Literatura Indígena, Povos Originários e Governo Bol ivariano da Venezuela

Eliane Potiguara elianepotiguara at YAHOO.COM.BR
Tue Oct 28 01:52:53 UTC 2008


Literatura Indígena, Povos Originários e Governo Bolivariano da Venezuela/(outubro 2008).

En Español abajo
Literatura Indígena, Pueblos Originales y Gobierno Bolivariano de Venezuela
Por: Eliane Potiguara *

Acima, Eliane Potiguara, Ministra Nícia Maldonado, Cristino Wapixana, atrás Carlos Somera e de costas Hugo Chavez
Abaixo, Conselho Indígena e Hugo Chavez

Caso não esteja vendo as fotos, clique aqui: http://blog.elianepotiguara.org.br/2008/10/27/literatura-indigena-povos-originarios-e-governo-bolivariano-da-venezuelaoutubro-2008/#more-319

A reparação histórica referente à violação aos direitos indígenas nas três Américas precisa ser observada com muito cuidado e opção, levando em conta os aspectos geográficos e políticos e de acordo com as particularidades ou especificidades de cada país. 
No Brasil, o processo tem-se dado de forma muito lenta, gradual na maioria das vezes esbarrando em interesses empresariais e governamentais nos Estados. A política indigenista ainda guarda ranços do paternalismo oficial criado pelo SPI (Serviço de Proteção ao Índio /1910), consequência do processo retrógrado de Marquês de Pombal, ministro de D.José I na metade do século XVIII, política essa  eliminada em 1759 e conseqüência ainda  da estrutura militar oriunda da Ditadura desde 1964, quando a Funai foi crida pelos militares em 1965. O Fórum Permanente para Povos Indígenas da ONU é um exemplo clássico de como Povos Indígenas estão aquém. O Brasil é o único país que não possui uma cadeira ocupada por uma liderança indígena nacional. É ocupada por um antropólogo não indígena _solidário à causa por certo_ devido à vigência de uma legislação nacional específica ultrapassada, que respalda a continuidade da mentalidade assimilacionista que condenava os Povos Indígenas à incapacidade e estagnou no tempo, sem acompanhar a evolução jurídica internacional e os avanços conquistados no âmbito da Constituição Nacional de 1988, que ainda possui um Estatuto do Índio, voltado para o paternalismo histórico e oficial. Essa situação é realmente constrangedora diante dos Povos indígenas do mundo. O Brasil possui 8.511.965 km². Desse total, 12% são terras ocupadas por indígenas brasileiros que não são donos das terras, apenas as usufruem, Segundo o Censo do IBGE do ano 2000 são 734.127 indígenas, 188 línguas e 280 povos. Mas 60% dessa população já vive nas cidades. Segundo o Professor Bessa, coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas antropólogo da UERJ/Universidade do Estado do Rio de Janeiro existe hoje, em 2008 um contingente de hum milhão de indígenas, que assumiu sua identidade ou imigrantes fora da estatística oficial que estão espalhados pelo território nacional sem políticas públicas e na maioria das vezes discriminados, racializados pela sociedade e pelos próprios indígenas que vivem em aldeias, ou organizados segundo segmentos institucionais, cada um puxando a sardinha para seu lado, em detrimento dos financiamentos nacionais e internacionais, esse inimigo divisor de águas chamado dinheiro. Então fica difícil construir um movimento nacional quando há divergências, apesar de alguns esforços de instituições e do governo Lula. Está longe a reparação histórica para povos indígenas no Brasil. E principalmente, os antropólogos, indigenistas e missionários que dedicam sua vida à causa indígena, devem estar mais sensíveis em suas opiniões e análises para não dividir mais do que os colonizadores e neocolonizadores já o fizeram, ao incentivarem as intolerâncias interétnicas e interpessoais, segundo suas crenças e filosofias.
Nas Américas do Norte e Central o processo avançou bastante apesar dos conflitos com os governos locais e as guerras. Esses povos têm construído sua autodeterminação política, social e cultural, custe o que custar. 
No Uruguai os descendentes do Povo Charrua, mesmo com olhos azuis e pele alva como leite, constroem sua identidade, depois do massacre total daquele povo. A identidade indígena não está na cor da pele somente. Na Bolívia, Evo Morales assume o governo, no entanto luta contra as forças retrógradas. Os campesinos que antes não assumiam a identidade indígena, hoje já o fazem. Em Dominica, a tez negra e cabelos afrodescendentes marcam a etnicidade, apesar da língua inglesa. No México e no Alaska indígenas e entre os Lakotas dos USA a evolução literária e intelectual é um marco político na construção étnica.
Na Venezuela, um Ministério do Poder Popular para Povos Indígenas é criado objetivando um socialismo indoamericano, não por uma política tendenciosa, partidarista, mas pela própria filosofia dos povos originários das Américas. Povos originários do planeta eternizaram-se pelo caráter solidário, comunal na divisão de bens e sentimentos coletivos. Quem leu Engels sabe do que estou falando. Mas o capitalismo, que muitos das Américas os crêem imperialista, vem mudando a mentalidade dos povos indígenas. Por essa razão, Hugo Chavez aliou-se aos Povos indígenas na reconstrução da mentalidade original. E a ministra Nícia Maldonado, uma mulher indígena Wayuu mostra a força da mulher nativa, primitiva (no sentido de primeira, inicial, original), aquela que anda com a "GUERREIRA" à frente dos que preservam a ancestralidade e valorizam os anciãos, os mais velhos e velhas. E o líder Carlos Somera e as Prefeituras indígenas, como a de Paez Edoa, no Estado de Zulia, por exemplo, acreditam no desafio, apesar de tantas dificuldades de organização, (esse modelito moderno que o capitalismo vem ensinando), mas estão em processo trazendo todos os indígenas, urbanos ou não, diferente do processo no Brasil.
Na Venezuela a convite do presidente Hugo Chavez, minha pessoa, da Rede GRUMIN DE Mulheres Indígenas e coordenadora do Núcleo de Mulheres Indígenas (Numin) e Cristino Wapixana, ambos do Nearin/Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas que integram o Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (INBRAPI) fomos testemunhas de Prefeituras urbanas _ distantes das grandes cidades e capitais_ gerenciadas por indígenas venezuelanos, pois não há diferença de quem tem terra e de quem não tem. A transgeneracionalidade é tão importante quanto as terras. Um pedaço de papel, uma carteira de indígena não tem tanta importância diante da força ancestral, seja espiritual ou física e da força cultural. O sentimento nacionalista indígena na construção do "II Congresso da Grande Nação de Povos Indígenas contra o Imperialismo e a Miséria" oferece, através da Guaicaipuro, Missão Socialista Indoamericana, uma participação PROTAGÔNICA dos povos indígenas como uma pátria amada para os originários de ABYA AYALA, que aconteceu de 08 a 12 de outubro de 2008, ao toque do hino nacional venezuelano.
Como brasileiros, dissemos "Sim" a Chavez, na construção da literatura indígena interamericana, indoamericana, como segmento de conscientização e fortalecimento dos povos, entre povos, entre sociedades, entre governos, nas mesas de negociação, entre indígenas e não indígenas como uma FERRAMENTA DIPLOMÁTICA e de PAZ que une mentes e corações, rumo a dignidade dos Povos Indígenas do mundo, rumo a uma voz uníssona da Grande Mãe Terra.
*ELIANE POTIGUARA (professora, escritora, feminista e ativista indígena)
Rede GRUMIN de Mulheres Indígenas
Fellow da Ashoka     
INBRAPI/Instituto Indígena para a Propriedade Intelectual/Nearin/Numin
Membro Fundadora del Enlace Continental de Mujeres Indígenas/ Observatório da Mulher Indígena
Rede Feminista de Saúde
Associação Mulheres pela Paz
Projeto Cultural ABRALI
Poetas Del Mundo
* www.elianepotiguara.org.br (site da escritora)
* www.grumin.org.br ( site institucional)

E-mail: elianepotiguara at grumin.org.br ou elianepotiguara at uol.com.br 
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En Español:
Literatura Indígena, Pueblos Originários y Gobierno Bolivariano de Venezuela/(octubro 2008).
Las fotos: Arriba, Eliane Potiguara, Ministra Nícia Maldonado, Cristino Wapixana, Carlos Somera y de espalda Hugo Chavez
Abajo, Consejo indígena, Hugo Chavez y delegación internacional
La reparación histórica referente a la violación a los derechos indígenas en las tres Américas precisa ser observada con mucho cuidado y opción, teniendo en cuenta los aspectos geográficos y políticos y de acuerdo con las particularidades o especificaciones de cada país. 
En el Brasil, el proceso se viene dando de forma muy lenta, gradual en la mayoria de las veces, detenido por los intereses empresariales y gubernamentales en los Estados. La política indígenista todavia guarda un sabor rancio del paternalismo oficial creado por el SPI (Servicio de Proteción al Índio /1910), ), consecuência del proceso retrógrado del  Marquês de Pombal, ministro del D.José I en la mitad del século XVIII, política esa  eliminada em 1759 y  de la estructura militar oriunda de La Dictadura desde 1964, cuando la Funai (Fundación Nacional Del Índio) fue criada por los militares en 1965. El Fórum Permanente para los Pueblos Indígenas de la ONU es un ejemplo clásico de como pueblos Indígenas están mas allá. El Brasil es el único país que no posee una silla ocupada por un líder indígena nacional. Es ocupada por un antropólogo no indígena, solidário a la causa por cierto, debido à la vigência de una legislación nacional específica ultrapasada, que garantiza la continuidad de la mentalidad asimilacionista que condenava a  los Pueblos  Indígenas à la incapacidad y eso há parado en el tiempo y non seguió a la  evolución jurídica internacional y los avanzos conquistados en la Constituición Nacional, que posee un estatuto del índio compatible com el paternalismo histórico y oficial. Esa situación es realmente constrangedora delante de los Pueblos indígenas del mundo. El Brasil posee 8.511.965 km². De ese total, 12% son tierras ocupadas por indígenas brasileros que no son dueños de las tierras, apenas las usufructan. Según el Censo del IBGE (Instituto Brasilero de Geografia y Estadística) son 734.127 indígenas, 188 lenguas y 280 pueblos. Pero 60% de esa población ya vive en las ciudades. Segun el Professor Bessa, cordinador del Programa de Estudios de los  Pueblos Indígenas antropólogo  en la UERJ/Universidade del Estado de Rio de Janeiro existe hoy en dia, en 2008 un contingente de Un Millón de indígenas, que asumió su identidad o inmigrantes fuera de la estadística oficial que están desparramados por el território nacional sin políticas públicas y en la mayoria de las veces discriminados, por preconceptos de la sociedad y por los própios indígenas que viven en aldeas, u organizados según segmentos institucionales, cada uno recogiendo la sardina para su lado, en detrimento de los financiamientos nacionais e internacionales, ese enemigo divisor de águas llamado dinero. Entonces queda difícil construir un movimiento nacional cuando hay divergencias, apesar de algunos esfuerzos de instituciones y del governo Lula. Está lejos la reparación histórica para los pueblos indígenas en el Brasil. Y principalmente, los antropólogos, los que dedican su vida a la causa indígena y misioneros deben estar mas sensíbles en sus opiniones y análisis para no dividir mas de lo que los colonizadores y neocolonizadores lo hicieron al incentivar las intolerancias interétnicas e interpersonales, según sus creencias y filosofias.

En América del Norte y Central el proceso avanzó bastante apesar de los conflictos con los gobiernos locales y las guerras. Esos pueblos vienen construyendo su autodeterminación política, social y cultural, cueste lo que cueste. 
En Uruguay los decendientes del Pueblo Charrúa, mismo con ojos azules y piel blanca como leche, construyen su identidad, después de la masacre total de aquel pueblo. La identidad indígena no está en el color de la piel solamente. En Bolívia, Evo Morales asume el gobierno, mientras tanto lucha contra las fuerzas retrógradas. Los campesinos que antes no asumian la identidad indígena, hoy ya lo hacen. En Dominica, la tez negra y cabellos afrodecendientes marcan la etnicidad, apesar de la lengua inglesa. En México y en Alaska, indígenas y entre los Dakotas de USA la evolución literária e intelectual es un marco político en la construción étnica.
En Venezuela, un Ministério del Poder Popular para los Pueblos Indígenas fue creado objetivando un socialismo indoamericano, no por una política tendenciosa, partidarista, sino por la própia filosofia de los pueblos originários de las Américas. Pueblos originários del planeta se eternizaron por el carácter solidário, comunal en la división de bienes y sentimientos colectivos. Quien leyó Engels sabe de lo que estoy hablando. Pero el capitalismo, que muchos de las Américas lo creen imperialista, viene cambiando la mentalidad de los pueblos indígenas. Por esa razón, Hugo Chavez se alió a los Pueblos indígenas en la reconstrución de la mentalidade original. Y la ministra Nícia Maldonado, una mujer indígena Wayuu muestra la fuerza de la mulher primitiva (en el sentido de primera, inicial, original), aquella que anda con la "GUERREIRA" al frente de los que preservan la ancestralidad y valorizan los ancianos, los mas viejos y viejas. Y el líder Carlos Somera y las Municipalidades indígenas, como la de Paez Edoa, en el Estado de Zulia, por ejemplo, creen en el desafio, apesar de tantas dificultades de organización, (ese modelito moderno que el capitalismo viene enseñando), pero están en proceso trayendo todos los indígenas, urbanos o no, diferente del proceso en Brasil.
En Venezuela, a convite de Chaves, yo, Eliane Potiguara de la Red GRUMIN  de Mujeres Indígenas y Cristino Wapixana, ambos del Nearin/Núcleo de Escritores y Artistas Indígenas Y Numin (Núcleo de Mujeres Indígenas)/INBRAPI fuimos testigos de Municipalidades urbanas, distantes de las grandes ciudades y capitales,  gerenciadas por indígenas venezolanos, pues no hay diferencia de quien tiene tierra y de quien no tiene. La transgeneracionalidad es tan importante cuanto las tierras. Un pedazo de papel, una credencial de indígena no tiene tanta importancia delante de la fuerza ancestral, sea espiritual o física y de la fuerza cultural. El sentimiento nacionalista indígena en la construción del "II Congreso de la Gran Nación de los Pueblo Indígenas contra el Imperialismo y la Miséria" ofrece, através de la Guaicaipuro, Misión Socialista Indoamericana, una participación PROTAGÓNICA de los pueblos indígenas como una pátria amada para los originários de ABYA AYALA, que ocurrió de 08 a 12 de outubro de 2008, al toque del himno nacional Venezolano.
Como brasileros, decimos "Si" a Chavez, en la construción de la literatura indígena interamericana, indoamericana, como segmento de concientización y fortalecimiento de los pueblos, entre pueblos, entre sociedades, entre gobiernos, en las mesas de negociación, entre indígenas y no indígenas como una HERRAMIENTA DIPLOMÁTICA y de PAZ que une mentes y corazones, rumbo a la  dignidad de los Pueblos Indígenas del mundo, rumbo a una voz unísona de la Gran Madre Tierra.
ELIANE POTIGUARA (maestra, escritora, feminista y activista indígena/58 años)
Red GRUMIN de Mujeres Indígenas
Fellow da Ashoka     
INBRAPI/Instituto Indígena para a Propriedade Intelectual
Miembro Fundadora del Enlace Continental de Mujeres Indígenas
Observatório de la Mujer Indígena
Red Feminista de Salud
Asociación Mujeres por la Paz
Proyecto Cultural ABRALI
Poetas Del Mundo

Traducción: Ramón Alejandro Puentes
* www.elianepotiguara.org.br (site da escritora)
* www.grumin.org.br ( site institucional)

E-mail: elianepotiguara at grumin.org.br o elianepotiguara at uol.com.br 





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