja língua não se compreende. Neste caso, para os  grupos Baniwa, os
Tukano poderia  ser considerados de *Maakunai* . Os Kuripaku, identificam os
outros índios que habi­tam o mesmo território por Wakulikoperi (=aqueles-
que-falam-nossa-língua) e entre os Wakulikoperi eles distinguem diferentes
dialetos segundo a maneira de exprimir a afirmação ou a negação, ou seja,
pela forma de dizer o "sim" *[kurrim, karrum, kenim e niame]* e o "não" *[áhá,
óhó e ehen]*. Kuripako *[kurrimpako],* é uma grafia simplificada da
expressão que quer dizer: ...*"a gente falaz kurrim"* (Cf. Journet,1988:8).A
julgar por este aspecto lingüístico, vem confirmar-se a hipótese de
Nimuendajú, apresentada anteriormente, de que os grupos Maku estavam na
região antes da chegada dos Arawak vindos do Norte, através do canal de
Cassiquiari, vivendo às margens dos rios e os Tukano, vindos do Oeste
(Papuri). Os Maku, aos poucos, deixaram lugar aos recém-chega­dos,
estabelecendo-se em áreas interfluviais.



O termo Maku é usado indistintamente em toda a região do Rio Negro, não
somente entre o povo indígena, como também entre os caboclos, e já
incorporado no linguajar comum dos habitantes de São Gabriel. O conteúdo
semântico do termo foi sempre associado como "selvagem" em oposição aos
outros índios horticultores como os Tukano e Arawak. E este termo foi também
empregado para todos os grupos indígenas, da região, que tinham seu *habitat
* no interior das florestas e zonas interfluviais. Por muito tempo os
Yanomami desta região fo­ram identificados como sendo também parte dos Maku.

O termo Maku também é usado pelos  Urubu-Kaapor para designar os Guajajara
(Cf. Huxley, 1956:98) sem conotação pejorativa. Foi também usado para
designar outros grupos em Roraima (Cf. Megliazza,1969). Na região andina, na
língua dos Kagaba o termo é sinônimo de "Senhor", "Chefe", para quem conhece
a fama do significado dessa palavra na região Uaupesina esta informação
(Preuss, 1967:366) é muito curiosa.

Atualmente, este termo está carregado de um sentido pejorativo. No Rio
Tiquiê, por exemplo, quando se pergunta a qualquer Tukano sobre a vida
de­les no passado recente, eles podem responder da seguinte maneira:
*"Antigamente
nós éramos todos Maku"*  como analogia aos atuais Maku e para significar que
antes eles viviam no mato e não tinham acesso à tecnolo­gia trazida pelos
missionários. No linguajar cotidiano dos caboclos e não-ín­dios de São
Gabriel, o termo Maku é usado amplamente para designar o sujo, o índio,
sempre com uma conotação depreciativa.

No linguajar comum da região do rio Uaupés, o termo mais usado entre os
Tukano para designar um Hupd'äh é *peoná *plural da palavra *[pëogë]* que,
na língua Tukana significa  apenas uma saudação, quando um Tukano quer
contratar trabalho com os Hupd'äh. O termo foi popu­larizado pelos
missionários por não quererem utilizá-lo, pejorativamente. E pior: por
desconhecerem os nomes dos diversos grupos Hupd'äh. Os Tukano em­pregam o
termo [*pohsá]*,  para chamar os Hupd'äh de uma forma geral, cujo o
si­gnificado pode ser os "serventes" ou "estragados" ou ainda "quase gente".

Insisti, sempre que tinha oportunidade,  conversando com outros indíge­nas e
com os missionários em denominar estes Maku de Hupd'äh, no lugar de usar o
termo corrente de *"Peoná"*. Quando me encontravam em uma roda, conversando
com os Tukano e me referia aos Hupd'äh utilizando esse termo, quase sempre
vinha riso por partes dos Tukano e, em seguida, um sinal de aprovação.
Durante estas conversas, pude perceber que bastante Tukano conhecem inúmeras
palavras em Hupd'äh e que também alguns são capazes de conversar nesta
língua. No entanto, se perguntarmos diretamente a um Tukano se ele sabe
falar Hupd'äh, ele vai responder que não  e que conhece apenas algumas
palavras. Enquanto todos os homens, e muitas mulheres Hupd'äh conhecem
perfeita­mente o Tukano ou as outras línguas dos grupos Tukano. Falando
neste idio­ma com muita desenvoltura.

Em janeiro desse ano, no rio tiquié quando eu estava coordenando a  II etapa
de nosso *Curso de Magistério Paah Sak Tëg,*  eu provoquei uma discussão
nesse sentido. Durante o debate, todos os 42 cursistas presentes (Hupd'äh,
Yuhup e Daw) rejeitaram a proposta do H. Ramirez no sentido de chamar a
família Lingüística Uaupés-Japurá. Os Hupd'äh achavam que deveria ser
denominada
de Família Lingüística *Hibah-tehre, *que significa na última instancia "os
nosso* *ancestrais". Os Dâw pegando a discussão nessa direção perguntam: por
que não chamar Família Lingüística Nadöb? Indicando que os Nadob seriam os
mais antigos e dando a entender essas línguas (Hup, Yuhup e Dâw) vem do
Nadöb. Os Yuhup presentes  na discussão pareciam aceitar essa proposta dos
Dâw. Não chegamos a conclusão nenhuma acho que na próxima vez que eu voltar
para dar continuidade ao Curso de Magistério vamos continuar essa discussão.






----- Original Message -----
> From: "patienceepps" <pepps at mail.utexas.edu>
> To: <etnolinguistica at yahoogrupos.com.br>
> Sent: Friday, September 01, 2006 6:49 PM
> Subject: [etnolinguistica] Nome da familia 'Maku'
>
>
> Caro Renato,
>
> Estou completamente de acordo com a proposta de mudar a denominação da
> família lingüística 'Makú'. Já tinha falado com outros lingüistas
> trabalhando com esta família sobre este assunto, e a maioria deles
> concordam - assim como as pessoas Hupd'äh, Daw, e Yuhup. Outra razão
> de muda-lo, além do sentido pejorativo deste nome na região, é que na
> literatura lingüística sobre a Amazônia, já têm alguns outros grupos
> lingüísticos com o mesmo nome 'Maku'. Parece que este nome vem
> originalmente dum palavra Arawak, ma-aku, que significa 'sem fala'
> (veja Koch-Grünberg 1906, etc.).
>
> Acho que o jeito de fazer um tal mudança é simplesmente de chegar num
> acordo geral sobre uma denominação, e ai de començar usa-la.
>
> Eu e alguns outros já estão usando o nome 'Nadahup' ao lugar de
> 'Makú'. Este nome é um conjunto dos nomes das línguas Hup, Yuhup, Daw,
> e Nadeb. Não inclui Kakua e Nukak, mas o relacionamento destas duas
> línguas com as outra 4 não é certo nem provado, e é bem possivel que
> não tem nenhum relacionamento histórico demonstravel.
>
> Espero que puder ter acordo entre lingüistas, os povos Hup, Yuhup,
> Daw, e Nadeb, antropologos, e outros que esta denominação 'Nadahup'
> seja aceitável. Si não, necessitamos outro sugestão. Já tem tido
> discussão sobre o nome 'Uaupés-Japura', proposto por Henri Ramirez,
> mas este nome é muito comprido, e as pessoas Hupd'äh com quem eu falei
> não gostavam muito - dizem que têm muitos povos entre os rios Uaupés e
> Japura, não só os povos Hup-Yuhup-Daw-Nadeb. Outra ideia, de escolhar
> alguma palavra que existe em comum entre as 4 línguas, também não da
> muito bem por que têm tão poucas palavras parecidas que têm sentido
> pertinente - e também as possibilidades que existem são muito curtos
> (por exemplo, a palavra 'ip' que significa 'pai' - mas uma família
> lingüística que se chama da familia 'ip'...?)
>
> Então, o que você e os outros membros da lista acham da denominação
> 'Nadahup'? Podemos perguntar aos falantes destas línguas si este nome
> puder dar ao lugar do 'Maku'?
>
> Abraços,
> Pattie
>
>
> --- Em etnolinguistica at yahoogrupos.com.br, "Renato Athias"
> <renato.athias at g...> escreveu
> >
> > Colegas,
> > Aproveito a mensagem de Pattie para fazer uma pergunta e para dizer
> que como
> > antropólogo dou também meu total apoio a moção.
> > Gostaria de saber de todos vocês, se seria possível, no âmbito das
> > clasificações das línguas indígenas do Brasil,  mudar a denominação
> de uma
> > família lingüísitica. Nós que trabalhamos os grupos indígenas Yohup,
> Däw,
> > Hupdah, Nadöb, Kakwa,Nukak que estão classificados como pertencentes a
> > família lingüística MAKU sofremos, pois a termo Maku não corresponde a
> > nenhuma palavra dessas línguas. Além de ter uma forte conotação
> pejorativa
> > (principalmente na região do Rio Negro) servindo na realidade como um
> > "palavrão". Em julho do ano passado e em Janeiro desse ano. Estivemos
> > reunidos no Rio Tiquié ( Daw, Hupdah e Yohup) e discutimos essa
> situação e
> > todos eles sugeriram mudanças. Como fazer? por onde começar?
> >
> >
> > Eu coloquei o vídeo Paah Sak Tëg na  internet.. São os cursistas,
> Hupah, Daw
> > e Yuhup do curso de magistério indígena.
> > São pequenos depoimentos...  o Vídeo completo em 22 minutos pode ser
> > enviado... é só podir.. certo.
> >
> > Renato
> >
> > divulguem por favor
> >
> >
> > Parte 1
> > http://www.youtube.com/watch?v=-wS2l6_jLgw
> > Parte 2
> > http://www.youtube.com/watch?v=WWDyusAvayc
> > Parte 3
> > http://www.youtube.com/watch?v=1SjocnjFWmc
> >
> >
> >
> >
> >
> > 2006/9/1, Pattie Epps <pepps at m...>:
> > >
> > >  Prezados membros da lista, Júnior, e Sebastian,
> > >
> > > Como falante nativo de inglés, fiz alguns modificações ao texto da
> moção
> > > sugerido por Júnior e Sebastian. Espero que ajudar!
> > >
> > > O texto se encontre abaixo.
> > >
> > > Um abraço para todos,
> > > Pattie
> > >
> > >
> > > We, the undersigned researchers working with indigenous languages of
> > > Brazil and
> > > adjacent regions and leaders of Indian organizations (participating
> > > in the discussion list "Etnolinguistica"), and the Museu
> > > Paraense Emílio Goeldi, a research institution of the Brazilian
> Ministry
> > > of
> > > Science and Technology, want to express our concern regarding the
> points
> > > that were raised by Dr. Hein van der Voort
> > > in the SSILA-Bulletin number 242 of August 22 of 2006, and
> > > show our support for the general position taken by Dr. van der
> > > Voort (full text is given below).
> > >
> > > In brief, Dr. van der Voort states that the decision to adopt the
> > > Ethnologue's language codes as the reference standard for the
> > > languages of the world (also called ISO 639-3) was not fully
> > > discussed within the linguistic community. He also questions the
> > > validity of this decision from the perspective of ethical concerns
> (should
> > > a religious
> > > organization be in charge of such an effort?) and accuracy
> > > (Ethnologue is an error-ridden, though extensive, publication).
> > >
> > > He proposes that efforts like UNESCO's Redbook of the
> > > Endangered Languages of the World be considered as an alternative
> to SIL's
> > > Ethnologue.
> > >  We feel strongly that there is only one sensitive answer --
> > > "NO"-- to the central question raised by Dr. van der Voort:
> "should we as
> > > scientists collaborate so directly with a
> > > proselytizing organization, lending it legitimacy and potentially
> > > contributing to its ultimate goal -- that of replacing indigenous
> > > cultures with a specific Western one?"
> > >
> > > Like several of us, many researchers worldwide may have information
> > > that would represent a valuable contribution to the ISO list, but feel
> > > reluctant to
> > > share it with the editors of the Ethnologue for the very reasons given
> > > by Dr. v.d. Voort.  This puts the cooperative work on a reliable and
> > > widely accepted ISO standard at serious risk.
> > >
> > > Therefore, we urge that the current state of affairs with respect
> > > to the ISO 639-3 be reviewed, and that another, purely academic
> > > institution (such as a committee or commission to be created) be
> given the
> > > responsibility of maintaining and revising the ISO list of languages
> > > and their codes. An academic commission of SSILA assigned to
> > > evaluate proposals for changes to the survey of South American
> languages
> > > could serve as a model for other regions, and some means of
> coordinating
> > > regional commissions could be established in order to assure similar
> > > criteria and standards.
> > >
> > > It would be certainly a time-consuming project, but the final
> > > product would be considerably more reliable and more likely to receive
> > > widespread acceptance than the Ethnologue alternative.
> > >
> > > In sum, it is important to us that the ISO 639-3 standard and a
> > > possible permanent ISO 639-3 commission be clearly separated from
> > > the Ethnologue and SIL in general, making it possible for any
> > > linguist to contribute to the ISO standard without contributing
> > > direct or indirectly to SIL.
> > >
> > > With this motion, it is our intention to invite linguists who share
> > > our view to make this position clear in their local academic
> > > associations and to start a worldwide discussion about a possible
> > > different solution for the ISO 639-3.
> > >
> > >
> >
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> -------------------------------------------------------------
> IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares
> Goiânia, 18 a 20 de outubro de 2006
> Participe! Para maiores informações, visite
> http://www.letras.ufg.br/abecs.html
> -------------------------------------------------------------
>
> O uso dos recursos do grupo Etnolingüística baseia-se no reconhecimento e
> aceitação de suas diretrizes. Para conhecê-las, visite
> http://geocities.com/linguasindigenas/normas
> Links do Yahoo! Grupos
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> -------------------------------------------------------------
> IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares
> Goiânia, 18 a 20 de outubro de 2006
> Participe! Para maiores informações, visite
> http://www.letras.ufg.br/abecs.html
> -------------------------------------------------------------
>
> O uso dos recursos do grupo Etnolingüística baseia-se no reconhecimento e
> aceitação de suas diretrizes. Para conhecê-las, visite
> http://geocities.com/linguasindigenas/normas
> Links do Yahoo! Grupos
>
>
>
>
>
>
>
>
-------------- next part --------------
An HTML attachment was scrubbed...
URL: <http://listserv.linguistlist.org/pipermail/etnolinguistica/attachments/20060902/f1f5cb5f/attachment.htm>


More information about the Etnolinguistica mailing list