Imprensa: "Muito mais índios lêem e escrevem"

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Thu Dec 15 02:44:39 UTC 2005


Reproduzido do JC Email, edição 2915 (14/dez/2005)
   
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          Muito mais índios lêem e escrevem             IBGE constatou aumento de 50,2% no número de índios alfabetizados Robson Pereira 

Renata Cafardo escreve para “O Estado de SP”:

A população indígena apresentou grandes avanços educacionais na década passada, com um aumento de 50,2% no número de índios alfabetizados. 

O índice é seis vezes maior do que o registrado para a população brasileira como um todo, no mesmo período. Mesmo assim, a taxa média de analfabetismo entre os índios maiores de 15 anos (26,1%) permanecem elevadas, principalmente os que vivem em áreas rurais (45,5%).

A melhora nos indicadores pode estar ligada a um decreto presidencial de 1991 que passou as escolas indígenas para a responsabilidade das redes estaduais e municipais, diz o secretário de Alfabetização, Inclusão e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Ricardo Henriques.

Antes disso, elas eram gerenciadas pelo governo federal, por meio da Funai.

"A descentralização foi muita boa porque gerou uma proximidade, ficou mais fácil entrar nas escolas. Além disso, a educação incorporou o que é específico do índio, como o ensino bilíngüe", diz.

A taxa de escolarização, que indica o grau de retenção das pessoas no sistema de ensino, também progrediu entre os índios. Em 1991, 29,6% dos indígenas entre 5 e 24 anos estavam na escola.

Em 2000, o índice chegou a 56,2%. A taxa para toda a população brasileira é de 68,3%. Na população indígena que tinha entre 10 e 14 anos, cerca de 80% freqüentavam a escola.

Além disso, o tempo médio de estudo entre os índios acima de 10 anos passou de 2 anos para 3,9 anos, na média nacional, e 5,9 anos, nas áreas urbanas.

Segundo Henriques, há hoje dois gargalos no ensino indígena: a etapa de 5ª a 8ª série e o ensino médio.

Os número de Censo Escolar do MEC, de 2005, mostram que há 104 mil alunos na primeira fase do ensino fundamental (1ª a 4ª séries). Na próxima etapa, são 24 mil e no ensino médio, cerca de 4.700.

"O grande problema é a formação de professores", diz o secretário. Hoje, há sete mil professores indígenas e a metade deles não concluiu nem o ensino médio. 

Portanto, ficam restritos a atuar entre 1ª e 4ª série. Estados como SP e RJ, por exemplo, nem têm escolas de ensino médio indígena.

Vários projetos do MEC hoje visam formar professores tanto em ensino médio como em ensino superior. "Só assim poderemos dar um salto", afirma Henriques.

A antropóloga Elizabeth Brêa, assessora especial da presidência da Funai, reconheceu que os dados são expressivos, mas ressaltou que é preciso um certo cuidado na interpretação dos números.

O estudo, segundo ela, não teve o objetivo de avaliar que tipo de educação está sendo oferecida aos índios.

"Existe uma orientação da Funai de que o primeiro ano seja ensinado na língua de origem, até como forma de conservar a língua e os códigos da comunidade, mas não sabemos se os alunos não residentes em terras indígenas estão recebendo esse tipo de educação."

As diretrizes educacionais atualmente pedem um ensino de acordo com as culturas e tradições indígenas. Materiais específicos também estão sendo produzidos pelo para essa população.
  
(O Estado de SP, 14/12)



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