[etnolinguistica] Representar Abralin no MEC

Aryon Rodrigues aryon at UNB.BR
Mon Jul 7 20:54:11 UTC 2003


Eduardo:
         Como você novamente se refere publicamente ao meu nome, não posso 
deixar de fazer alguns reparos ao que você diz. Seguindo o texto de sua 
mensagem de ontem, dirigido aos "Caros colegas", mas de fato diretamente ao 
Wilmar, refiro-me primeiramente à parcialidade, da qual lhe reclamei, mas 
em particular (minha mensagem foi diretamente a você e à Mônica, em seus 
endereços particulares, e vocês é que a disseminaram na rede), pelo que 
você me pediu desculpas. Pensei que depois daquele escorregãozinho ficava 
tudo tranqüilo, mas agora você diz que o que eu lhe dissera foi 
"extremamente ofensivo", numa mudança de avaliação que muito me surpreende 
e para a qual não vejo razão. Afinal tratava-se apenas de um alerta, 
lembrando que ao moderador de uma rede não cabe precipitar insinuações 
sobre os debatedores, como você fez então, criticando (com a qualificação 
de "quilométrica") a relação dos trabalhos sobre educação indígena dos dois 
candidatos que recomendei.
         No final de sua mensagem ao Wilmar, você retoma a questão da 
extensão das listas de publicações pertinentes à área de educação indígena, 
ao insinuar - não, ao declarar que o Wilmar espera que a lista fale por si 
só e ao acrescentar, mais ainda, que isso seria um caso de "curriculismo, 
uma mania nefasta da academia brasileira que faz com que antigüidade (e 
conseqüente quantidade) fale mais alto do que qualidade". Será que você não 
está querendo simplesmente ofender os dois candidatos que eu apresentei e 
mais o seu apresentador e querendo confundir os freqüentadores da 
Etnolingüística, ao dizer que a intenção nossa ser ia a de esperar que as 
listas falem por si só?. Você e qualquer outra pessoa de boa formação 
acadêmica, jovem ou velho, sabe, e sabe muito bem, que a única maneira de 
conhecer a qualidade, boa ou má, de um trabalhador intelectual é tendo 
acesso às suas publicações e que a finalidade das listas bibliográficas é 
precisamente a de fornecer as indicações necessárias para esse acesso. Aos 
moderadores da lista caberia, na melhor das hipóteses, estimular as outras 
pessoas que se candidataram a fornecer o mesmo tipo de indicação, não 
importa se suas publicações são muitas ou poucas, pois o que conta, como 
você bem sabe, não é a quantidade, mas a qualidade.
         Aryon Rodrigues








At 14:28 6/7/2003 -0700, you wrote:
>Caros colegas,
>
>Antes de tudo, gostaria de deixar claro que eu e a Mônica não 'elegemos' 
>ortografia como um 'critério' para a escolha dos representantes. Era 
>apenas uma das questões que sugerimos que fossem discutidas, uma vez que é 
>um dos problemas mais comumente levantados por professores e estudantes 
>indígenas. O debate seria realmente 'pobre e equivocado' se se limitasse a 
>isto. Mas quem se apegou a este tema foi você, Vilmar, não os moderadores 
>da lista. Desde o princípio, sugerimos aos colegas que propusessem outros 
>temas; afinal, isto é uma lista de discussão, em que todos os 
>participantes têm o mesmo peso; não é o comitê central dos sovietes.
>
>Repito que a nossa intenção, ao propormos o debate, era simplesmente 
>conhecer melhor as idéias de cada um dos candidatos. Não há nada de 
>ofensivo nisso -- a não ser que alguns candidatos se vejam, por alguma 
>razão, como 'ungidos' e intocáveis (na posição, portanto, de se negarem a 
>debater suas idéias com seus pares).  Acho a insinuação de 'parcialidade', 
>sugerida por Aryon Rodrigues, extremamente ofensiva. Ao mencionarmos as 
>longas listas curriculares dos candidatos, queríamos apenas sugerir que se 
>evitasse o argumento de autoridade, algo tão comum na academia brasileira 
>e que é, obviamente, um fator que atravanca o progresso da área.
>
>Assim como você, Vilmar, confessa ignorar a obra de um Ken Hale, muitos 
>colegas não terão tido a oportunidade de ler as obras listadas no seu 
>extenso currículo (bem como nos da Marília, da Luciana e da Filomena). 
>Daí  o convite à exposição de idéias, nesta lista ou em qualquer outro 
>fórum a que os colegas tenham acesso -- algo de que todos nós, candidatos 
>ou eleitores, nos beneficiaríamos. Surpreende-me que um convite desta 
>natureza tenha causado tanta desconfiança em colegas que deveriam, dada 
>sua longa experiência, estar mais abertos ao debate acadêmico.
>
>É claro que a menção gratuita ao Ken Hale para corroborar idéias triviais, 
>no texto da Luciana e da Filomena, pode ser vista como mais uma 
>manifestação do argumento de autoridade. Mas o mesmo ocorre quando se 
>aponta para uma lista longa de trabalhos, esperando que isto fale por si 
>só. É o puro e simples curriculismo, uma mania nefasta da academia 
>brasileira que faz com que antigüidade (e conseqüente quantidade) fale 
>mais alto do que qualidade. Um extenso currículo pode ser, de fato, a 
>manifestação de uma profunda experiência, de uma dedicação responsável e 
>produtiva a uma causa. Mas não necessariamente. Em uma área como esta, 
>eivada de problemas (éticos, técnicos, sociais etc.), um currículo extenso 
>pode também indicar que o seu possuidor é muito mais parte do problema do 
>que da solução. Daí a nossa ênfase na necessidade do debate.
>
>Agradeço a todos os colegas que têm contribuído com esta instrutiva discussão.
>
>Abraços,
>Eduardo
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>dangelis at unicamp.br wrote:
>Eduardo e Mônica
>
>Há, evidentemente, vários critérios que cada um pode eleger para escolher
>seus representantes em cada contexto ou para cada tipo de representação.
>Aquele que vocês elegem (o da definição de ortografias) é um, mas não
>necessariamente o mais importante do ponto de vista de outras pessoas.
>Entretanto, como a Prof. Marília Facó e eu aceitamos a indicação de nossos
>nomes para a candidatura à representação da Abralin junto ao MEC (para os
>programas de educação escolar indígena), penso poder ao menos indicar um
>caminho à questão que lhes preocupa.
>Vocês se queixaram da extensa lista de atuações e de trabalhos publicados
>(eram apenas aqueles ligados à questões de educação escolar indígena),
>divulgados  pelo Prof. Aryon Rodrigues, com o lançamento dos nomes da
>Prof. Marília e meu. Penso que o Prof. Aryon já respondeu a i sso, mas não
>custa dizer de novo: a lista é grande porque fazemos isso há muito tempo,
>e com muita intensidade. E não apenas atuamos, como produzimos uma
>reflexão e uma elaboração teórica que têm merecido reconhecimento.
>E é justamente nessa elaboração teórica que sugiro que busquem, tanto no
>caso da Profa. Marília como no meu, as posições já tornadas públicas em
>relação ao tema que lhes preocupa. De fato, pouquíssimos lingüistas têm
>publicado, no Brasil, estudos que revelem e reflitam suas experiências no
>trabalho de definição de ortografia de uma língua indígena; entre esses,
>estamos Marília e eu. No caso dela, publicou um primeiro trabalho sobre o
>assunto já há 20 anos atrás (!) e alguns outros desde então. No meu caso,
>publiquei um primeiro há quase 10 anos, e voltei ao tema das ortografias
>em texto apresentado no encontro da ANPOLL do ano passado (GT Línguas
>Indígenas). Aliás, fui o responsável por propor e organizar, pela primeira
>vez e m um congresso aberto no Brasil, uma mesa tematizando os “aspectos
>técnicos e políticos na definição de ortografias de línguas indígenas” (no
>10o. COLE – Congresso de Leitura do Brasil, em 1995), com participação dos
>profs. Angel Corbera Mori, Lucy Seki e a própria Marília (veja-se
>D´Angelis e Veiga 1997: “Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas”, pp.
>23-52).
>Certamente nem eu, nem a Profa. Marília, já teremos tratado de todos os
>temas relevantes relacionados à participação dos lingüistas em programas
>de educação escolar indígena, mas não é pouca, por outro lado, a
>elaboração teórica e o registro que temos feito de nossas experiências.
>E, é importante que se diga, nossa compreensão política sobre as questões
>relacionadas à educação escolar indígena, é igualmente pública, porque
>está expressa, de diversas maneiras, nos trabalhos que apresentamos em
>congressos e publicamos. Entendemos que seria inaceitável (e desonesto)
>reduzir a particip ação dos lingüistas em educação escolar indígena a um
>papel de técnicos (como é inaceitável reduzir a lingüística a uma técnica
>ou conjunto de técnicas). Mas se restringirmos o debate sobre nossa
>participação à questão das técnicas de análise fonológica e
>estabelecimento de ortografias, podemos facilmente cair nesses equívocos.
>Não temos qualquer dificuldade em discutir esses temas, por isso já
>tornamos públicas nossas posições, e temos trabalhos de qualidade nesse
>campo, mas insistimos em evitarmos essa redução.
>Do mesmo modo – recusando certas práticas que, por influência estrangeira,
>por muito tempo foram valorizadas aqui –  nós entendemos que são as
>comunidades indígenas as principais gestoras e beneficiárias das práticas
>educacionais, ou seja, elas devem ser sujeitos do processo, e não apenas
>objeto da ação de um agente externo que acredita deter, unilateralmente
>(quase sempre, com alguma arrogância) as soluções para a educação indígen a
>no Brasil. Essas, aliás, não existem prontas nem na cabeça nem na prática
>de uma só pessoa ou mesmo de uma boa equipe, em um único lugar. Trata-se
>de um processo em construção coletiva, e que só acontece em um diálogo
>verdadeiro e em práticas concretas no chão da aldeia, sob o teto de suas
>escolas. Essa é a nossa prática, ou talvez melhor dizendo, nossa práxis,
>que não concebe separar ação de reflexão.
>Por fim, acho que a divulgação da relação de nossos trabalhos não deve ser
>entendida como um preenchimento métrico de linhas de um currículo; jamais
>tivemos essa intenção, e nenhum de nós dois precisa disso. Entendo que a
>divulgação pretendia, além de mostrar a existência dessa reflexão escrita,
>indicar sobre que coisas temos escrito, em educação escolar indígena, e
>dizer onde estão esses escritos, para quem queira conhecer-nos melhor.
>
>Bem, o que está escrito acima era basicamente a minha mensagem, em
>atendimento ao convite/proposição de vocês, mas não tinha tido a
>oportunidade de enviá-la. Ao fazê-lo, agora, vejo que é oportuno comentar
>alguns tópicos da mensagem que Luciana e Filomena escreveram e divulgaram
>há poucos dias.
>
>A primeira coisa que me chama a atenção, naquela mensagem, é sua abertura,
>ao anunciarem que “as posições sobre questões educacionais” que gostariam
>de tratar “são empíricas e voltadas para os resultados”. A passagem revela
>uma evidente preocupação consciente de demarcar uma recusa de posições
>“não-empíricas” e “não voltadas para os resultados”. O que seriam essas
>posições? Imagino que seriam as que se classificaria como “teóricas” e
>“diletantes”. De quem seriam tais posições? Qual é o discurso que está
>sendo recusado e negado, mas ao mesmo tempo, apagado?
>Bem, no nosso caso, de certo modo já esclareci anteriormente: temos um
>trabalho de ação direta junto a comunidades indígenas, e também na
>formação de professores índios, do qual não separamos nos so trabalho de
>reflexão teórica. O problema da redução ao empirismo e a uma “lingüística
>de resultados” é que isso não é uma fuga de discussões e posições
>teóricas: ao contrário, é uma posição teórica bastante conhecida que, no
>caso da Lingüística, é um eco das abordagens anti-mentalistas do
>estruturalismo norte-americano (de recorte bloomfieldiano). Mas foi
>exatamente esse o aparato teórico que fundamentou o trabalho de “redução à
>escrita” feito por missionários norte-americanos sobre as línguas
>indígenas brasileiras, com resultados bastante discutíveis (em muitos
>casos, bastante lamentáveis). Aliás, aquelas experiências históricas são
>exemplares para demonstrar que não basta saber fonologia (e, ainda nesse
>aspecto, há muito que se pôr em dúvida: afinal, reduzir Fonologia à
>Fonêmica é uma limitação da qual padecem também lingüistas, não apenas
>missionários), é preciso saber também de teoria da escrita e de processos
>de alfabetização.A outra questão é a que remete às queixas de professores 
>“representantes”
>de muitos povos indígenas quanto às publicações e ortografias de suas
>línguas. Todos nós que trabalhamos nesse campo já ouvimos queixas
>semelhantes em várias situações e de várias etnias, e costumamos trabalhar
>isso com os interessados, tomando o necessário cuidado de reconhecer:
>– que as sociedades indígenas não são unanimidades, nem antes e, muito
>menos, depois das relações de contato cultural, político e econômico com a
>nossa sociedade. Assim, sempre é preciso relativizar a
>“representatividade” de indivíduos, de modo que ela não substitui a
>relação direta e demorada nas aldeias, com o conjunto das comunidades.
>– que as questões ortográficas nunca estão separadas das relações sociais
>e políticas internas e externas às comunidades indígenas. Muitas vezes
>elas podem refletir profundas cisões estabelecidas antes e fora da
>escrita, por outras razões e interesses, incl uindo questões de
>(reivindicação de) identidade étnica, em algum momento sufocadas: por
>exemplo, quem definiu que X era dialeto de Y, e não outra língua? Isso não
>é uma mera questão “técnica” da lingüística!
>– que, fruto da situação de contato lingüístico, o professor indígena (com
>freqüência, alfabetizado em Português), apresenta demandas sobre a
>representação escrita de sua língua que nem sempre são as do nativo
>“leigo” (esse, sim, o melhor representante da consciência fonológica de
>sua comunidade).
>
>Por tudo isso, acho simplista e de um tom anti-dialógico, uma postulação
>categórica, externa às comunidades indígenas, que afirma: “Somos
>contrárias à publicação de materiais que contenham inconsistências”. Não
>pretendo defender o que se chamou ali de “inconsistência” ortográfica,
>como objetivo ou ideal de escrita. Mas não abomino as situações das
>comunidades – e as atuações de assessores lingüistas –  que, por razões
>várias, acei tam imprimir materiais sem que ainda esteja estabilizada uma
>forma ortográfica para determinadas palavras. Ainda que as situações e
>contextos sejam diferentes, não podemos ignorar a história da apropriação
>da escrita por línguas como o Galego e o Português: é curioso que não se
>tenha encontrado qualquer texto (pré-imprensa) ou, ao menos, alguma linha
>escrita por alguém entre os séculos XIII e XVI, queixando-se da
>inconsistência da escrita do Português por seus conterrâneos (quando
>sabemos que essa “inconsistência” perdurou com vigor por mais de 400 anos
>na escrita da língua portuguesa). O primeiro texto que defende alguma
>“consistência” ortográfica aparece quando a língua Portuguesa já tinha
>mais de 350 anos de tradição escrita (!) e, sem dúvida, ele já tinha
>relação com preocupações (e interesses) dos impressores.
>Isso não significa que não concorde com um ponto importante também
>expresso por Luciana e Filomena: a necessidade de um diálogo verdadeiro
>com a comunidade (!) sobre sua língua e o seu sistema fonológico para
>assessorá-la (segundo minha maneira de ver, e minhas experiências nesse
>campo) a decidir (com autonomia) sobre a escrita daquela língua. Acho,
>porém, pouco claro o sentido do que elas dizem a respeito do lingüista
>“propor formas (...) de utilizar a escrita na documentação não trivial da
>cultura e da língua”; na verdade, a dúvida vem da exemplificação: “por
>exemplo, em coletâneas de narrativas tradicionais contadas no estilo
>tradicional”. Transpor narrativas tradicionais para a escrita, em minha
>opinião, não é nem pode ser a regra; antes, é a exceção. Ou seja,
>aplica-se apenas quando uma série de condições dadas justificam esse
>“congelamento” (que a escrita promove) sobre a narrativa oral. Essa
>questão, especificamente, já mencionei em um texto publicado em 1997
>(capítulo inicial de “Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas”) e
>retomei, com profundidade, em um trabalho defendido no IV Encontro
>Nacional de Língua Falada e Escrita, em Maceió, nov. 2002 (“Como nasce e
>por onde se desenvolve uma tradição escrita em língua indígena?”).
>Na mesma mensagem, as colegas se ancoram na experiência de Ken Halle.
>Sinceramente, no meu caso, não autorizo os alunos a invocar a minha
>experiência em seu favor. São coisas que não se transferem. Por isso
>mesmo, dirijo uma crítica à compreensão de Luciana e Filomena, antes que a
>Ken Halle, cujas idéias, nesse aspecto, não conheço: é absolutamente
>simplista e, por isso, equivocada, a afirmação de que “o ensino da língua
>indígena escrita nas escolas aumenta o prestígio da língua...”. Sou um
>defensor inveterado da construção de programas de ensino bilíngüe
>adequados às situações diversas das comunidades indígenas no Brasil.
>Acredito que o mesmo vale para as professoras citadas. Por isso mesmo é
>fundamental conhecer, como lingüistas, as diferentes abordagens e os
>diferentes tipos de programa bilíngüe, assim como, as variáveis de
>situação que emprestam eficácia diferente aos distintos tipos de programa.
>Como lingüistas que intervêm em programas de educação escolar indígena e
>pretendem atuar mais nesse campo, é indispensável que as colegas se
>informem sobre os efeitos perniciosos de alguns programas de bilingüismo
>de transição implantado no Brasil pelo empreendimento
>“científico-missionário” do SIL – Summer Institute of Linguistics (alguma
>menção podem encontrar em um texto meu publicado na revista Liames n. 2).
>Em outras palavras: alfabetização em língua indígena não significa,
>necessariamente, valorização (e, menos ainda, fortalecimento) da língua
>minoritária.
>Por fim, “sobre a importância de ensinar conceitos lingüísticos aos
>falantes envolvidos em trabalho com a sua língua, na medida do possível, e
>em formar linguistas nativos”, não pretendo subestimar as posições de Ken
>Halle, mas as colegas poderiam igualmente aprender sobre isso colocando
>maior atenção e estabelecendo diálogo com experiências frutificadoras que
>se vêm fazendo aqui mesmo, em nosso país, por lingüistas brasileiros, e
>que têm defendido essa posição publicamente em diferentes oportunidade.
>Não mencionarei alguns dos nomes que me ocorrem, para não cometer
>injustiças com algum colega que porventura possa omitir. Mas quem tenha
>uma visada dos trabalhos de formação de professores indígenas no Brasil,
>sabe de que experiências estou falando.
>Enfim, não sei se era isso que os moderadores da Etnolingüística entendiam
>como o debate necessário. Para encerrar, volto ao ponto das listas
>quilométricas: a professora Marília e eu nos propusemos a atuar como
>representantes da Abralin junto ao MEC, para as questões de educação
>escolar indígena, porque temos uma longa história de trabalho e
>convivência com sociedades indígenas no Brasil (pessoalmente, atuei como
>indigenista por 10 anos, antes de iniciar minha formação como lingüista),
>e uma razoável contribuição à reflexão teórica sobre educação escolar
>indígena, vinda de nossa práxis. Não precisamos demonstrar nossa
>competência ou nossa experiência como lingüistas ou como fonólogos (nossos
>trabalhos são públicos), e por isso mesmo entendemos que o debate sobre
>educação escolar indígena é pobre e equivocado, se restrito a esse tópico.
>
>Wilmar R. D´Angelis
>
>
>
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>
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