[etnolinguistica] Reunião do GERI em Brasília: Língua, cultura e pré-história (Karajá)

Linguistica no Museu linguasindigenas at YAHOO.COM
Wed Aug 20 20:35:21 UTC 2003


REUNIÃO DO GERI

GRUPO DE ESTUDOS EM RELAÇÕES INTERÉTNICAS



sexta-feira, 22 de agosto, às 16:00 horas, na sala de reuniões B, DAN/UnB



Língua, Cultura e Pré-História: Exemplos do Karajá

Professor Eduardo Rivail Ribeiro

University of Chicago, Museu Antropológico/UFG



Este trabalho, baseado no estudo de aspectos da língua Karajá (Macro-Jê), trata de algumas das contribuições que a lingüística pode oferecer para uma melhor compreensão da cultura e da história dos povos indígenas brasileiros. A importância do conhecimento lingüístico para os estudos etnográficos, enfatizada por Franz Boas (1911) e seus discípulos, tem sido em geral pouco valorizada nos estudos antropológicos dos Karajá. Esta falta de diálogo interdisciplinar tem sido prejudicial a ambas as áreas.

Alguns resultados desta prática - especialmente no que diz respeito à falta de cuidado ao se considerarem as distinções entre as falas feminina e masculina, uma peculiaridade fascinante da língua Karajá (Ribeiro 2001) - serão descritos e analisados. Além da importância do conhecimento lingüístico para o estudo da cultura, a lingüística pode também fornecer evidências importantes para o conhecimento da história, ajudando a preencher lacunas deixadas pela falta de evidências documentais ou arqueológicas (comum

em climas tropicais úmidos, que dificultam a preservação de materiais perecíveis como madeira e tecidos). Enquanto o método comparativo pode revelar importantes aspectos da pré-história, através da reconstrução de vocábulos referentes a práticas culturais (Rodrigues 1988) e a elementos do habitat de populações pré-históricas, o estudo de empréstimos lingüísticos pode fornecer pistas importantes sobre a natureza de contatos culturais pré-históricos. A possibilidade de se reconstruírem vocábulos culturais para o hipotético ancestral das línguas (Macro-) Jê atuais será discutida. Além disso, serão analisados alguns empréstimos Tupí-Guaraní em Karajá, bem como a existência de alguns empréstimos Karajá em línguas Tupí-Guaraní, delineando-se algumas das implicações que estes teriam para o estudo da difusão de elementos culturais na região do Araguaia-Tocantins (Ribeiro 2001/2002).



Textos mencionados na bibliografia estão disponíveis no endereço http://www.geocities.com/avepalavra/GERI



Algumas leituras sugeridas:

Boas, Franz. 1911. Introdução ao Handbook of American Indian Languages. Washington: Smithsonian Institution.



Sapir, Edward. Sapir, Edward. 1936. Internal linguistic evidence suggestive of the northern origin of the Navaho. American Anthropologist 38.2.224-235.



Ribeiro, Eduardo Rivail. 2001. Female versus male speech in Karajá.Trabalho apresentado no encontro da Society for the Study of the Indigenous Languages of the Americas (SSILA)/4th Workshop on American Indigenous Languages. Santa Barbara, 6 de julho de 2001. [Uma versão ampliada deste trabalho foi incluída como um capítulo da minha tese de doutorado.]



Ribeiro, Eduardo Rivail. 2001/2002. Empréstimos Tupí-Guaraní em Karajá. Revista do Museu Antropológico, v.5/6 (2001/2002), p. 75-100. Goiânia: Editora da UFG.



Rodrigues, Aryon. 1988. Proto-Tupí evidence for agriculture. Trabalho apresentado no I International Congress of Ethnobiology, Belém, July 1988.





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