Cen ário Ind ígena Brasileiro

fedviges fedviges at UOL.COM.BR
Sun Jul 16 14:05:54 UTC 2006


>Caro amigo Vitor,
Infelizmente, essa é arealidade dos povos indígenas do Brasil. Aqui no Tocantins não é muito diferente. Muitas igrejas contruídas nas aldeias. Além do que os EVAGÉLICOS se sentem donos das aldeias e dos índios.
Acho que a FUNAI deveria tomar um medida urgente para retirar esses povos das aldeias. Nas aldeias em que trabalho, há também a presença destes povos. Outro dia até discuti com um deles.`Pois na aldeias Apinayé, os índios estão consumindo álcool demasiadamente e falei para o pastor que ao invés de ele se prpeocupar em descrever bíblia e tornar oas indíos evangélicos, ele deveria fazer um trabalho social, npo sentido de amenizar ou coibir a venda de  bebidas alcoolicas ao indios.
Mas , infelizmente , esta é a realidade das aldeias no Brasil, e em especial no Tocantins.
Mas não desista de sua luta
prof. Francisco Edviges





 Caros Companheiros
> 
> Parto do princípio de que qualquer tentativa de imposição ou sugestão de 
> mitos sagrados é uma ingerência indevida entre nossos irmãos indígenas que 
> tanto sofreram em nome de nossos "valores" judáico-cristãos. O meu Deus é 
> melhor que o Seu não cabe mais.
> 
> Cito um exemplo que presenciei numa aldeia Guarani Kaiowaa em Caarapó no 
> Mato Grosso do Sul. Um membro da aldeia/comunidade havia proposto a 
> construção de uma maloca. Dezenas de metros de comprimento, outros tantos de 
> largura e de altura. Há muito os Kaiowáa "não sabiam" mais construir tais 
> malocas. O construtor viajou até encontrar um local com tal tipo de 
> construção. Pesquisa daqui, pesquisa dalí e ele retorna à aldeia com o 
> conhecimento para tal empreitada. Em conjunto a maloca é construida, 
> adaptada para uma estrutura de bambu, único material disponível. Imponente, 
> imensa, cheirando a cobertura fresca lá estava a maloca, orgulho do grupo 
> que a construíra e de boa parte da aldeia. No centro a Curuça colonial da 
> qual ainda se lembravam, resquício jesuítico imposto/aceito aos/pelos 
> antigos guaranis. A inauguração seria no dia seguinte. Impasse. O capitão da 
> aldeia não estaria presente Por que não participar de tal reapropriação 
> culturall? Simplesmente porque além de capitão ele era pastor evangélico e 
> se recusava a "retomar" os cultos de seu povo. O impasse estava formado 
> todos perderam. Minha visita ocorria juntamente com uma freira que assistia 
> à aldeia. Não resisti à pergunta. "Irmã como fica a questão catequética para 
> este povo" Resposta. Não fica, não fazemos. Não pude assistir a inauguração 
> e de lá saí com a certeza da incoveniência da presença de todos os 
> "civilizados". e de que a ingerência não era melhor proposta.
> 
> Victor A. Petrucci
> Campinas - Brasil
> ----------------------------------------------------------
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> http://geocities.com/indianlanguages_2000
> 530 línguas indígenas / lenguas indígenas / indigenous languages
> 28.000 palavras / palabras / words
> 
> 
> 
> 
> >From: "Renato Athias" 
> >Reply-To: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> >To: etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> >Subject: [etnolinguistica] Cenário Indígena Brasileiro
> >Date: Thu, 13 Jul 2006 15:14:12 -0300
> >
> >http://www.antropos.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=90&Itemid=26
> >
> >O Cenário Indígena Brasileiro e a Atuação Missionária Evangélica
> >
> >
> >
> >Por Ronaldo Lidorio
> >
> >30/03/06
> >
> >Nos últimos 500 anos o pensamento coletivo brasileiro não mudou a ponto de
> >gerar uma diferença visível em termos de abordagem e interação com o
> >indígena e sua sociedade. No cenário leigo o índio ainda é visto por alguns
> >como selvagem, por vezes como herói, ignorante ou, ainda, como 
> >representante
> >de uma cultura superior e pura. Poucos pararam para escutá-lo nos últimos
> >cinco séculos, e havia muito a ser dito.
> >
> >No meio acadêmico fala-se sobre a desmistificação da identidade indígena.
> >Creio que precisamos primeiramente desmistificar a nós mesmos, repensar
> >nossas expectativas em relação a essa sociedade com a qual convivemos por
> >séculos sem compreendê-la, e passar a interpretá-la de forma igualitária na
> >dignidade e respeitosa nas diferenças.
> >
> >Calcula-se que havia 1,5 milhão2 de indígenas no Brasil do século 16, os
> >quais, irreparavelmente, somam hoje não mais de 350 mil. Infelizmente essa
> >realidade etnofágica vai muito além das estatísticas e das palavras, pois é
> >composta por faces, vidas, histórias e culturas milenares, as quais têm
> >sofrido ao longo dos séculos a devassa dos conquistadores, a forte 
> >imposição
> >socioeconômica e perdas sociais tremendas. Permita-me redefinir os termos
> >desta afirmação. Os conquistadores não são os outros. Somos nós.
> >
> >A sociedade indígena ainda vive hoje sob o perigo de extinção. Não
> >necessariamente extinção populacional, mas igualmente severa, quando se
> >perde língua, história, cultura e direito de ser diferente e pensar
> >diferente convivendo em um território igual.
> >
> >Segundo Lévy-Strauss, a perda lingüística é um dos sinais de declínio de
> >identidade étnica e decadência de uma nação. Ao observarmos tal sinal,
> >percebemos quão desolador é o cenário. Michael Kraus afirma que 27% das
> >línguas sul-americanas não são mais aprendidas pelas crianças. 3 Isso
> >significa que um número cada vez maior de crianças indígenas perde seu 
> >poder
> >de comunicação a cada dia.
> >
> >Aryon Rodrigues estima que, na época da conquista, eram faladas 
> >1.273línguas,
> >4 ou seja, perdemos 85% de nossa diversidade lingüística em 500 anos.
> >Luciana Storto chama a atenção para o Estado de Rondônia, onde 65% das
> >línguas estão seriamente em perigo por não serem mais aprendidas pelas
> >crianças e por terem um ínfimo número de falantes.
> >
> >Precisamos perceber que a perda lingüística está associada a perdas
> >culturais complexas, como a transmissão do conhecimento, formas artísticas,
> >tradições orais, perspectivas ontológicas e cosmológicas. No processo de
> >transição, quando a língua materna cai em desuso, normalmente há o que
> >podemos chamar de "geração perdida": um vácuo cultural atinge uma geração
> >inteira. Ou seja, no processo de perda lingüística e migração para o
> >português, os grupos indígenas passam por um processo de adaptação quando 
> >já
> >não têm mais fluência na língua materna nem aprenderam o suficiente o
> >português para uma comunicação mais profunda. Tal processo em média não 
> >dura
> >menos que três décadas. Esse é um momento de perigo, em que a identidade
> >indígena é autoquestionada e muitos valores e, sobretudo, seu poder de
> >comunicação e transmissão de conhecimento são perdidos. Perdem-se também os
> >sonhos.
> >
> >Na tentativa de repensar a realidade de nossos irmãos indígenas é preciso
> >filtrar a informação sobre a atuação missionária evangélica em relação a
> >eles. A contribuição evangélica, na tentativa de relacionamento com a
> >sociedade indígena nacional, teve início com a influência holandesa no
> >século 16 e permanece hoje representada por um grande número de 
> >organizações
> >que tenta reduzir os prejuízos sofridos. Isso se traduz em um sem-número de
> >biografias daqueles que deram a vida, na impossibilidade de darem mais, 
> >para
> >minimizar alguns dos efeitos do extermínio social indígena de séculos.
> >
> >Dentro de um vasto universo de ações sociopolíticas percebemos que a força
> >evangélica missionária se destacou especialmente em três áreas: preservação
> >lingüística (com a grafia e conseqüente preservação de diversas línguas — e
> >muito ainda está sendo feito); educação (tanto na língua materna, com forte
> >destaque, quanto na educação formal em programas governamentais); e saúde
> >(tanto de base, nas comunidades, quanto também organizacional, em clínicas 
> >e
> >hospitais). Permita-me pontuar: o evangelho jamais será motivo de alienação
> >social ou imposição de credo. É, ao contrário, motivação para uma contínua
> >tentativa de se recuperar as perdas humanas nos segmentos mais sofridos.
> >
> >Ainda há muito a ser feito. É necessário caminhar.
> >
> >Notas
> >[1] FONSECA, Ernesto. *Breve história da colonização*. Lisboa: 1897.
> >2 Antropólogos da ALAB falam em 5 milhões.
> >3 KRAUSS, Michael. *The world's languages in crisis*.
> >4 RODRIGUES, Aryon. Línguas indígenas — 500 anos de descobertas e perdas.
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> -------------------------------------------------------------
> IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares
> Goiânia, 18 a 20 de outubro de 2006
> Participe! Para maiores informações, visite
> http://www.letras.ufg.br/abecs.html
> -------------------------------------------------------------
> 
> O uso dos recursos do grupo Etnolingüística baseia-se no reconhecimento e aceitação de suas diretrizes. Para conhecê-las, visite http://geocities.com/linguasindigenas/normas 
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