MISSION ÁRIOS EM TERRAS INDÍGENAS

Valdir Vegini vvegini at GMAIL.COM
Tue Oct 2 23:50:36 UTC 2007


Apenas para botar mais lenha na fogueira, aqui força de expressão e não
aquele método milhares de vezes utilizado pelos catesquisas durante longo
período da cristianização das almas atéias: quando Colombo chegou
às Índias Ocidentais notou que os "selvagens" viviam em harmonia e felizes,
mas faltava-lhes a conversão ao cristianismo!  Pra quê? Recentemente, o
banzer do Vaticano afirmou  os indígenas foram atraídos e não catequisados.
Alguém ainda acredita nisso além dos vaticanólogos??????????

Em 01/10/07, Victor A. Petrucci <vicpetru at hotmail.com> escreveu:
>
>   Caros Amigos Listeiros
>
> Mais de uma vez pronunciei-me sobre a presença de missionários em
> terras indígenas e quanto mais leio e pesquiso mais tenho certeza de
> que isso é inaceitável. A tentatíva espúria de substituir o Estado, de
> dar apoio às carências de nossos irmãos indígenas é apenas a cunha
> para dominá-los com as idéias também espúrias de um deus alienígena.
>
> É necessário nos posicionarmos claramente sobre isso.
>
> Defender suas culturas, preservar suas línguas são ações incompatíveis
> com um trabalho missionário catequético. Sabemos que essa catequese é
> radical e interfere profundamente na vida das comunidades.
>
> Veja o trecho de uma brilhante tese de mestrado recentemente divulgada
> em nossa lista, dedicada ao estudo da fonologia Taurepang, que nos dá
> um exemplo real do que ocorre:
>
> "2.5 - A evangelização e sua importância na vida dos índios Taurepang"
>
> "No que se refere à religião, os Taurepang do lado brasileiro são
> praticantes da religião Adventista do Sétimo Dia. Os dias de sábado
> são guardados zelosamente para a prática do culto, que ocorrem em
> língua indígena e em português ou espanhol, dependendo da competência
> comunicativa dos falantes. A vida deste grupo está marcada pelas
> outrinas e atividades da igreja. Da mesma forma, os hábitos
> Alimentícios são orientados por meio da religião. A prática adventista
> proíbe-lhes a pajelança, antiga prática xamanística anterior ao
> contato com os missionários, que consiste na invocação dos espíritos
> para promover um ato de cura..."
>
> KATIA NEPOMUCENO PESSOA (2006 - RECIFE)
>
> FONOLOGIA TAUREPANG E COMPARAÇÃO PRELIMINAR DA FONOLOGIA DE LÍNGUAS DO
> GRUPO PEMÓNG (FAMÍLIA CARIBE
>
> Katia parabéns por sua coragem de tocar no assunto.
>
> Exemplos como este existem às centenas. Alguém pode imaginar uma
> cultura sem pajelança? O que significa uma comunidade indígena com
> regras alimentares impostas sem respeito? O que significa ter que
> banhar-se com roupa como os amigos citaram em mensagens anteriores? O
> que significa a presença nefasta de missionários no dia a dia das
> comunidades?
>
> Até quando vão nos empulhar com pílulas douradas quando vemos que as
> culturas estão sendo destruídas por fanáticos religiosos. Onde está a
> FUNAI que não aplica seus próprios estatutos?
>
> Nossa mensagem frente a tais agressões e violações dos direitos
> indígenas é uma só e volto a repetí-la nesta lista:
>
> FORA COM A INTERFERÊNCIA RELIGIOSA NAS ÁREAS INDÍGENAS.
>
> Estudar língua e cultura indígena é incompatível com alteração de
> costumes da comunidade.
>
> Um abraço a todos.
>
> Victor A. Petrucci
>
> 
>
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