Pergunta, indica ção bibliogr áfica
Leonardo Castro
leolucas1980 at GMAIL.COM
Thu Feb 12 16:26:31 UTC 2009
Também estou na mesma situação. Sou apenas um diletante.
Podem enviar as sugestões que enviarem a ele para mim também.
2009/2/11 Sergio Monteiro <monteiroserge at yahoo.com>:
> Caros amigos,
>
> Tenho muito interesse em linguística, e sempre leio as mensagens
> distribuidas nesta lista. Por outro lado, eu trabalho em outra área, sendo
> apenas um ingênuo interessado, o que causa este pedido tão elementar que se
> segue.
>
> Gostaria de me aprofundar mais nas línguas do nosso pais. Que livros e
> outros tipos de publicações vocês recomendam para mim? Fazendo a
> recomendação, lembrem-se que se eu sei que há (ou talvez havia) quatro
> famílias linguísticas no nosso país, eu não sei quais são. Talvez que o
> Macro-Jê seja uma, e talvez que o Tupí seja outra.
>
> O meu interêsse é teórico, na estrutura das línguas, e não em aprender a
> falar uma ou muitas delas. Se no processo de me aprofundar eu acabarei
> aprendendo algumas, ou muitas palavras nas línguas brasileiras, o
> conhecimento destas palavras é, para mim, secundário ao aprendizado da
> estrutura das línguas.
>
> Sugiro que respondam diretamente a mim, poupando aos membros da lista de
> receber indicações bibliográficas elementares, conhecidas por todos os
> recipientes menos por mim. O meu correio eletrônico é:
> MonteiroSerge at yahoo.com.
>
> Obrigado,
>
> Sergio
>
>
>
>
> _o
> _ \<,_
> (_)/ (_)
>
> Sergio Monteiro
> monteiroserge at yahoo.com
>
> --- On Tue, 2/10/09, rick at mbox1.ufsc.br <rick at mbox1.ufsc.br> wrote:
>
> From: rick at mbox1.ufsc.br <rick at mbox1.ufsc.br>
> Subject: Re: [etnolinguistica] Imprensa: "Tupis-guaranis já estavam no
> Sudeste há 3.000 anos"
> To: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> Date: Tuesday, February 10, 2009, 10:16 PM
>
> Prezado Eduardo, acredito que a reportagem utilizou "povo
> tupi-guarani" como um termo generico para agricultores/ ceramistas. A
> minha leitura da reportagem éque simplesmente reforça as evidências
> que ocorreram duas ondas agrícolas no sul e sudeste, a primeira onda
> associada a povos que falam línguas do tronco macro-Jê. Sem
> compreender as ondas tecnoloógicas associadas às ocupações por
> agricultores, resta apenas rotular todas as evidências arqueológicas
> como tupi-guarani. Com certeza a reportagem não se preocupou em
> associar carvão antigo e cerâmica com falantes de línguas atuais, um
> erro comum a todos os leigos. Em resumo, além de confundir alhos com
> bugalhos, acredito que uma onda de ocupação por agricultores de
> sementes (abobora feijão batata doce) está sendo confundido com uma
> ocupação posterior e muito mais intensiva por agricultores que
> acumulavam mais proteina, óleo e amido nas suas roças (de milho e
> mandioca).
> Rick Miller
>
>> Alguém mais leu esta matéria, publicada há dois meses
>> (http://www1. folha.uol. com.br/folha/ ciencia/ult306u4 80384.shtml)?
>>
>> O que querem dizer com "o povo tupi-guarani" ? Será que a matéria
>> capturou bem o que queria dizer a autora da pesquisa? Em se tratando
>> de matéria de "ciência" na Folha, nunca se sabe.
>>
>> Teria ocorrido ao repórter perguntar como se pôde determinar que os
>> responsáveis pela tal fogueira eram representantes do "povo
>> tupi-guarani" -- e não, digamos, de povos que os precederam?
>>
>> Ou será que estão confundindo alhos (a chamada 'tradição Tupiguarani'
>> em estudos arqueológicos de cerâmica;
>> http://cienciahoje. uol.com.br/ 3283) com bugalhos (a família
>> lingüística Tupí-Guaraní ou um de seus subgrupos)?
>>
>> -----------
>> 17/12/2008 - 08h20
>>
>> Tupis-guaranis já estavam no Sudeste há 3.000 anos
>>
>> EDUARDO GERAQUE
>> da Folha de S.Paulo
>>
>> O povo tupi-guarani já vivia na região de Araruama (RJ) há 2.920 anos
>> (a margem de erro é de 70 anos) --aproximadamente 1.180 anos antes do
>> que as evidências científicas indicavam até hoje. A descoberta
>> publicada nos "Anais da Academia Brasileira de Ciências" embaralha as
>> teorias que tentam explicar a dispersão dessa cultura indígena, que
>> teria começado na Amazônia.
>>
>> A "nova" datação, deduzida a partir dos carvões de uma fogueira
>> (provavelmente usada na queima de cerâmica), na verdade foi feita no
>> final dos anos 1990. Justamente pelo fato de ser antiga demais, porém,
>> a autora do estudo, Rita Schell-Ybert, do Museu Nacional, não
>> acreditou que a fogueira pudesse ser obra de humanos, e acabou
>> engavetando a análise.
>>
>> O panorama só começou a mudar recentemente, quando surgiu um outro
>> dado. A datação de uma outra fogueira, desta vez de origem funerária,
>> no mesmo sítio arqueológico de Morro Grande, município de Araruama,
>> mostrou que ela havia sido feita 2.600 anos atrás.
>>
>> Os tupis-guaranis, diz Schell-Ybert à Folha, enterram seus mortos em
>> urnas, mas ao lado eles fazem fogueiras --tanto para "espantar
>> espíritos ruins" quanto para "aquecer a alma" do morto e prepará-la
>> para entrar no Guajupiá (o Paraíso da mitologia tupi-guarani) .
>>
>> "Com essa nova datação resolvi voltar ao estudo do final dos anos
>> 1990", diz a cientista, que contou com recursos do CNPq (Conselho
>> Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Faperj
>> (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro). A hipótese de que
>> aqueles carvões não tinham sido queimados por humanos acabou descartada.
>>
>> Uma das pistas que levaram a essa conclusão, explica a antropóloga, é
>> a quantidade de cascas observadas nas amostras. "Quando a queima é de
>> origem antrópica [humana], existe muito mais casca do que lenha, como
>> foi visto", afirma.
>>
>> Com as duas informações em mãos: a fogueira funerária de 2.600 anos e
>> a fogueira doméstica de 2.920 anos, as evidências antropológicas de
>> que os tupis-guaranis habitaram aquela região dos lagos fluminenses
>> ficou mais robusta. "Nesta área, provavelmente, houve um ciclo de
>> ocupação e desocupação", explica.
>>
>> Mas se os tupis-guaranis chegaram ao atual Sudeste do país faz tempo,
>> como eles poderiam ter deixado a Amazônia quase na mesma época, como
>> mostram as evidências científicas disponíveis atualmente?
>>
>> Migração antecipada
>>
>> "Os resultados são bem surpreendentes. Eles complicam um pouco as
>> coisas, talvez até nos levando a rejeitar uma origem amazônica dos
>> tupis-guaranis" , afirma Eduardo Neves, antropólogo do Museu de
>> Arqueologia e Etnologia da USP.
>>
>> Neves trabalha em Porto Velho (RO) tentando descobrir se o centro a
>> partir do qual os tupis-guaranis se dispersaram era naquela região.
>> Segundo ele, as datas potencialmente candidatas para as ocupações da
>> Amazônia são as mesmas que as divulgadas agora para o norte do Rio de
>> Janeiro, "ou até mais recentes". Mas essas datações, diz o pesquisador
>> da USP, são baseadas em dados lingüisticos e não arqueológicos.
>>
>> Para a pesquisadora do Museu Nacional, essa ocupação antiga dos
>> tupis-guaranis no Rio, se não tira a importância da Amazônia como
>> centro de origem desse grupo indígena, ajuda a mostrar, talvez, que a
>> saída do norte do país começou bem antes do que se imaginava.
>>
>>
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