Tribo amaz=?ISO-8859-1?Q?=F4nica_?=e conceito de tempo
Valdir Vegini
vvegini at GMAIL.COM
Wed May 25 15:44:11 UTC 2011
Concordo plenamente com o Odileiz... Rimos dos americanos que dizem ser La
Paz a capital do Brasil, mas nem percebemos que somos iguais a eles em
relação aos Estados brasileiros. Sem demérito algum, mas, por favor,
RONDÔNIA *NÃO É* RORAIMA e RORAIMA *NÃO É *RONDÔNIA. Valdir Vegini
(UNIR/PVH).
Em 25 de maio de 2011 09:46, MOSC <odileiz at mandic.com.br> escreveu:
>
>
> Que lástima, nem um jornal de fama consegue desfazer o equívoco geográfico:
> sempre trocam Rondônia por Roraima e vice-versa.
>
>
>
> Não existe na Universidade Federal de Roraima ninguém trabalhando com os
> Amondawa.
>
>
>
> Saudações do Extremo Norte do Brasil, Roraima.
>
>
>
> Odileiz Cruz (UFRR)
>
>
>
>
>
> ---
>
> *----- Original Message ----*
> *From:* sfacundes at gmail.com
> *Reply-To:* etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> *To:* etnolinguistica at yahoogrupos.com.br
> *Date:* Tue, 24 May 2011 14:37:22 +0700
> *Subject:* [etnolinguistica] Tribo amazônica e conceito de tem po
>
>
>
> Numa leitura rápida, parece uma generalização perigosa. Obviamente
> diferentes línguas categorizam certos aspectos do universo de formas
> distintas. Agora, apesar de minha inclinação cognitivista, até que ponto
> algumas dessas categorizações linguísticas podem ser reduzidas a categorias
> mentais específicas, quais categorias mentais seriam essas, e se a sua
> ausência formal numa língua implicaria a sua ausência como categoria mental,
> hmm... not sure.
>
> Sidi.
>
>
>
> http://www1.folha.uol.com.br/bbc/919488-tribo-amazonica-desconhece-conceito-de-tempo-diz-estudo.shtml
>
>
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>
> 23/05/2011 - 09h59
> Tribo amazônica desconhece conceito de tempo, diz estudo
>
> DA BBC NEWS
>
> Pesquisadores brasileiros e britânicos identificaram uma tribo amazônica
> que, segundo eles, não tem noção do conceito abstrato de tempo.
>
> Chamada Amondawa, a tribo não possui as estruturas linguísticas que
> relacionam tempo e espaço --como, por exemplo, na tradicional ideia de "no
> ano que vem".
>
> O estudo feito com os Amondawa, chamado "Língua e Cognição", mostra que,
> ainda que a tribo entenda que os eventos ocorrem ao longo do tempo, este não
> existe como um conceito separado.
>
> A ideia é polêmica, e futuras pesquisas tentarão identificar se isso se
> repete em outras línguas faladas na Amazônia.
>
> Vera Silva Sinha
>
> Tribo amazônica que desconhece conceito de tempo, os Amondawas mudam de
> nome conforme a idade avança
> O primeiro contato dos Amondawa com o mundo externo ocorreu em 1986, e,
> agora, pesquisadores da Universidade de Portsmouth (Reino Unido) e da
> Universidade Federal de Roraima começaram a analisar a ideia de tempo da
> forma como ela aparece no idioma falado pela tribo.
>
> "Não estamos dizendo que eles são 'pessoas sem tempo' ou 'fora do tempo'",
> explicou o professor de psicologia da língua na Universidade de Portsmouth,
> Chris Sinha.
>
> "O povo Amondawa, como qualquer outro, pode falar sobre eventos e
> sequências de eventos", disse ele à BBC. "O que não encontramos foi a noção
> de tempo como sendo independente dos eventos que estão ocorrendo. Eles não
> percebem o tempo como algo em que os eventos ocorrem."
>
> Tanto que a tribo não tem uma palavra equivalente a "tempo", nem mesmo para
> descrever períodos como "mês" ou "ano".
>
> As pessoas da tribo não se referem a suas idades --em vez disso, assumem
> diferentes nomes em diferentes estágios da vida, à medida que assumem novos
> status dentro de sua comunidade.
>
> Mas talvez o mais surpreendente seja a sugestão dos pesquisadores de que
> não há interconexão entre os conceitos de passagem do tempo e movimento pelo
> espaço.
>
> Ideias como um evento que "passou" ou que "está muito à frente" de outro
> são comuns em muitas línguas, mas tais construções linguísticas não existem
> entre os Amondawa.
>
> "Isso não significa que (as construções) estão além das capacidades
> cognitivas da tribo", prosseguiu Sinha. "Apenas não são usadas no seu
> dia-a-dia."
>
> Quando os Amondawa aprenderam português, que está se tornando mais comum
> entre eles, eles facilmente incorporam a noção do tempo em sua linguagem.
>
> A hipótese dos pesquisadores é de que a ausência do conceito de tempo se
> origina da ausência da "tecnologia do tempo" --por exemplo, sistemas de
> calendário e relógios.
>
> Isso, por sua vez, pode estar relacionado ao fato de que, como muitas
> tribos, o sistema numérico detalhado dos Amondawa é limitado.
>
> TERMOS ABSOLUTOS
>
> Tais argumentos não convencem Pierre Pica, linguista teórico do CNRS
> (Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica), que foca seus estudos em
> uma outra língua amazônica, conhecida como Mundurucu.
>
> "Relacionar número, tempo e espaço por uma simples ligação causal parece
> sem sentido, com base na diversidade linguística que conheço", disse ele à
> BBC News.
>
> Pica diz que o estudo sobre os Amondawa "tem dados muito interessantes",
> mas argumentos simplificados.
>
> Sociedades pequenas como os Amondawa tendem a usar termos absolutos para
> relações espaciais normais --por exemplo, referir-se à localização
> específica de um rio que todos na comunidade conhecem bem, em vez de usar
> uma palavra genérica para rios.
>
> Em outras palavras, enquanto os Amomdawa podem ver a si mesmos se movendo
> através de arranjos temporais e espaciais, seu idioma talvez não reflita
> isso de uma maneira óbvia.
>
> Novos estudos devem aprofundar o conhecimento sobre o assunto, diz Sinha.
>
> "Queremos voltar (à tribo) e verificar (a teoria) novamente antes que a
> língua desapareça --antes que a maioria da população comece a aprender desde
> cedo a usar sistemas de calendário."
>
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