Dicionário Hup´däh
Renato Athias
renato.athias at GMAIL.COM
Tue Apr 18 06:31:00 UTC 2006
http://www.cdb.gov.br/COP8/cop_news/pesquisadores-lancam-dicionario-hupd2019aeh
Pesquisadores lançam dicionário Hupd'äh
Língua falada por apenas 1.500 indígenas do Alto Rio Negro começa ganhar
registro científico
*Aldem Bourscheit* / 13horas e 45 minutos
(Pinhais, PR, 23/03/2006) - Além do oficial Português, o Brasil
possui pelo menos outras 170 línguas faladas por indígenas espalhados de sul
a norte do País. Porém, grande parte dessa diversidade cultural pode se
perder nos próximos anos pela falta de pesquisas. Menos de 25 (15%) dessas
línguas nativas estariam registradas.
Largando na frente na corrida pela recuperação do patrimônio
brasileiro, o antropólogo Renato Athias, da Universidade Federal de
Pernambuco, e o línguísta de origem tunisiana Henri Ramirez, da Universidade
Federal de Rondônia, arregaçaram as mangas e produziram o primeiro
dicionário sobre a língua dos Hupd'äh. Esses povos somam apenas 1,5 mil
indivíduos que vivem na Terra Indígena Alto Rio Negro no estado do Amazonas,
na Bacia do Rio Itiquié, a poucos quilômetros da Colômbia.
A obra foi lançada com a ajuda da organização não-governamental
*Saúde Sem Limites*, que atua com sociedades isoladas na região do Alto Rio
Negro e em Pernambuco, e da entidade espanhola de apoio ao
desenvolvimento *Manos
Unidas*. Athias estuda os Hupd'äh há mais de duas décadas e Ramirez já
realizou trabalhos semelhantes com as etnias Tukano, Baniwa e Yanomami.
Por mais de três anos, os pesquisadores fizeram viagens que
duravam dias, com aviões e barcos, para encontrar "informantes" Hupd'äh que
falavam um pouco do Português. Em temporadas de até três semanas, analisaram
como eles constróem frases, usam verbos e compõem o alfabeto Hup. A
construção do dicionário foi partilhada com os indígenas, que sugeriam que
letras do alfabeto português teriam melhor efeito na tradução da sua língua
original.
Para Athias, além de proteger uma língua brasileira ameaçada, o
dicionário contribuirá para fortalecer a identidade e melhorar a auto-estima
dos Hupd'äh, considerada "feia" até por seus vizinhos Tukanos. "De agora em
diante, eles poderão freqüentar escolas e se aproximar da sociedade em
geral", disse.
Isso será fundamental para essas populações, que começaram a ser
assediadas por missionários em meados da década de 60 e até hoje não estão
integradas ao sistema nacional de ensino. Em 30 anos de escolarização,
nenhum Hupd'äh teria finalizado o ensino fundamental, segundo a *Saúde Sem
Limites*. Cerca de 1200 pessoas (80% da população) não falam o Português. "O
Guarani é falado por 40 mil pessoas no País, por exemplo. Mas não existe uma
política pública no Brasil que estimule o estudo e a preservação das nossas
línguas indígenas", completou o antropólogo.
*Assista a vídeo de curso de magistério com indígenas
Hupd'äh*<http://www.cdb.gov.br/filme-hupd-aeh/paah-sak-teng-e-mail.wmv>
**
***Mais informações
*Renato AthiAs (81) 9139-7004
Saúde Sem Limites / (11) 5539-2968 / (97) 3471-1176 / sslim at uol.com.br
*Serviço*
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