Sobre Kaingang na Argentina / Ainda Kaingang (Argentina e Brasil)

Pedro Viegas Barros peviegas2003 at YAHOO.COM.BR
Fri Feb 16 14:25:07 UTC 2007


Estimado Eduardo y demás colegas,
   
  Finalmente conseguí el artículo de Ambrosetti (1896). Ahora puedo contestar con mayor precisión a algunas se sus preguntas.
   
  > Além dos termos em comum entre o Ingain e o Guayaná que você menciona ('água', 'lua'), o que mais compartilham?  La lista de tales términos en común incluye -por lo menos- los siguientes:
   
  - GUA cran, pranl; ING kran, karat ‘agua’.
  - GUA (a)miriyá; ING mrié ‘anzuelo’.
  - GUA (am)incá; ING (am)itkau, nietkau, (am)ignú ‘boca’.
  - GUA (a)guá; ING (in)guá ‘brazo’.
  - GUA (am)má; ING (am)má ‘brazo’.
  - GUA (ñami)ngai ‘cabellos’; ING ngain, kain ‘cabello’.
  - GUA (amin)tao; ING utguá ‘collar’.
  - GUA cha(mbrá), cochá; ING chá, kichá ‘cuchillo’.
  - GUA (apin)grá; ING (amir)igré, itkré ‘cejas’.
  - GUA nmará; ING maráu ‘ceniza’.
  - GUA ará; ING arau ‘cielo’.
  - GUA (ami)yao, ING (am)iau, (amn)iau ‘dientes’.
  - GUA prá; ING prá, preá, pariá ‘estrella’.
  - GUA (a)cucá, (a)pucá; ING (a)kuka ‘frente’.
  - GUA chichar ‘leon (puma)’; ING kuchi chau, chi chau ‘puma’.
  - GUA pirihí, ING puirí, puiré ‘luna’.
  - GUA (ami)nca(minuitá), (ame)nencá ‘manos’; ING (ame)nguau, (amme)nguá ‘mano’.
  - GUA quiñere ‘mono’; ING ñara, ñere ‘monito-caí’.
  - GUA cuche ‘monte’; ING kucheré, kuchen ‘bosque’.
  - GUA dan, quengtá ; ING kundá ‘maíz’ (también ndá, nda).
  - GUA (an)ñá; ING ñá, nié ‘madre’.
  - GUA má ‘miel de abeja’; ING má ‘miel’.
  - GUA (ami)ñá; ING (a)nedjá, neiá, (ami)ñá ‘nariz’.
  - GUA (api)ntá ‘ojos’; ING (apu)ndá, ndá (loró) ‘párpados’.
  - GUA (ami)nerá ‘oreja’; ING (ani)ngran, (ame)ngrá ‘orejas’.
  - GUA ambruy; ING amduí ‘pescuezo’ (¿y ambruiú ‘espinazo’?).
  - GUA ndayá; ING deadjá, dedjé ’pescado’.
  - GUA (am)lé; ING (amb)lé ‘pecho’.
  - GUA yutá, itá ‘pala de canoa’; ING tan, itán ‘remo’.
  - GUA queré, quené; ING kren, kini ‘piedra’.
  - GUA (amin)crará ‘quijada’; ING (miet) krará ‘barba (mentón)’.
  - GUA chuchí; ING chicha, kuchi, kuchí ‘tigre’.
  - GUA mbechá; ING boecháu, güi chá ‘venado’.
  - GUA cundú; ING nduj ‘víbora’.
  - GUA pohó; ING pejú ‘zapallo’.
  - GUA npáo; ING pon ‘sapo’.
   
  > Alguém teria alguma pista quanto à possível origem dos termos não-Kaingang nestes vocabulários? Al menos una parte de los términos al parecer no-Kaingáng en estos vocabularios podrían ser -sorprendentemente- de origen Jê del Sur, y por tanto en realidad sí cognadas del Kaingáng
 sólo que enmascarados por una correspondencia fonológica de carácter “extraño”. Me había llamado la atención el hecho de que, siendo la fricativa bilabial (escrita f) una consonante relativamente común en Kaingáng, no parece existir ni un solo caso de grafía <f> en todo el material Ingain de Ambrosetti. Buscando posibles cognados a formas Kaingáng con f, encontré una correspondencia Ingain (y Guayaná) -al parecer bastante regular- en la grafía <l>, cf. los siguientes ejemplos (los dos últimos ya comparados por el propio Ambrosetti):
   
  KAI fèNr ‘ala, pluma’ : ING <làrá> ‘alas’.
  KAI fyN ‘chorar’ : ING <lá> ‘llorar’.
  KAI fár ‘casca, córtice, pele’ : ING <(-)loró> ‘piel, cuero’.
  KAI fe ‘peito’ : ING, GUA <-lé> ‘pecho’.
  KAI faNfaNn ‘tatu’ : ING <lan> ‘tatú’.
  KAI kufy ‘peso, gravidez’ : ING <kulej> ‘pesado’.
  KAI kaNgfèr ‘orvalho’ = ING <kuleré> ‘rocío’.
  KAI kòfa ‘velho’ : ING <kula, pulá> ‘viejo’.
  KAI waNfe ’fio’ : ING <ualé> ‘línea de pescar’.
   
  Tendríamos, entonces, que el protofonema PJS *D (presuntamente una fricativa interdental dental sonora, tal como su reflejo en Xokléng, cf. Ribeiro 2004: 96, nota 3), proveniente de PJ *z, habría tenido en Ingain una evolución distinta a la del Kaingáng tanto como a la del Xokléng:
   
  PJS *D > Ingain <l>, Kaingáng f, Xokléng D 
   
  Quién sabe si no habrá otras correspondencias Ingain-Kaingáng “raras”
 En todo caso, lo visto hasta ahora sería suficiente para afirmar que el Ingain habría sido una lengua Jê meridional, distinta del Kaingáng y del Xokléng, tal como aparece clasificada en Rodrigues (1999: 167).
   
  Además, con respecto a otra pregunta: > Quantos registros separados (diferentes coletores e diferentes informantes) há para o Ingain e o Guayaná? ... pelo que vi no artigo do Wilmar, há mais de um... tiene Ud. razón, según el trabajo de Wilmar habría datos Ingain al menos en otro trabajo: Vogt (1904), artículo que todavía no pude consultar.
   
  Un abrazo cordial,
   
  Pedro
   
   
  -------------------
  Referencias:
  Ambrosetti, Juan B. (1896): Materiales para el estudio de las lenguas del grupo Kaingángue (Alto Paraná). Boletín de la Academia Nacional de Ciencias de Córdoba, 14: 331-380.
   
  Ribeiro, Eduardo R. (2004): Prefixos relacionais em Jê e Karajá: um estudo comparativo. LIAMES, 4: 91-101.
   
  Rodrigues, Aryon Dall’Igna. (1999): Macro-Jê. R. M. W. Dixon y A. Y. Aikhenvald (Eds.), The Amazonian Languages, Cambridge: Cambridge University Press: 165-206.
   
  Vogt, Friedrich (1904) : Die Indianern des Obern Paraná. Mitteilungen der Anthropologischen Gesselschaft in Wien. Viena, vol. 34, (4): 200-221 y 353-377.


eduardo_rivail <kariri at gmail.com> escreveu:            Caro Pedro,
   
  Eu é que agradeço as suas mensagens (bem como as do Renato, do Victor e do Wilmar). A gente acaba aprendendo muito com essas discussões. Muitíssimo obrigado também pelos esclarecimentos sobre a localização dos Guayaná e Ingain e pela discussão detalhada das correspondências KAI :: GUY.
   
  Quanto às correspondências que você aponta, elas são sem dúvida válidas (como você diz, em maior ou menor grau). Há aí, certamente, dados claramente de origem Kaingáng/Jê do Sul -- portanto, uma certa regularidade entre ambos os conjuntos de dados seria de se esperar. Mas, em sua maioria, não apontam necessariamente para uma língua diferente. A principal diferença (KAI eN, GUY/ING a) aproximaria o Guayaná/Ingain à hipotética forma Proto-Jê do Sul, onde PJ *ò teria se tornado *a. Em Xokleng, esta é a vogal que ocorre ainda (apenas um dos vários aspectos em que o Xokléng é mais conservador que o Kaingáng). Aliás, isto já havia sido apontado por Curt Nimuendaju em sua correspondência com Mansur Guérios: "Num numero de casos as formas da lingua dos Botocudos [Xokléng] se assemelham mais às dos Tupí do Ivoticoray (Ingain) que às dos Kaingáng [...]" ("Cartas Etnolingüísticas", p. 220; disponível na Biblioteca Curt Nimuendaju:
 http://biblio.etnolinguistica.org/nimuendaju_guerios_1948.pdf).
   
  Quanto aos dados aparentemente não-Jê do Sul que você menciona ('pescoço' e 'pedra'), eu concordo que a forma para 'pedra' seria um cognato plausível, mas tenho minhas dúvidas com relação à palavra para 'pescoço'. De qualquer forma, é bem comum que um dialeto preserve formas lexicais que outros dialetos perderam. Isto não significa necessariamente que se trate de uma língua diferente. Tudo isto, na minha opinião, não permitiria descartar o "Ingain/Guayaná" (ou pelo menos a parte "Kaingangóide" dos dados) como um descendente do Proto-Jê do Sul (ou mesmo a possibilidade de que se trate apenas de uma variedade de uma outra língua do ramo, como o próprio Kaingáng). Uma das principais mudanças fonológicas que caracteriza o Proto-Jê do Sul (em oposição ao Proto-Jê) é o rebaixamento de *ò para *a, e isto pode ser observado nos dados Ingain/Guayaná. Aliás, como sugere o Wilmar em seu artigo (http://www.portalkaingang.org/Primeiros100anos.pdf), estes dados têm um valor comparativo
 e tanto. Eu acho que eles ampliam a nossa visão do Proto-Jê do Sul, em vez de sugerir uma língua fora deste ramo. Falando nisso, eu discordaria do que diz Wilmar (p. 13) quanto à aparente "perda" de uma sílaba inicial nos dados "Ingain" de Ambrosetti, em palavras como 'macaco', 'vermelho', etc. Considerando-se que há, em Kaingang, prefixos claramente segmentáveis (ka-,ku- etc.), ainda que de significado opaco e sincronicamente improdutivos (aparentemente), é provável que a "falta" da sílaba inicial não se deva a "perda" fonológica, mas a fatores morfológicos. Isto parece sugerir que tais prefixos eram ainda produtivos em Proto-Jê do Sul. (Cognatos destes prefixos ocorrem em outras línguas da família e podem, assim, ser reconstruídos para o Proto-Jê.)
   
  Quanto a minha menção do exemplo Kukura, minha intenção não era jamais insinuar que Lista e Patiño teriam inventado uma língua (como, aliás, no caso do Kukura, em que não parece ter havido má fé por parte dos pesquisadores envolvidos). O que eu queria exemplificar era o fato de que o valor de um vocabulário como amostra de uma língua é muito relativo, sendo influenciado muito pelas circunstâncias da coleta (e por idiossincrasias pessoais do pesquisador e do informante). Um vocabulário misto não aponta necessariamente para a existência de uma língua mista, a menos que seja possível demonstrar recorrência, consistência de uma amostra a outra (isso, se houver mais de uma amostra). E aqui eu volto a uma das minhas questões originais: seria ótimo saber até que ponto diferentes vocabulários do Guayaná e os do Ingain (pelo que vi no artigo do Wilmar, há mais de um) difeririam. Fico ansioso para poder finalmente ler o trabalho de Ambrosetti!
   
  Bem, este assunto vai se encompridando, e eu agradeço mais uma vez a sua disposição em discutir tão detalhadamente os dados. Pode ser que, no final, eu acabe mudando de idéia (e não seria a primeira vez que os seus argumentos me convenceriam:). Mas, por enquanto, acho que os dados não permitem chegarmos a qualquer conclusão; há várias hipóteses que não parecem ser de todo desprezíveis. Mas, antes de me despedir, gostaria de resumir os resultados do que eu aprendi com vocês até o momento:
   
  1. Revendo meu pessimismo inicial, concordo com você: os dados não são "cem porcento Kaingáng", embora uma parcela significativa tenha obviamente a mesma origem.
  2. Esta "parcela significativa" tem um importante valor comparativo, pelas diferenças que apresenta com relação às línguas Jê do Sul atuais; mas tais diferenças não permitem propor uma língua fora do ramo meridional da família Jê.
   
  Um abraço,
   
  Eduardo

--- Em etnolinguistica at yahoogrupos.com.br, Pedro Viegas Barros <peviegas2003 at ...> escreveu
>
> Estimado Eduardo (y demás colegas),
> 
> Muchísimas gracias por su respuesta. Siempre se aprende mucho de sus contribuciones. Coincido plenamente con Ud. acerca de la necesidad de reevaluar críticamente la bibliografía sobre lenguas indígenas y sobre la importancia del artículo de Wilmar, lo que también es cierto de los mensajes de Renato y Victor. 
> Agradezco mucho también su discusión sobre las lenguas mixtas y la información que proporciona sobre el caso del Pankararu. Son ambas muy importantes.
> Sobre la cuestión de las correspondencias fonológicas, creo que puede hacerse alguna pequeña luz –a pesar de los escasos datos y de las dudas sobre su transcripción y sobre cómo fueron obtenidos los datos- si se eliminan algunos posibles cognados dudosos y se agregan algunos otros. Si se aceptan tales comparaciones (algunas son ciertamente más aceptables que otras), sería posible encontrar algunas correspondencias Guayaná-Kaingáng como las siguientes (para las vocales me voy a limitar por el momento a las sílabas finales; las expresiones `inicial', `medial', `intervocálico', `final' se refieren a los presuntos cognados Kaingáng).
> 
> Consonantes
> 
> (1) G <m>, <nm> : K m (inicial)
> G má `miel de abeja'; K myNg `abelha, mel'
> G nmará `ceniza'; K mreNj `cinza'
> La correspondencia de G <nm> con K m inicial sería paralela a la de G <np> con K p en el mismo contexto.
> 
> (2) G <n> : K n (inicial)
> G (ami)nerá `oreja'; K niNgreNg `orelha'
> G (ami)nca(minuitá), (ame)nencá `manos'; K niNgè `mão'
> En posición inicial habría G <n>, <nl> : K n en 
> G cran, pranl `agua', K kron `beber, dar à beber'
> Cf., además, G queré [¿-r- por errata?], quené `piedra', Jê Septentrional *kèn `pedra'.
> 
> (3) G <ñ> : K ñ (inicial)
> G (ami)ñá; K ñiNjèN `nariz'
> También habría G <ñ> correspondiente a una alternancia K n ~ j en:
> G (an)ñá `madre'; K nyN, jyN `mãe'
> En posición final habría G <i> (¿<y>?) : K ñ en:
> G (ñami)ngai `cabellos' [¿y -ngay en (api)tamingay `pestañas', posiblemente *`pelos de los ojos'?], K gaNñ `cabelo'.
> 
> (4) G <ng> : K g (inicial)
> G (ñami)ngai `cabellos', K gaNñ `cabelo'.
> En posición intervocálica hay G <nc> : K g en:
> G (ami)nca(minuitá), (ame)nencá `manos'; K niNgè `mão'
> Y en posición final hay G Ø : K g, como se ve en:
> G má `miel de abeja'; K myNg `abelha, mel'
> G (ami)nerá `oreja'; K niNgreNg `orelha'
> G prá `estrella', K kriNg `estrela'
> El grupo intervocálico K gr corresponde a G <r> en:
> G (ami)nerá `oreja'; K niNgreNg `orelha'
> 
> (5) G <p>, <np>, <m> : K p (inicial)
> G pohó `zapallo', K pèho `abóbora'
> G npai 'fuego', K piN `fogo, lenha'
> G npáo `zapo' (error por `sapo'), K pèpo `sapo'
> G (am)má `brazo'; K peN `braço'
> En el primer ejemplo las formas son muy parecidas, de modo que podría tratarse de un préstamo (lo que –por otra parte- es bien plausible por tratarse de ítem cultural). 
> En el último ejemplo, G <m> podría deberse a asimilación a la consonante del ¿prefijo? <am->.
> El tercer ejemplo mostraría una correspondencia G -Ø- : K -p- entre vocales. 
> 
> (6) G <c>, <qu>, <p> : K k
> G (a)cucá, (a)pucá `frente'; K kakaN `rosto, testa'
> G curu(guá) `olla', K kukruN `panela'
> G quiñere `mono'; K kajeNr `macaco, mico'
> Los dos últimos ejemplos podrían ser préstamos (el primero es un ítem cultural y el segundo un zoónimo: en ambos casos los préstamos –incluso entre lenguas emparentadas- son frecuentes).
> Agréguese G queré, quené `piedra', Jê Septentrional *kèn `pedra'; quizás también G (an)cai `cabeza', PJ *ki `hair'.
> En posición intervocálica hay G <c> : K k, como en
> G (am)incá; K jeNky `boca'
> El grupo K kr en posición inicial correspondería a G <cr>, <pr>, y en posición medial a G <r>:
> G (a)cré `muslo'; K kre `coxa'
> G cran, pranl `agua', K kron `beber, dar à beber'
> G prá `estrella', K kriNg `estrela'
> G curu(guá) `olla', K kukruN `panela'
> Aunque este último ejemplo podría ser un préstamo, véase (6), la correspondencia de K kr con G <r> en posición intervocálica sería paralela a la de K gr : G <r> en el mismo contexto.
> 
> (7) G <r> : K r en todas las posiciones
> G ará `cielo'; K: raN `sol'
> G (aminc)rará `quijada' : K ra `queixo'
> G (a)cré `muslo'; K kre `coxa'
> G cran, pranl `agua', K kron `beber, dar à beber'
> G prá `estrella', K kriNg `estrela'
> G (ami)nerá `oreja'; K niNgreNg `orelha'
> G curu(guá) `olla', K kukruN `panela'
> G quiñere `mono'; K kajeNr `macaco, mico'
> Los dos últimos ejemplos podrían ser préstamos, véase (6).
> 
> (8) G <y>, <ñ> : K j
> G (ami)yao `dientes', K jaN `dente'
> G quiñere `mono'; K kajeNr `macaco, mico'
> El segundo ejemplo podría ser un préstamo, véase (6). 
> Cf. también 
> G (ami)ñá; K ñiNjèN `nariz',
> caso en el cual G <-ñá> podría estar ocultando algo como *-ñijá.
> 
> (9) G <h> : K h (intervocálica)
> G pohó `zapallo', K pèho `abóbora'
> Este único caso podría ser un préstamo, véase (5).
> 
> 
> Vocales en sílaba final
> 
> (10) G <a> : K y, yN (correspondencia notada por Ud. en un mensaje anterior)
> G (am)incá; K jeNky `boca'
> G (an)ñá `madre'; K nyN, jyN `mãe'
> G má `miel de abeja'; K myNg `abelha, mel'
> 
> (11) G <a> : K eN, eNj, è, èN
> G (am)má `brazo'; K peN `braço'
> G (ami)nerá `oreja'; K niNgreNg `orelha'
> G nmará `ceniza'; K mreNj `cinza'
> G (ami)nca(minuitá), (ame)nencá `manos'; K niNgè `mão'
> G (ami)ñá; K ñiNjèN `nariz'
> 
> (12) G <e> : K e, eN
> G (a)cré `muslo'; K kre `coxa'
> G quiñere `mono'; K kajeNr `macaco, mico'
> El segundo ejemplo podría ser un préstamo, véase (6), lo que explicaría la correspondencia G <e> : K eN, frente a G <a> : K eN en (11).
> 
> (13) G <a>, <ao> : K aN
> G ará `cielo'; K raN `sol'
> G (a)cucá, (a)pucá `frente'; K kakaN `rosto, testa'
> G (ami)yao `dientes', K jaN `dente'
> G (ñami)ngai `cabellos', K gaNñ `cabelo'.
> 
> (14) G <a>, <ai> : K iN
> G prá `estrella', K kriNg `estrela'
> G npai 'fuego', K piN `fogo, lenha'
> Posiblemente también G <ai> : PJ *i, si es válido G (an)cai `cabeza', PJ *ki `hair'.
> 
> (15) G <a>, <o>, (¿<ao>?) : K o
> G cran, pranl `agua', K kron `beber, dar à beber'
> G pohó `zapallo', K pèho `abóbora'
> El segundo caso podría tratarse de un préstamo, véase (5).
> En el caso de
> G npáo, K pèpo `sapo'
> no está claro si lo que correspondería a K o es G <ao> o solo <o>, dado que en Guayaná habría caído una consonante intervocálica, véase (5).
> 
> (16) G <u> : K uN
> G curu(guá) `olla', K kukruN `panela'
> Este ejemplo, sin embargo, podría tratarse de un préstamo, véase (6).
> 
> (17) G <a> : K <a>
> G (aminc)rará `quijada' : K ra `queixo'
> Como bien señala Ud., también hay <a> donde se esperaría K a, en el caso de:
> G (apin)tá `ojos', PJ *nò `olho'.
> 
> Si estas correspondencias son válidas, entonces varios reflejos Guayaná de los fonemas reconstruidos para el Proto-Jê serían o parecerían ser distintos a los del Kaingáng. Lo que probaría que el Guayaná era una lengua diferente del Kaungáng.
> 
> Dado que en Guayaná habría ítems léxicos provenientes del PJ no atestiguados en Jê del Sur, se podría tal vez hipotetizar que el Guayaná podría haber sido la única lengua representante de una rama de la familia Jê, algo similar a lo que ocurriría con el Jaikó. En tal caso las mayores semejanzas léxicas con el Kaingáng podrían deberse –dada la proximidad geográfica-- simplemente a fenómenos de difusión. Es sólo una idea que, me parece, debería ser investigada.
> 
> Paso a contestar en la medida de lo posuible las preguntas de su segundo mail. 
> Sería ciertamente muy interesante llegar a conocer los detalles de las compilaciones de Patiño y Lista. Estos dos –creo- serían los únicos registros Guayaná conocidos; no sé bien cuántos habría para el Ingáin pero me parece que en este último caso la única fuente es Ambrosetti. 
> Los lugares en que se recolectaron datos Guayaná e Ingáin parecen ser bastante próximos, separados por la actual frontera política entre Paraguay (Guayaná) y Brasil (Ingáin). 
> No sé cuántas semejanzas Guayaná-Ingáin se pueden encontrar, cité algunas de unas anotaciones comparativas antiguas que yo tenía; el artículo de Ambrosetti es realmente difícil de encontrar en las bibliotecas de Buenos Aires y ya no recuerdo exactamente dónde lo ví hace muchos años. Intentaré, sin embargo, encontrarlo en algún lado. 
> Por el momento, no tengo idea acerca del posible origen de la mayor parte de los términos que no parecen cognados del Kaingáng ni de otras lenguas Jê. En principio, no parecen ser de origen Mataguayo ni Guaicurú (la excepción sería la forma para `cuchillo' dada por Lista, ya mencionada en un mensaje anterior).
> 
> Finalmente, si las correspondencias Guayaná-Kaingáng que menciono pueden considerarse válidas, ello alejaría –en mi opinión- la posibilidad de que se trate de una lengua ficticia como el Kukura (no creo que Lista y Patiño conocieran el Kaingáng, ni que tuvieran la menor idea de qué cosa es una correspondencia fonética o fonológica).
> 
> Un abrazo cordial,
> 
> Pedro
> 
> eduardo_rivail kariri at ... escreveu: 
> Caro Pedro (e demais colegas),
> Muito obrigado por suas observações e desculpe-me por levar tanto tempo para responder. Suas mensagens me levaram a repensar meu pessimismo inicial. Embora eu tenha preferido me limitar às semelhanças mais óbvias, concordo que muitos dos exemplos adicionais que você menciona podem vir a ser de fato [cognatos com termos] Kaingáng (exceto, creio eu, formas como 'estrela', 'fogo', 'sol', etc.).
> E diria mais: no caso da forma para 'olho', (apin)tá, a vogal é o que seria de se esperar, considerando que em (Pré-)Proto-Jê do Sul a vogal *ò do Proto-Jê se tornou *a, em um processo sistemático de rebaixamento vocálico envolvendo vogais posteriores (cf. Ribeiro 2005, 'Reconstructing Proto-Jê: A review of Davis (1966)', apresentado em Belém, e Ribeiro 2006, 'A reconstruction of Proto-Jê', apresentado no ICA em Sevilha); compare este exemplo com 'cinza', que ilustraria o mesmo fenômeno. E, no caso de 'braço', o Jê Meridional de fato preservou um cognato com o Proto-Jê *pa: em Kaingáng, por exemplo, é peN. O termo Proto-Jê para 'madeira, árvore' (que eu reconstruo como *ko) também tem cognatos em Jê Meridional: Xokléng kò, Kaingáng ka (por isso tendo a discordar da possibilidade de Guayaná kuche ser um cognato, por causa do processo de mutação vocálica, aparentemente em cadeia, que menciono acima).
> O problema é que restam muitas inconsistências em termos de correspondências fonológicas. Por exemplo, o Proto-Jê do Sul (como, aliás, as línguas Jê do Sul atuais) preserva basicamente o mesmo sistema de oclusivas do Proto-Jê. As consoantes em 'olho', 'braço' e 'barriga' destoariam desta tendência. Como os dados são poucos, não dá pra saber se tais inconsistências se devem a verdadeiras inovações ou simplesmente a uma transcrição inconsistente (o que soía acontecer em tais circunstâncias) -- ou, enfim, se se devem ao fato de os dados terem sido fornecidos por um falante não nativo.
> Para mim, essa discussão tem, entre outros, o mérito de demonstrar a necessidade de reavaliarmos a literatura criticamente (o artigo do Wilmar, neste sentido, é um guia excelente). Por isso, fico muitíssimo grato por você nos ter enviado o vocabulário "Guayaná" e pelas contribuições do Renato e do Victor -- um exemplo e tanto de cooperação acadêmica. Espero poder ter acesso ao material Ingain em breve, para ter uma idéia melhor da situação.
> Daqui a pouco respondo a sua outra mensagem.
> Abraços,
> Eduardo
> 
> 
> Caro Pedro (e demas colegas),
> Matutando sobre os dados que vocês vêm compartilhando com a lista, ocorre-me agora que, afinal, talvez não se possa descartar uma possibilidade de certa forma oposta à que expresso em minha primeira mensagem ("não parece tratar-se de Kaingáng", etc.): talvez não haja razões suficientes pra se falar em uma língua Jê Meridional a mais. Os dados que coincidem indubitavelmente com os do Kaingáng não parecem permitir uma conclusão a favor da existência de uma língua diferente -- como, aliás, qualquer conclusão definitiva.
> Eu acho interessantes as duas hipóteses aventadas por você, mas tendo a ser cético com relação a "línguas mistas", especialmente com base em dados insuficientes. Seria interessante investigarmos mais sobre as circunstâncias da coleta. Eu tenho algumas dúvidas que, se possível, ficaria muito grato se alguém pudesse esclarecer:
> 1. Quantos registros separados (diferentes coletores e diferentes informantes) há para o Ingain e o Guayaná?
> 2. Além dos termos em comum entre o Ingain e o Guayaná que você menciona ('água', 'lua'), o que mais compartilham?
> 3. Alguém teria alguma pista quanto à possível origem dos termos não-Kaingang nestes vocabulários?
> 4. Qual a proximidade entre as áreas onde se coletaram dados do Ingain e do Guayaná?
> Mesmo que os vocabulários contenham itens de origens diferentes, eu acho que um conhecimento mais detalhado das circunstâncias de campo talvez ajude a se pensar em outras hipóteses. Meu ceticismo quanto ao valor de vocabulários como esses para tentativas de classificação lingüística baseia-se em alguns exemplos da literatura:
> 1. O caso do Kukura, uma "língua" que, apesar de fictícia (como denunciado por Nimuendaju), foi classificada geneticamente por Greenberg (o que dá uma idéia dos méritos classificatórios dele...); não estou dizendo que se trata da mesma situação aqui, mas a resposta a minha pergunta (1) acima ajudaria a termos uma idéia mais precisa.
> 2. Vocabulários coletados, principalmente na segunda metade do século passado, no Nordeste brasileiro, em que ficam evidentes diferentes "camadas" de influência lexical. Os vocabulários coletados entre os Pankararu, por exemplo, são particularmente interessantes: o léxico básico (incluindo pronomes, partes do corpo, termos de parentesco, descritivos, etc.) é claramente de origem Tupi-Guarani (talvez o mesmo Tupinambá da costa); por outro lado, há vários termos (itens culturais, fauna, etc.). que são obviamente de origem Iatê. Neste caso, não creio que se possa falar em língua mista, como se tivesse havido uma fase em que os Pankararu teriam falado uma língua resultante da mistura de duas outras. É mais provável que a parte Iatê do vocabulário seja resultado de contatos recentes, quando o português já havia se tornado a língua nativa da tribo.
> [A julgar pelos dados, parece provável que os ancestrais dos Pankararu teriam falado o Tupinambá (ou uma língua muito aparentada) a uma certa altura, mas se esta era a língua original da tribo, ou se a adotaram por influência missionária, é algo a se discutir. Se possível, eu gostaria muito de ouvir a opinião de colegas aqui na lista que certamente conhecem melhor a situação etnográfica do Nordeste, como a Maria das Dores Pankararu, o Renato Athias, etc.]
> Bem, aguardo a opinião de vocês!
> Abraços,
> Eduardo
> 
> __________________________________________________
> Fale com seus amigos de graça com o novo Yahoo! Messenger 
> http://br.messenger.yahoo.com/
>
  

         

 __________________________________________________
Fale com seus amigos  de graça com o novo Yahoo! Messenger 
http://br.messenger.yahoo.com/ 
-------------- next part --------------
An HTML attachment was scrubbed...
URL: <http://listserv.linguistlist.org/pipermail/etnolinguistica/attachments/20070216/4e801309/attachment.htm>


More information about the Etnolinguistica mailing list